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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Vinho do Porto cura gripe H1N1?...

Do Lusowine em Quinta, Agosto 20, 2009 - 05:28: Quando a gripe pneumónica atingiu a região do Douro, há um século atrás, os bombeiros da Régua recorreram a um "saboroso" desinfectante: o vinho do Porto, e o método parece ter resultado porque nenhum deles foi contagiado com aquela doença.
A história foi contada por um antigo bombeiro da Régua, António Guedes, que na década de sessenta publicou no jornal "Arrais"(Régua) as suas recordações, e relembrada hoje à Agência Lusa pelo presidente da Federação Distrital dos Bombeiros de Vila Real, Alfredo Almeida**.

António Guedes tinha 24 anos quando a pandemia da gripe espanhola atingiu o Douro, na Primavera de 1918. Na altura, segundo Alfredo Almeida, os bombeiros da Régua desempenharam um papel "importante no apoio sanitário aos infectados e viveram, sem alarmismos, os momentos mais críticos deste nefasto acontecimento".

Através daquele jornal, António Guedes contou que a sua corporação montou "um improvisado hospital na casa onde hoje está o Asilo Vasques Osório, o qual ficou sob a direcção do médico da nossa corporação, o senhor doutor Luís António de Sousa". "Ainda não existiam ambulâncias na corporação, e éramos nós bombeiros, que com macas portáteis, íamos buscar os doentes a suas casas e os transportávamos para o hospital, sublinhou.

No seu relato, Guedes frisa o facto de nenhum dos bombeiros se ter contagiado com aquela terrível doença, certamente devido à desinfecção a que eram sujeitos sempre que chegam com qualquer doente. "E recordo-me muito bem que, dessa desinfecção, constava um 'medicamento', um 'antibiótico' muito agradável, que era o vinho do Porto.

O primeiro gole seria para bochechar e deitar fora e o restante conteúdo do cálice (bem grande, por sinal) era para ingerir", salientou.

Alfredo Almeida disse desconhecer quantas pessoas a pneumónica vitimou no concelho do Peso da Régua, mas, referiu que de Norte a Sul do país, "terá implicado perto de 150 mil casos mortais". "A ser verdade, e não temos razões para duvidar, os efeitos do vinho do Porto, como poderoso desinfectante, talvez pelo seu teor alcoólico, terá resultado em 1918 como uma boa medida de prevenção ao vírus da gripe", sublinhou.

O padre Artur Gomes tinha apenas dois anos quando a sua aldeia, Vale Salgueiro (Mirandela), foi atingida pela gripe pneumónica e na sua memória guarda as histórias de "pavor" contadas pelas pessoas mais antigas."

A minha mãe falava muitas vezes dos muitos familiares que morreram por causa daquela gripe. Os meus pais sobreviveram, mas os seus pais morreram", salientou.

Artur Gomes lembrou que a sua aldeia não tinha médicos ou bombeiros, por isso mesmo diz que as pessoas recorriam aos remédios caseiros, como o chá da flor do sabugueiro.

Alfredo Almeida referiu que, há um século atrás, "se viveram tempos de alguma improvisação". Hoje os bombeiros da Régua já têm um plano de contingência mas, segundo o responsável, continuam a ter uma garrafeira onde existem, claro está, muitas garrafas de vinho do Porto.

"Não há razões para haver pânico. Estamos preparados com máscaras ou desinfectantes, com os meios necessários para e se a crise sanitária nos atingir", sublinhou.
- Fonte: Expresso.pt - Lusowine.

... E bastantes garrafas de Porto na adega dos Bombeiros da Régua, complementando os "meios" necessários, acrescento eu :))))

**José Alfredo Almeida, além de escrever para jornais da região do Douro/Régua, é colaborador do blogue "Escritos do Douro":

  • Morada: Peso da Régua.
  • 1987 – Licenciatura em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
  • Exerce a actividade de Licenciado em Direito, Jurista no Gabinete Técnico Local do Município do Peso da Régua, professor na Escola Secundária do Peso da Régua e na Escola Secundária de Resende, vereador em regime de permanência no Município do Peso da Régua tendo a cargo os Pelouros das Obras Particulares e Urbanismo, Desporto e Juventude, Abastecimento Económico e Assuntos Jurídicos.
    Como actividade Cívica é desde 1998 – Presidente da Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua; Desde 2005 – Vogal da Direcção da Associação da Região do Douro p/Apoio a Deficientes; Desde 2006 – Presidente da Direcção da Federação dos Bombeiros do Distrito de Vila Real.
  • José Alfredo Almeida no "Escritos do Douro" - Aqui!
  • José Alfredo Almeida no Google - Aqui!
  • Portal dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua - Aqui!

= Transcrito do blogue "ForEver PEMBA".

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A bomba de incêndio de 1873


Depois da criação, em 1868, de uma companhia bombeiros voluntários em Lisboa que, em 1880, se transformou na primeira associação dos bombeiros voluntários a ser formalmente instituída em Portugal, é fundada nesse ano a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua.

Nos termos dos estatutos, a nova associação destinava-se a “socorrer os habitantes desta vila e das povoações limítrofes por ocasião dos incêndios, ou suas consequências” e que “para esse fim organizará uma companhia de incêndios composta de sócios activos ou de trabalho e também dos auxiliares munida dos materiais necessários.”

Preparou e organizou a sua constituição uma “Comissão Instaladora”, composta por vinte e seis proeminentes reguenses que teve, como principal responsável, o escrivão de direito, Manuel Maria de Magalhães. Coube a todos esses homens a gloriosa missão de redigirem os estatutos da associação, compostos de 44 artigos, e um regulamento interno de 31 artigos para os sócios activos. Discutidos e aprovados numa assembleia-geral, realizada a 25 de Julho de 1880, os estatutos são de seguida aprovados pelo Dr. José Ayres Lopes, Governador Civil substituto do Distrito de Vila Real, por Alvará de 12 de Agosto de 1880.

Em 25 de Setembro de 1880, Manuel Maria de Magalhães convocava os associados para as primeiras eleições dos órgãos sociais: “Tenho a honra de convidar V. Excia para no dia 31 pelas 11 horas da manhã, comparecer na casa extinta Associação Comercial, na Rua da Boa Vista, a fim de se proceder à eleição a que se refere o nº1 do artº 22 dos estatutos das Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua”. Eleitos os dirigentes da nova associação, a sua posse foi efectuada a 7 de Novembro desse mesmo ano, sendo a primeira Direcção constituída por estas sete ilustres pessoas:

  • Presidente da Direcção: José Braz Fernandes
  • Vice-Presidente: João Guedes Frias
  • Tesoureiro: João Botelho
  • 1º Secretário: Francisco de Assis de Carvalho
  • 2º Secretario: António Joaquim de Oliveira Ramos
  • Fiscal da Companhia: Joaquim Pereira de Matos
  • Comandante: Manuel Maria de Magalhães

Essa Direcção entendeu por bem escolher o dia 28 de Novembro para proceder à inauguração da associação. Os festejos realizaram-se, pelas 10.00 horas da manhã, na casa da extinta Associação Comercial, que se situava na rua da Boavista. No convite dirigido aos sócios activos, manuscrito e assinado pelo Comandante Manuel Maria de Magalhães e demais sócios fundadores, estava referido que aqueles deveriam comparecer “devidamente fardados, para dali se dirigirem em forma à Igreja Matriz a assistirem a uma missa que há-de celebrar-se para comemorar o acto da inauguração e a bênção das bombas.”

Esta era a primeira cerimónia pública dos bombeiros da Régua à população reguense. E, como tal, ficou como data que hoje se celebra para comemorar os aniversários da associação.

A então vila da Régua acompanhava o que se passava nas principais cidades do país, onde o movimento associativo ligado aos bombeiros voluntários se afirmava como um novo modelo organizativo para o combate aos incêndios.

A Câmara Municipal da Régua, para cumprir as leis administrativas (1842 e 1878), que lhe cometiam as incumbências de “organizar serviços ordinários ou extraordinários para extinção de incêndios” e de fazer os regulamentos policiais “para a limpeza das chaminés e fornos, e o serviço para a extinção de incêndios e contra inundações”, foi uma das primeiras a tomar a decisão em 1873 de apetrechar-se com material de incêndio, adquirindo duas bombas de incêndio.

Não tendo o executivo tomado a resolução de criar um corpo de bombeiros municipais, permitia que esse material fosse usado por qualquer pessoa, mesmo sem o saber manusear, para fazer a extinção dos frequentes e cada vez maiores incêndios urbanos que aconteciam nos armazéns de vinhos. Só que nestas circunstâncias, o socorro prestado não era o mais eficaz nas “ocasiões que a maior actividade e perícia nunca foram de mais.”

De forma que, conhecendo os riscos e os perigos, a Câmara Municipal da Régua tenha feito de imediato a entrega desse material de incêndios ao primeiros bombeiros voluntários para eles, com regras e mais técnica, combaterem o flagelo dos fogos.

Assim, pode dizer-se que a bomba de incêndios de 1973 foi o primeiro pronto de socorros a ser utilizado pelos bombeiros da Régua.

No livro a “História da Vila e Concelho do Peso da Régua”, o seu autor José Afonso de Oliveira Soares - veio a ser comandante dos bombeiros após o falecimento de Manuel Maria de Magalhães - descreve as diligências para a compra das primeiras bombas de incêndio e as movimentações de reguenses com vontade de formarem uma “companhia de incêndios”, constituída por voluntários, assunto que merece ser lembrado:

“Outras associações de recreio se criaram durante o período de 1874 a 1880.Todas, porém, de vida efémera. Neste último ano fundou-se a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua.

Havendo nesta vila tantos armazéns de vinhos que serviam de depósitos de aguardente, principalmente nas ocasiões da vindima, muito era para estranhar que os reguenses se conservassem por tanto tempo desprevenidos de utensílios para cuidarem a qualquer incêndio que por fatalidade se desse. Assim havida pensado já a municipalidade de 1843 que, em sessão de 7 de Janeiro, dirigiu uma representação à câmara dos deputados pedindo uma bomba para apagar os incêndios. Apesar de tudo, parece que só desde que um prédio, na Rua Nova, foi devorado completamente pelas chamas, é que lhes incutiu o receio de grandes perigos; e, julgando-se de vez em quando entre vulcões que lhes podiam vomitar desgraças e danos consideráveis, jamais esqueceram que era preciso prevenirem-se contra eles. Contudo, ainda só de tempos a tempos, e talvez quando algum incêndio se manifestava, é que eles de novo tentavam prover-se de material necessário para o serviço de extinção.

Em 13 de Março de 1858, constando à câmara que as companhias de seguros, com agencia nesta vila, manifestaram desejos de ter nela um estabelecimento de bombeiros, deliberou – porque o governo de sua majestade não lhe concedesse privilégios para poder organizar uma companhia de incêndios - propor-lhes o arbítrio de fornecerem uma bomba de grande força, no gosto moderno, e duas bombas de mão, ou o seu valor, ficando a seu cargo o cuidado de organizar, pelos meios ao alcance, uma companhia de incêndios. Nesta conformidade oficiou, em 13 de Abril, às companhias Equidade, Garantia e Segurança, para saber se sim ou não forneceriam as bombas, para inaugurar a sua instalação no dia de núpcias de D. Pedro V.

Ignora-se a resposta que as companhias lhe deram. Sabe-se, porém, que a câmara nada conseguiu, porque, decorridos dois anos (1860) esta, por falta de meios, de novo convidou as companhias de seguros a concorrem para um estabelecimento de bombas.

Baldadas foram, por espaço de trinta anos aproximadamente, as fracas diligências dispensadas ao assunto de tanta importância. Só depois de um incêndio que se manifestou num armazém da rua Bandeira para a rua da Alegria, sobre um tonel de vinte pipas de aguardente, foi que os reguenses mediram bem o perigo que a todo o momento corriam e simples casualidades podiam atiçar. A essa terrível explosão valeu a admirável temeridade de um tanoeiro desta vila, chamado Manuel Pinto de Souza, conhecido por Manuel do Terreiro, que se arrojou a escalar a vasilha para lhe afastar as chamas de sobre o batoque, que ele melhor apertou. Avolumando desde então a ideia da necessidade de estarem prevenidos de material para casos idênticos, apareceu enfim uma vereação em 1873, que fez a aquisição de uma bomba e de um carro de material que aquartelou na rua de Medreiros, em armazém pertencente a Manuel de Oliveira Lemos.

Tendo, porém, o material, a câmara não organizou companhia para dele fazer uso. Pondo à disposição do povo, a quem sobrou sempre coragem e actividade para acorrer a todas as desgraças, não se lembrou que aquele maquinismo só poderia servir de estorvo em ocasiões que a maior actividade e perícia nunca foram de mais. Em vista disso sugeriu aos habitantes a ideia da organização de um corpo de bombeiros voluntários, ao qual se entregasse o material municipal. Esta lembrança, abraçada pela mocidade reguense, fez com que em 16 de Julho de 1880 vários indivíduos se dirigissem à câmara a fazer-lhe saber que tendo há muito em mente a realização de uma companhia de bombeiros voluntários, haviam resolvidos nomear uma comissão para formular os estatutos e regulamento para ela; e, que, constando-lhes que se queria organizar uma outra companhia, lhe pediam para, se tal se desse com o fim de obter as bombas municipais, lhe indeferisse.

(…)

Constituídos os primeiros em associação, a câmara acedeu agradavelmente aos seus desejos, e, em 26 de Novembro do mesmo ano, fez-lhe a entrega de todo o material que possuía para serviço de extinção de incêndios sob condições de parte a parte estabelecidas. Esta associação, intitulou-se de Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua”.
- Peso da Régua, Dezembro de 2009, J. A. Almeida.




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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ser mais que uma filiada da Liga dos Bombeiros Portugueses

 "O bombeiro deve praticar o Bem pela consciência e nunca pela vaidade.
A nossa vida pertence à Humanidade”.
Álvaro Valente.


No famoso “Livro de Visitantes da Real Associação dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua”, encontra-se assinalada a presença de figuras importantes na história dos bombeiros, como a do Comandante Álvaro Valente (1886-1965), dos Bombeiros Voluntários do Montijo e dirigente da Liga dos Bombeiros Portugueses.

O Comandante Álvaro Valente – farmacêutico de profissão -  foi  um influente cidadão  nas estruturas dos bombeiros, quer  a nível local quer a nível nacional. Destacou-se a servir a causa do associativismo e do voluntariado, como comandante dos bombeiros do Montijo. O seu contributo maior foi ter sido um dos impulsionadores que fundaram uma estrutura nacional, a Liga dos Bombeiros Portugueses, para defender e representar os interesses de todos os bombeiros. Como seu dirigente, teve um trabalho notável a erguer os pilares da organização e a divulgar um conjunto de princípios doutrinários que valorizaram o estatuto dos bombeiros. A ele se deve terem os bombeiros adoptado o lema “VIDA POR VIDA”, isto é, os bombeiros dão as suas vidas para salvarem a vida do semelhante. Da sua autoria é também a "Legenda do Bombeiro" que, em forma de dez mandamentos, é como que um verdadeiro guia espiritual, que traduz a forma de ser e estar dos bombeiros na sociedade.

Mas a quem quiser conhecer mais sobre este homem e sua obra aconselha-se a leitura duma interessante biografia, escrita pelo jornalista Artur Vaz, recentemente editada pela Câmara Municipal do Montijo.

No dia 22 de Setembro de 1935, o Comandante Álvaro Valente, como representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, esteve na vila da Régua para visitar o quartel dos bombeiros voluntários, instalado numa velha casa, que existiu na Rua dos Camilos.

A visita de um alto dirigente da Liga dos Bombeiros Portugueses é sempre um acontecimento marcante e de relevo histórico. Esta visita do Comandante Álvaro Valente teve um valor ainda maior para os bombeiros da Régua, por ser a primeira de um dirigente da Liga dos Bombeiros Portugueses.
A Liga dos Bombeiros Portugueses, fundada em 18 de Agosto de 1930, depois dos trabalhos do I Congresso Nacional de Bombeiros, reunido no Estoril, começava a fazer o trabalho de reorganização dos bombeiros em Portugal. Para tanto, era importante as associações unirem-se em volta da sua confederação, a fim de pela sua representatividade esta dispor de maior força no travar das suas lutas. Tornava-se necessário fazer algo por dentro para mudar a atitude passiva e conformada. Havia a necessidade de convencer as associações das vantagens de se filarem na sua confederação para poderem reivindicar com maior eficiência do centralizador Estado Novo os apoios de que careciam os corpos de bombeiros.

No início dos anos 30, o associativismo e o voluntariado encontravam-se em letargia, faltando aos bombeiros muito do necessário para cumprirem com dignidade a sua missão. Sem existir uma uniformidade nos princípios e nos planos de acção, tornou-se importante a nível doutrinário, que o Comandante Álvaro Valente tenha  pugnado mais pela elevação da imagem pública do bombeiro.

Este conjunto de precauções deve-se ter travado muito a nível da conversa do Comandante Álvaro Valente com a Direcção e o Comando dos Bombeiros da Régua, os quais atravessavam uma fase muito difícil para sobreviverem. Numa revisão dos estatutos desse ano, os sócios tinham aprovado a norma do art. 3º dos estatutos que depositou todas as responsabilidades na autarquia: A Câmara Municipal do Peso da Régua toma à sua protecção a organização da AHBV do Peso da Régua, mantendo-a para os fins consignados, tomando também à sua responsabilidade a sua administração e disciplina”.
Se na realidade aconteceu o esvaziamento do poder associativo e a demissão de soberania dos os órgãos sociais, não deixa de surpreender uma consagração estatutária de um princípio limitador da autonomia, o que deveria ser impensável mesmo que a associação estivesse com graves dificuldades económicas. A esse tempo, a associação também não tinha decido filiar-se como associada da Liga dos Bombeiros Portugueses.

A passagem pela Régua do Comandante Álvaro Valente não ficou esquecida, já que, ao dar-lhes a honra de assinar o livro dos visitantes dos bombeiros da Régua, assinou e escreveu uma mensagem que traduzia o espírito de dificuldades de uma época, os dissabores e as amarguras vividas pelas corporações de bombeiros e que aqui se transcreve na íntegra:

“De visita à Benemérita Corporação dos B.V. da Régua, como representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, saúdo efusiva e calorosamente todos os camaradas que a compõem, seus ilustres Comandantes e Ex.ma Direcção, afirmando-lhes a minha incondicional e inequívoca solidariedade e a mais dolorosa camaradagem. Em nome dos que, lá em baixo, na capital, se batem pertinentemente pela nossa sacrossanta Causa, abraço espiritualmente todos os que têm a mesma gloriosa farda e que por ela sofrem tanta amargura e dissabor. Deixando a impressão da minha maior gratidão pela forma como me receberam, apresento a todos os Ex.mos Camaradas as minhas homenagens sinceras e fraternas”.

Esta mensagem foi clara para os bombeiros da Régua. A Liga que ele estava a representar demonstrava solidariedade para com os bombeiros reguenses, mas também fazia sentir que precisava deles para a defesa de causas mais nobres e para se alcançarem as reformas de modernidade que o sector ansiava, como condição para melhorar a qualidade do socorro às populações. 

Se era sua finalidade sensibilizar a associação para que se filiasse na Liga, não teve dificuldade em conseguir esse objectivo. Como a maioria das associações de corpos de bombeiros do país não estavam filiadas, o Comandante Álvaro Valente afirmava ser inconcebível para os “que quem veste a farda possa permanecer indiferente a este movimento sem similar nos anais desta falange de beneméritos”.

A Direcção e Comando entenderam aquela mensagem. Os bombeiros da Régua foram pioneiros, em 1924, ao aderirem como sócios de uma primeira tentativa de confederação de associações, a denominada “Federação dos Bombeiros Portugueses” que não teve longevidade nem actividade.

Mas, em 14 de Dezembro de 1935, a associação reguense passou a ser sócia colectiva da Liga dos Bombeiros Portugueses, tendo-lhe sido entregue o respectivo diploma. Dado este primeiro passo, manteve relações institucionais privilegiadas com a confederação, da qual recebeu ajudas e com ela passou a colaborar nas suas iniciativas.

Depois de uma rápida visita, em 1958, de Moura e Silva, como presidente da Liga, para participar nas cerimónias do 78º aniversário da associação, a direcção da Liga dos Bombeiros Portugueses, presidida pelo padre Victor Melícias, em 1980, escolhe os Bombeiros da Régua para organizarem o 24º Congresso Nacional.

Este foi um momento alto e significativo que prestigiou o centenário dos bombeiros da Régua também festejado nesse ano.
Em Maio de 2010, o Dr. Duarte Caldeira, Presidente do Conselho Executivo da LPB, no âmbito de uma iniciativa denominada “Liga de Proximidade”, visitou o Quartel Delfim Ferreira e o Edifício Multiusos. Do que viu e ouviu gostou. Assinou o famoso livro de visitantes e deixou uma breve mensagem. Já na saída das instalações, lançou-se um desafio à Direcção e Comando, que gostava de ver os bombeiros da Régua a organizarem  o próximo  congresso nacional dos bombeiros.

Aceite esse desafio, a actual Direcção e o Comando apresentaram a sua candidatura que, ao lado da proposta pelos Bombeiros de Cascais, logrou ser a escolhida. A decisão foi tomada pela maioria dos elementos presentes no Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses, reunido em 25 de Setembro de 2010, em S. João da Madeira. Passados 31 anos do anterior congresso, os bombeiros da Régua recebiam a honrosa missão de organizar o 41º Congresso Nacional dos Bombeiros Portugueses, a ter lugar nos dias 28 a 30 de Outubro de 2011.

Entre a primeira visita de um representa da Liga dos Bombeiros Portugueses e a do seu actual presidente, Dr. Duarte Caldeira, passaram-se setenta e cinco anos, que constituem um ciclo de grandes mudanças, a vários níveis, nos bombeiros da Régua. Os bombeiros da Régua mudaram e progrediram. Adquiriram mais e melhores viaturas de combate a fogos, de desencaceramento e de transporte de doentes. Como reforço do voluntariado, foi criada uma equipa de cinco bombeiros permanentes e profissionalizada. O quartel Delfim Ferreira está a ter obras beneficiação profundas para ser melhorada vertente operacional e a qualidade dos serviços de socorro.

No entanto, os ideais permanecem iguais e imutáveis, sem esquecer todos os bombeiros e dirigentes associativos que contribuíram para tornar cada vez melhor e maior esta associação que, actualmente, pretende ser mais que uma filiada Liga dos Bombeiros Portugueses.

A mensagem válida e ainda actual de significado que o Comandante Álvaro Valente deixou manuscrita no livro de visitas, não deixará de ser levada à prática pelo bombeiros da Régua, ao organizarem com brio e rigor  a próxima Assembleia Magna,  para cerca de três mil bombeiros portugueses, onde serão discutidas decisões importantes para o futuro dos bombeiros portugueses do século XXI.
- Colaboração de J. A. Almeida* para "Escritos do Douro" em Fevereiro de 2011. Clique nas imagens acima para ampliar.
  • *José Alfredo Almeida é advogado, ex-vereador (1998-2005), dirigente dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua entre outras atividades, escrevendo também crónicas que registram neste blogue e na imprensa regional duriense a história da atrás citada corporação humanitária, fatos do passado da bela cidade de Peso da Régua.

Ser mais que uma filiada da Liga dos Bombeiros Portugueses
Jornal "O Arrais", Quinta feira, 17 de Fevereiro de 2011
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Ser mais que uma filiada da Liga dos Bombeiros Portugueses

Ser mais que uma filiada da Liga dos Bombeiros Portugueses 2
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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Sinais de incêndios na Régua

(Clique na imagem para ampliar)

As sirenes dos carros de fogo dos bombeiros da Régua que invadiram a Rua João de Lemos, pelas 12. 40 Horas, no dia 21 de Junho de 1995, anunciavam o desaparecimento de um antigo estabelecimento do comércio tradicional, A Inovadora, mais conhecida por Casa Fortunatos, por ser esse o nome dos seus conceituados donos.

Este incêndio teve início no escritório do Grémio dos Vitivinicultores do Douro, instalado no 1.º andar do prédio, depois de saírem todos os funcionários para o almoço. As portas da casa A Inovadora também tinham encerrado. Quando deram o alerta para os bombeiros, o fogo tinha-se propagado rapidamente pelos soalhos de madeira e forros do telhado. Os bombeiros comandados pelo 2º Comandante Manuel Gouveia rapidamente chegaram, descendo a Rua Serpa Pinto, com dois carros de combate carregados de água - o Mercedes Baribbi - que usaram com as agulhetas no ataque ao fogo, enquanto não ligavam as mangueiras de alta e baixa pressão às bocas da rede pública. Os bombeiros recorreram aos aparelhos respiratórios para entrar nas instalações, só que era impossível a circunscrever o fogo mas, algumas horas depois, tinham o fogo dominado. Durante a tarde, o fogo reacendeu-se e o velho prédio de finais do século XIX acabou todo em ruínas.

Os prejuízos pela perda do edifico, do seu recheio e das mercadorias do estabelecimento foram contabilizados como elevados pelos seus proprietários. Comentavam que o valor do seguro não dava para indemnizar todos os danos que foram causados, como consta no relatório de ocorrência, por um curto-circuito nas instalações eléctricas no escritório do Grémio.

Era, assim, o fim da famosa A Inovadora que se encontrava de portas abertas no comércio reguense, desde 1934. O Cimo da Régua, como foi sempre conhecido o centro urbano, perdia uma casa comercial das mais antigas no ramo das fazendas, tecidos, roupas de homem, senhora, crianças e outras miudezas. Perdia-se um estabelecimento apreciado pela clientela, que marcava a diferença pelo seu grande balcão em madeira, os graciosos armários onde se expunham as novidades, os velhos metros de medir os tecidos, o atendimento familiar dos seus caixeiros, a salvação do “ bom dia minha senhora”, à mistura com os desabafos pessoais, a presença das figuras aprumadas e cavalheirescas do velho Sr. Antoninho Fortunato e do sobrinho Manuel David. Eram, os velhos tempos dos comerciantes reguenses que tinham como melhor estratégia de marketing para vender, o sorriso franco na cara.

A Casa dos Fortunatos – A Inovadora que nunca se impusera como nome comercial conhecido - fechava para sempre as portas à sua clientela. A rua ficava mais triste e sombria. O comércio local continuava a empobrecer. E, as restantes antigas casas comerciais da rua - como a do Hipólito, dos Pombinhos, da Fortuna, do Borrajo e a mercearia do Zé Pinto e, outras já desaparecidas, como a Formosura Reguense, do Valente Velho - que tinham feito da Régua uma terra de prósperos negócios, sentiam as primeiras dificuldades com o aparecimento de uma nova concorrência comercial. Os anos em que se distribuía mais beneficio e a produção do vinho se vendia a bons preços escasseavam. Com menos rendimentos, as pessoas não gastavam tanto dinheiro no comércio local, o que se reflectia nas vendas, ao apresentarem piores lucros. As oportunidades dos comerciantes fazerem grandes fortunas já não eram como no antigamente. Por isso, nos nossos dias, o negócio dos Fortunatos teria mais dificuldades de resistir ao comércio que se passou a fazer na Régua. A clientela mudou os seus hábitos de compras. Surgiram, como ia acontecendo noutros lugares, as grandes superfícies comerciais, como o Pingo Doce, o Lidl, o Intermarché, o Dia e inúmeras lojas de chineses, para quem o rosto das pessoas nada importa ou significa.

As marcas deste incêndio são visíveis na cidade, passados que são 14 anos da tragédia. O edifício mantém-se em ruínas para tristeza dos que passam nesta rua. As velhas paredes de xisto resistem ao passar dos anos. Na padieira da porta principal, o anúncio da casa permanece intacto, talvez que à espera que um milagre a faça ressurgir das cinzas.

Este incêndio fez-nos reviver as memórias dos tempos que os bombeiros da Régua eram chamados para os incêndios pelas diferentes badaladas do sino da Igreja do Cruzeiro. Como o assunto é desconhecido, recordamos a crónica de Joaquim Pires (pseudónimo do escritor reguense Dr. João de Araújo Correia), publicada no “O Arrais”, em 6 de Março de 1980, que nos fala de uma curiosa lista de “Sinais dos Incêndios”, usada para dar a saber aos bombeiros onde havia o fogo:

“Estou a ver, no quarto de meu pai, dentro de um caixilho, uma espécie de registo intitulado Sinais de Incêndio. Mas em ortografia antiga… Os sinais rezam como Signaes.

Pela ortografia se poderá avaliar a idade do registo. Idade antiga, embora posterior a Gregos e Romanos…

Pendia o registo com a sua moldura, sobre a mesinha de cabeceira de meu pai. Era uma espécie de semideus lareiro. De noite ou de dia, se o sino do Cruzeiro tocasse a fogo, aqui na Régua, o benemérito registo indicava a meu pai o sítio em que lavraria ponta de incêndio capaz de destruir a Régua.

No tempo de meu pai, havia mais medo a fogos do que hoje. Se havia confiança nos bombeiros, haveria menos confiança no material que então usavam. Hoje, tanto se confia na bomba como no bombeiro. O munícipe sossega.

Também havia, no tempo de meu pai, maior curiosidade ou possibilidade de saber onde era o fogo. Hoje, não o diz a ninguém a lúgubre sereia. O morador desiste de ser curioso ou sai à rua a perguntar: onde é o incêndio?

Graças à pagela, pendurada no quarto de meu pai, sabia ele a qualquer hora, diurna ou nocturna, se havia fogo e em que bairro andaria ele ateado.

Como de facto. A tabela rezava assim:

  • 4 badaladas – Souto, Boa Morte, Calvário, Quebra Costas, Rua das Árvores, Estrada Nova, Eiró, S. Pedro, S. João, Eirinha.
  • 5 badaladas – Fontainhas, Cruz das Almas, Rua do Passo, Carreira, Fundo de Vila, Azenha, Ferrans (?), Rua de S. José, Vila Franca.
  • 6 badaladas – Rua Serpa Pinto, Bordalo, Americano.
  • 7 badaladas – Ameixieira, Senhor dos Aflitos, Rua Custódio José Vieira, Cais de Baixo, Passeio Alegre, Rua João de Lemos, Rua Nova.
  • 8 badaladas – Rua dos Camilos à Ponte, Rua da Alegria, Rua 1.º de Dezembro, Guindais, Midão.
  • 9 badaladas – Fora de Vila.
  • Para parar - 5 badaladas.

Copiei a lista de exemplar velhinho e esbotenado. Copiei-a, acertando-lhe a ortografia pelo cânone actual. Mas, tão velho é o espécime, que duvido do topónimo Ferrans – tanto ou quanto safado. Se alguém me quiser tirar dúvidas. É curiosa a lista de badaladas. Fala-nos de ruas velhas, ruas que mudaram de nome ou o perderam – como a do Passo. Fala-nos da Régua de nossos pais que se pode considerar antiga”.

Esse tempo da Régua antiga, dos nossos bisavôs, que o escritor nos evoca já passou. Comove-nos ao falar de algumas ruas velhas e, faz-nos acreditar, que não se pode compreender o presente sem se conhecer o nosso passado. Os bombeiros da Régua modernizaram os seus alarmes de aviso para os incêndios. Os fogos exigem mais perícia e rápida prontidão. Como sinal de incêndio ainda usam o som estridente da sirene instalada no seu Quartel Delfim Ferreira. Mas, muitas vezes, recorrem ao aviso por meio de mensagens escritas difundidas pelo telemóvel que possui cada bombeiro. A cidade deixou de saber, assim, quando há um fogo. Se não fossem ainda os fumos e as chamas mais activas, as pessoas desconheciam onde fogo deixa os seus rastos de tragédia.

O último grande incêndio na Régua deu-se num outro velho prédio da cidade, situado no Largo do Cruzeiro, numa noite de Dezembro de 2008. Houve pessoas que só souberam dele pela manhã quando se sentia no ar um forte cheiro a queimado e sobravam as paredes em derrocada. Foi doloroso olhar aquele cenário de destruição que tinha atingido, no seu rés-do-chão, um requintado salão de chá da cidade, a Flor do Adro, um inesquecível espaço de bem-estar e de convívio social, muito frequentado pelas últimas gerações de reguenses.

Não resisto em relembrar as memórias de alguém que, como nós, frequentou esse lugar ao revelar com emoção um sentimento geral: “sempre que lá passarmos, vamos recordar aquele muro cheio de gente, de copo na mão, de sorriso nos lábios, onde se falava de tudo. Podem fazer parecido, igual... jamais. Que dias e noites ali passamos. Dias felizes e noites fantásticas. Nunca esquecerei esses momentos. Nunca repetirei essas alegrias e vivências. Agora, façam o que quiserem daquelas cinzas. Está lá a história de muita gente. E gente boa”.

A casa A Inovadora e o salão de chá A Flor do Adro já não existem. Os bombeiros não conseguiram salva-las da morte nas chamas do fogo. Mas pouco importam que não existam. Aqueles lugares fizeram as nossas vivências citadinas mais felizes. Ficam para sempre vivas enquanto existirem nas memórias das pessoas que escolheram a beleza da cidade da Régua para viverem.

Mas, os sinais de incêndio deixam-nos uma lição: a cidade precisa de ter o seu centro urbano tratado e urgentemente reabilitado. - Peso da Régua, Agosto de 2009, José Alfredo Almeida.

- Outros textos publicados neste blogue sobre os Bombeiros Voluntários de Peso da Régua e sua História:

  • Recordações da visita do Presidente da Républica General Ramalho Eanes - Aqui!
  • Memórias dos Bombeiros em Poiares com os Salesianos - Aqui!
  • As vidas que não se esquecem nos Bombeiros - Aqui!
  • Os bombeiros de escritório - Aqui!
  • Bombeiros Semi-Deuses - Aqui!
  • As "madrinhas" dos Bombeiros - Aqui!
  • A benção da Bandeira - Aqui!
  • Comandante Lourenço de Almeida Pinto Medeiros: Fidalgo e Cavaleiro dos Bombeiros da Régua - Aqui!
  • A força do voluntariado nos Bombeiros - Aqui!
  • A visita do Presidente da Républica Américo Tomás - Aqui!
  • Uma formatura dos Bombeiros de 1965 - Aqui!
  • O grande incêndio dos Paços do Concelho da Régua - Aqui!
  • 1º. de Maio de 1911 - Aqui!
  • Homens que caminham para a História dos bombeiros - Aqui!
  • Desfile dos veículos dos bombeiros portugueses - Aqui!
  • Os bombeiros no velho Cais Fluvial - Aqui!
  • O Padre Manuel Lacerda, Capelão dos Bombeiros do Peso da Régua - Aqui!
  • A Ordem Militar de Cristo - Uma grande condecoração para os Bombeiros de Peso da Régua - Aqui!
  • Os Bombeiros no Largo da Estação - Aqui!
  • A Tragédia de Riobom - Aqui!
  • Manuel Maria de Magalhães: O Primeiro Comandante... - Aqui!
  • A Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
  • A cheia do rio Douro de 1962 - Aqui!
  • O Baptismo do Marçal - Aqui!
  • Um discurso do Dr. Camilo de Araújo Correia - Aqui!
  • Um momento alto da vida do comandante Carlos dos Santos (1959-1990) - Aqui!
  • Os Bombeiros do Peso da Régua e... o seu menino - Aqui!
  • Os Bombeiros da Régua em Coimbra, 1940-50 - Aqui!
  • Os Bombeiros da Velha Guarda do Peso da Régua - Aqui

- Link's:

  • Portal dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua (no Sapo) - Aqui!
  • Novo portal dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
  • Exposição virtual dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
  • A Peso da Régua de nossas raízes - Aqui!

sábado, 3 de dezembro de 2011

Bombeiros da Régua Festejaram 131º. Aniversário

Liga dos Bombeiros atribuiu “ Fénix de Honra”.
Por: mi / Secção: Região do Douro /
Das mais antigas do país, é um exemplo a seguir.

Ambos fizeram questão da sua comparência no acto da entrega da distinção atribuída pela Liga aos Bombeiros reguenses, a “ Fénix de Honra”, uma das mais elevadas insígnias dos Bombeiros lusos. Após se ter efectuado a parada em frente do quartel Delfim Ferreira, seguiu-se após uma visita ao acabado de inaugurar Museu dos Bombeiros, uma sessão solene no respectivo Salão Nobre, contando-se com a presença das autoridades distritais dos “soldados da paz,” de vários representantes de outras Associações, e diversos representantes das forças vivas e institucionais do concelho do Peso da Régua, entre os quais se deve distinguir o presidente da autarquia local, Nuno Gonçalves. As boas-vindas foram dadas pelo presidente da Assembleia Geral, José Alberto Marques, e pelo presidente da Direcção, José Alfredo Almeida, que se não esqueceu de agradecer o apoio de que tem sido alvo a Associação, nomeadamente por parte da Câmara Municipal, cujo presidente no seu discurso disse estar bem ciente da importância dos bombeiros na comunidade reguense, logo por isso, merecedores de todo o apoio que se lhes possa dar. Agradado com as obras de requalificação do quartel ainda “frescas”, com a pujança, e com a interligação com a comunidade, por parte da Associação, um exemplo a seguir,segundo ele, mostrou-se Jaime Soares, que diga-se, foi eleito na Régua, no Congresso aqui ocorrido no último fim-de-semana de Outubro.
Clique nas imagens para ampliar. Transcrito da "Tribuna Douro" com a devida vénia/agradecimentos.

Salve 28 de Novembro - A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua complementou, no pretérito dia 28 de Novembro, o seu 131º aniversário. Nesse dia pudemos ouvir a salva de morteiros, bem como a sirene em toque prolongado, assinalando o início das comemorações do respetivo aniversário. O dia das solenidades foi no dia primeiro do corrente mês, feriado nacional, por coincidência o dia da Restauração, que celebra a libertação do jugo filipino (espanhol).
As festividades começaram pelas 9h da manhã, com o hastear da Bandeira no Quartel Delfim Ferreira, havendo uma guarda de honra do Corpo Ativo e da Fanfarra. De seguida os Bombeiros rumaram aos cemitérios da cidade (Godim e Peso da Régua), tendo colocado flores nas campas dos bombeiros e diretores, que aí descansam em paz.
As celebrações continuaram e, pelas 10h 30mn, houve uma Missa Solene, na Igreja Matriz da cidade, celebrada pelo arcipreste, Pe Luís Marçal, em memória dos fundadores, dos bombeiros, sócios e beneméritos já falecidos, onde foi visível a comparência da Família Bombeiros.
Dando continuidade às celebrações, os Bombeiros deslocaram-se ao Largo do Cruzeiro, e prestaram homenagem ao Comandante Afonso Soares, que, para além de historiador do Peso da Régua, foi um homem distinto e multifacetado na sociedade reguense, que viveu na mudança de século XIX para o século XX (faleceu em 1939), sendo-lhe colocado um ramo de flores aos pés do seu busto, em cerimónia oficial com a formatura do Corpo Ativo.
Pelo meio-dia deu-se a receção às entidades oficiais convidadas, havendo a respetiva formatura e a apresentação das entidades oficiais à formatura do Corpo Ativo dos Bombeiros, seguindo-se uma Guarda de Honra efetuada pelo sr. Presidente do Município, eng. Nuno Gonçalves.
Todos tiveram a oportunidade de constatar os melhoramentos efetuados no edifício, devidamente renovado e adequado a uma melhor função do exercício dos soldados da paz, que lhes é exigida nos tempos modernos. Numa das salas do 1º andar, muito do material museológico exposto, que a Associação possui, serviu de exultação para os inúmeros visitantes, pelo prazer que tal vivência proporcionou, estando tudo devidamente disposto e ordenado, para que as pessoas possam desfrutar de uma realidade ímpar e excecional, dado o volume de objetos nobres e valiosos que a Associação possui, dada a longevidade que a mesma tem e o material respetivo. Uma bela visita que a população reguense pode realizar.
Passando-se ao Salão Nobre António José Rodrigues, um benemérito da Associação, deu-se início à Sessão Solene, sendo a Mesa constituída pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros-Dr. José Alberto Marques, tendo à sua esquerda o comandante Álvaro, da Cruz Branca-representante da Federação Distrital dos Bombeiros de Vila Real; e o Presidente da Direção da Associação-Dr. José Alfredo Almeida; à sua direita encontrava-se o sr. Presidente da Câmara Municipal-Engº Nuno Gonçalves; Dr. Duarte Caldeira-Presidente do Conselho Executivo da Liga Portuguesa dos Bombeiros Portugueses; Jaime Marta Soares-Presidente da Mesa dos Congressos dos Bombeiros Portugueses; Engº Carlos Silva-Comandante Operacional de Vila Real (CODIS); António Fonseca-Comandante dos Bombeiros do Peso da Régua.
De realçar a presença de um grupo de bombeiros infantis, nas cerimónias da efeméride, o que veio rejuvenescer toda a sessão e garantir que a Associação já tem continuadores.
Discursou o Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros, Dr. José Alberto Marques, o qual agradeceu a presença de tantos convidados e tão ilustres, realçando a presença do Dr. Duarte Caldeira e de Jaime Marta Soares, por serem as duas entidades supremas dos Bombeiros Portugueses
No seu magnífico improviso e numa prosa poética - foi de um valor imensurável, pelo retrato fiel que fez da Associação - o Presidente da Mesa da Assembleia enfatizou o papel da Associação Humanitária dos Bombeiros da Régua, realçando o papel verdadeiro e altruísta do Corpo Ativo e de toda a Instituição, incluindo os órgãos Sociais, a qual, ao ser a mais antiga do distrito de Vila Real, tem dado provas cabais da sua ação meritória e inequívoca, não tendo defraudado os ideais dos seus fundadores. 
Alegoricamente, “… em que vieram as chuvas, as tempestades e os dilúvios” e, apesar disso, esta Instituição não caiu, porque, como casa “está edificada na rocha”, porque ela é a própria rocha. Durante estes anos todos soube ligar-se à sociedade civil onde está inserida, engrandeceu-se como coletividade, não se limitando a ser uma Instituição Voluntária de Bombeiros. 
Era a única Corporação de Bombeiros nas redondezas, apoiando os concelhos limítrofes . . .
Foi uma Associação que soube abrir as suas portas às tertúlias, a fim de conversarem, sem preconceitos e com total liberdade de reunião; foi lugar de tertúlia cultural e de amizade, onde as pessoas se reuniam, nessa tal “força invencível”, que saía da letargia de nada fazer, atitude portuguesa tão usual, como defendeu João de Araújo Correia; foi uma Instituição que, durante muitos anos, se distinguiu por ter uma biblioteca, sendo muitas das obras, de valor incalculável, legadas por beneméritos, onde os estudantes ou o cidadão comum podiam procurar alguma da bagagem para a sua cultura geral/específica; foi a sede de um Grupo Coral-“As Andorinhas do Peso da Régua”, com mais de 120 pessoas; foi o 1º refúgio hospitalar para os pobres, pelos tratamentos que se faziam; foi local de encontro para uma elite inteligente e dum bairrismo saudável e reivindicativo.
De seguida falou o Presidente da Direção, que agradeceu a presença de todos. Enumerou algumas das dificuldades sentidas, mas com a noção do dever cumprido. Congratulou-se com a presença das duas figuras máximas dos Bombeiros Portugueses. Referiu (reforçando a ideia) e agradeceu o apoio incondicional que o Município prestou à Associação, foi a força motriz, quer nas obras de remodelação do Quartel, quer na realização do Congresso.
Falaram os restantes elementos da Mesa, que enalteceram o papel do Bombeiro e da Associação reguense, mostrando todo o prazer em estarem presentes numa cerimónia desta envergadura.
Por último discursou o Presidente da Câmara do Peso da Régua, agradecendo as palavras dirigidas à Instituição que superintende, mas que estão naquele cargo para servir e querem que a AHBV seja um elo forte na sociedade reguense, cumprindo cada vez mais e melhor o seu papel.
Para colmatar a sessão solene evocativa da efeméride, o ponto mais alto foi a entrega da distinção honorífica, “Fénix de Honra” - a segunda mais alta distinção honorífica da Liga de Bombeiros Portugueses, colocada no estandarte dos Bombeiros da Régua, pelo ainda Presidente do Conselho Executivo - Dr. Duarte Caldeira. De seguida e para fecho da sessão solene foi entregue a Medalha de Ouro da Federação dos Bombeiros de Vila Real à Câmara Municipal da Régua, na pessoa do seu Presidente-Engº Nuno Gonçalves, e ao Dr. Duarte Caldeira. Fechada a cerimónia, passou-se ao momento seguinte, “Almoço de Confraternização com o Corpo Ativo”, um almoço de convívio, onde, atendendo ao momento de crise, foi servido um só prato, que agradou à generalidade dos convivas. O fecho da solenidade deu-se com o desfile dos veículos – de incêndio e as ambulâncias – pelas principais ruas da cidade, fazendo todo o percurso com as sirenes ativas. Estão de parabéns os Bombeiros Voluntários do Peso da Régua! 
- Por Adérito Rodrigues, Prof.
Transcrito do "Noticias do Douro" com a devida vénia/agradecimentos

sábado, 15 de maio de 2010

Largo do Cruzeiro

Se não são inéditas, pelo menos são desconhecidas para muitos estas fotografias de António Teixeira, que assinalam o 38º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua, comemorado em 28 de Novembro de 1918, com a realização de um exercício de fogo e salvamento, no jardim do Largo do Cruzeiro, publicadas pela prestigiada revista “Ilustração Portuguesa”.

São fotografias raras que completam uma informação escassa e sem documentos nos seus arquivos, mas que despertam a atenção para um período interessante da história dos bombeiros da Régua.

Sabe-se, contudo, que para os bombeiros da Régua, os primeiros anos da sua afirmação não foram fáceis. Conhecem-se as dificuldades para manterem em actividade um corpo de bombeiros, não pela falta de voluntários, mas sobretudo devido à falta de apoios dos poderes públicos. O dinheiro era escasso, não chegava para pagar as rendas do quartel, nem tão pouco para a reparação das bombas de incêndio. Os bombeiros tinham de comprar as suas fardas e acessórios de trabalho e, quando algum tinha de abandonar, a direcção da associação adquiria esses equipamentos por um valor simbólico. Mas, apesar das constantes adversidades que enfrentaram, esses homens persistiram em levar em frente o sonho do Comandante Manuel Maria de Magalhães e o decorrer do tempo, trouxe-lhes a coroação de todo o esforço e dedicação em vitórias e glórias. Esses generosos homens nunca deixaram de mostrar a sua determinação e de afirmar a importância de uma organização de socorro que a população reguense admirava e a que dava o seu prestimoso auxílio.

Em 28 de Novembro de 1918, a população reguense mostrava que estava ao lado dos seus bombeiros voluntários, em quem acreditavam e com quem sabia poder contar nos momentos de tragédia. Não surpreenderá ninguém que, nessa altura, estivesse uma grande multidão no Jardim do Largo do Cruzeiro, a assistir ao exercícios dos bombeiros, que se encontravam a simular o combate a um incêndio urbano, com o material que possuíam, as escadas de lanços e de ganchos e, para o tornar mais real, levaram o carro de tracção humana, carregado com as mangueiras.
A escolha de um edifício com grande volumetria implicava maior abundância de pessoal e de material, para poder efectuar uma demonstração da capacidade operacional dos bombeiros de Peso da Régua. As escadas proporcionavam exercícios ritmados, orientados por comandos de voz ou por silvos de apito. Era momento privilegiado para evidenciar a destreza e a disciplina de execução, dando a conhecer à população a preparação dos seus homens e despertando a confiança que neles podia depositar. Aliás, era esse o objectivo pensado pelo comandante Afonso Soares.

Os bombeiros da Régua começavam a ter fama de corajosos. Desde a fundação da associação que homens competentes, inteligentes e dedicados à causa humanitária ambicionavam torná-la uma organização prestigiada, capaz de cumprir os seus objectivos de socorro e protecção, propostos nos primeiros estatutos.

Daí que a revista “Ilustração Portuguesa” tenha feito a notícia do evento em tom elogioso para os bombeiros voluntários da Régua: “É uma das melhores organizações de província a dos bombeiros voluntários da Régua, a cuja corporação pertencem indivíduos de todas as classes que só têm uma aspiração – arriscarem a sua vida para salvarem a alheia.

E disto tem dado inúmeras provas em muitos sinistros que têm acontecido, merecendo louvores de toda a população da vila, que lhes tributa admiração.”

Estas imagens são ainda um documento valioso que nos mostra o ambiente circundante de um lugar público da cidade, as memórias do Jardim do Largo Cruzeiro que, apesar das alterações profundas que fizeram no seu desenho, permanece como uma referência histórica e sentimental na paisagem urbana.

Elas testemunham também o carácter público do lugar de lazer, passeio e convívio de crianças e jovens, que deveria encher de gente nos dias de celebração religiosa, na Capela do Senhor do Cruzeiro, situada nas suas imediações.

O jardim do Largo Cruzeiro não passava de um modesto espaço, despido de adornos, povoado de pequenas árvores e servido de iluminação eléctrica. No conjunto, não aparece a Capela do Senhor do Cruzeiro, mas sobressai um edifício grande, austero, de fachada branca, varanda e janelas amplas. Durante muitos anos, funcionou nesse prédio um estabelecimento escolar para rapazes, o Colégio de Santa Teresinha. Até há pouco tempo, esteve aberto um moderno salão de chá, em estilo sóbrio, que conquistou fama e clientela nas últimas gerações de reguenses, por ser um espaço que proporcionava inesperados encontros, amores eternos e outros acontecimentos felizes e inesquecíveis.

Mas, o curioso da história é que o edifício que avistamos ao fundo do Jardim do Largo do Cruzeiro, que os bombeiros, em 1918, escolheram para fazer um exercício de demonstração das suas perícias e capacidades de combate ao fogo, acabou por ser destruído, em 2008, por um violento incêndio que deflagrou pela madrugada e os bombeiros não conseguiram dominar, ficando reduzido a cinzas e ruínas.
Em crónica intitulada “A flor (do Adro) desaparecida”, Manuel Igreja expressa as emoções que lhe causou a visão do monte de ruínas lavradas pelas labaredas. É ocasião de relermos as palavras conjugadas a quente:

“Numa destas últimas madrugadas de antes do Natal, a Régua foi sobressaltada com mais um incêndio no seu centro histórico. A sirene dos seus mais que centenários bombeiros voluntários tocou, porque o edifício do antigo colégio de Santa Teresinha tinha pegado fogo. Bem no âmago do seu centro mais antigo em termos de Régua propriamente dita, que Peso é lá encima, no prédio onde estavam instaladas as sedes partidárias e mais um dos mais emblemáticos e mais belos cafés da cidade, a celebre “Flor do Adro”, o lume fazia as suas, assumindo a natureza que lhe é própria, espalhando a destruição que lhe compete em casos semelhantes.

Quando me deparei, de manhã cedo, com o cenário dantesco e desolador, tive pena, senti consternação, e senti um nó na garganta. No tempo em que cheguei à Régua em termos definitivos, o café que está agora destruído estava a dar os seus primeiros passos, depois de instalado e decorado pelo senhor Germano, reguense já desaparecido, e um verdadeiro artista na arte da decoração. Aquele estabelecimento comercial era, vinte e tal anos depois de ter sido concebido, uma verdadeira ode ao bom gosto. O proprietário que poucos anos depois se lhe seguiu, teve igualmente o bom gosto e o bom senso de manter a decoração, e isso é igualmente de louvar. Fosse-se cliente ou frequentador do estabelecimento, o papel que este café teve na cidade é inegável, pois sendo um local público, à semelhança de qualquer outro, era, a seu modo, uma sala de visitas da Régua.

(…)

Mais parece que deu o tranglomango à Régua no que concerne às suas principais ruas, onde não faltam prédios em ruínas, e onde os dedos de uma mão não chegam, para já, para se contar aqueles que o fogo devorou (…). Começa a parecer-se um apetecível pasto para as chamas a Régua que os antigos edificaram.

(…)

Não podemos deixar de sentir que a Régua está a perder lentamente as flores que compõem o ramo da sua história. Desapareceu a “Flor do Adro”, mas essa foi a última. Evitar que a outras flores em forma de edificações aconteça o mesmo, é seguramente impossível. Esperemos contudo que das cinzas, como da Fénix mitológica, renasçam novas e vigorosas flores (…)”

A Régua, no início deste novo século, é uma cidade jovem para se descobrir nos encantos da paisagem dos socalcos das vinhas que a envolvem. Para a conhecer melhor é preciso caminhar pelas ruas principais até à zona alta, olhar as águas serenas do rio navegado por barcos turísticos e os imaginários rabelos, sentir os cheiros da flor das laranjeiras, da esteva e do rosmaninho que, nas vindimas, se misturam com o do mosto dos vinhos, ficar, enfim, até ao entardecer, no café do novo cais fluvial, nos dias cheios de luz e de silêncios que caem sobre o Vale Abraão. Em pensamento, adivinhar os contrastes entre o tradicional e o moderno, o mutável e o intemporal.

A cidade, com origens pombalinas, nasceu e cresceu com a fama e os negócios dos seus vinhos e o trabalho e o amor dos vareiros de Ovar e dos galegos, antepassados povoadores, que lhe deram identidade própria, como ainda nos lembra uma velha cantiga dos tempos dos bisavós: “A Régua era bonita/Se não tivesse dois erros/Passeada de vareiros/Ladrilhada de galegos”. Sem razão, estes erros são antes virtudes dos povos a que os reguenses devem estar agradecidos.
Acredito que não falta tempo para ainda passar pelo jardim do Largo do Cruzeiro. Com calma e tranquilidade, goze a presença dos testemunhos vivos do velho casario caiado de branco, com os beirais a servirem para as andorinhas construírem os ninhos, que faz daquele jardim um universo habitável e poético e, perto da estátua erguida em homenagem ao comandante Afonso Soares, insigne reguense que escreveu a única história da cidade, ouça contar mais evocações do passado dos gloriosos bombeiros da Régua.
- Peso da Régua, Maio de 2010, J. A. Almeida.