sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O Coreto da Régua e o meu primeiro amor

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Um velho postal dos correios... que serviu a alguém, por certo a uma turista acidental na então vila da Régua, num quente dia de verão de Agosto, para dar noticias à família ou a uma amiga do coração e lhes mostrar uma pérola preciosa do lugar onde tinha passado, neste nosso bonito coreto que se encontrava escondido no meio de árvores de um espectacular jardim.

Um postal que nos trouxe recordações dos quinze anos, quando nessa altura escutavamos as marchas das bandas de música, nos dias que antecediam as grandiosos festas de N. Senhora do Socorro.

O velho coreto.... perdeu-se na nossa memória. Como se perdeu ali nos bancos de madeira verde daquele jardim, o nosso primeiro amor de adolescentes, a ternura das emoções, as promessas eternas e a emoção dos beijos que ali roubamos à rapariga dos nossos sonhos, debaixo da sombra dos grande plátanos e com o cheiro das hortênsias e a frescura da água que caía na taça.

Como este nosso velho amor, que nem o nome lembro, o coreto fez parte de um momento das nossas vivas...

Que raio de saudades tenho desse tempo em que o coreto era parte da nossa cidade. E do meu amor...!

Tenho a certeza absoluta que, um dia, os encontrarei num novo jardim... Alexandre Herculano!

- Peso da Régua, Setembro de 2009 :: Por J. A. Almeida para "Escritos do Douro".

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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Na Régua: Amália Rodrigues não esqueceu os bombeiros

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Sábado, 23 de Julho de 1966, 23.30 horas: Amália Rodrigues (1920-1999), no auge da sua carreira, esteve no palco do Cine-Teatro Avenida, no Peso da Régua, a actuar num espectáculo de beneficência a favor da Santa Casa da Misericórdia e da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários, numa sala repleta de pessoas, fãs da grande artista, para quem interpretou os seus grandes fados e cantigas do folclore português, como o "Vou dar de beber à dor" e o "Barco negro", recebendo longos aplausos.

A grande rainha do fado veio cantar à Régua para mostrar o seu agradecimento aos bombeiros que, tempos antes, haviam prestado socorro ao seu marido, ferido num grave acidente de viação. O convite à fadista partiu da direcção dos bombeiros, na pessoa do Sr. Noel de Magalhães, a um amigo íntimo da artista, Francisco dos Santos Lopes (padrinho do casamento), que residia numa quinta no Douro, em S. João da Pesqueira, o qual estabeleceu os contactos e tratou da sua viagem e estadia.

A primeira parte deste inédito espectáculo, apresentado pelo locutor Carlos Ruela, da desaparecida Rádio Alto-Douro (1952), com estúdios na Régua, teve a magnifica participação do conjunto reguense “Revelações”, orientado pelo prof. José Armindo, que estava na berlinda e fazia grande sucesso no público.

Podemos ainda recordar, segundo a notícia do jornal “Vida por Vida”, que Amália “foi recebida com grandes honras e finalmente obsequiada com uma ceia volante no Salão Nobre da Corporação, em todos os momentos irradiou simpatia”, o que se testemunha pelas fotografias inéditas que divulgamos. Por essa notícia, ficamos mais a saber que “pela palavra fluente do Sr. Joaquim Augusto Rodrigues, Amália Rodrigues ouviu um justo e sincero agradecimento das duas instituições contempladas, que possibilitou a arrecadação de mais de doze mil escudos”.
A realização desses eventos musicais e outros de natureza artística era uma boa maneira de os bombeiros da Régua angariarem fundos que escasseavam para gastos de funcionamento. Havia até já uma tradição de promoverem espectáculos musicais, de teatro e de organizarem um elegante “Baile das Vindimas”, que em 1961 foi preparado por uma comissão de pessoas ilustres, como as conhecidas Dra. Raquel Janeiro e Dra. Margarida Quinas Guerra.

Nas décadas dos anos 50 a 70 anos, em especial, os bombeiros da Régua conseguiram envolver a sociedade reguense na participação de actividades de carácter recreativo e cultural. Com este dinamismo, a Associação manteve-se sempre ligada às pessoas, a quem procurava não só assegurar a nobre missão de socorro, mas possibilitar outras de carácter social. Desde o inicio da fundação, que o quartel dos bombeiros da Régua serviu como um lugar de convívio social e de animação colectiva. Nele, sabemos hoje, que muitas pessoas viram, pela primeira vez, televisão, o cinema, leram livros de grandes escritores, jogaram diversos jogos das épocas, assistiram a peças de teatro e, noutras ocasiões, fizeram as bodas dos seus casamentos e se divertiram nos famosos bailes de gala. O salão nobre, a biblioteca e o museu serviram para dinamizarem entre os associados a produção de actividades recreativas culturais que não se encontravam em mais colectividades.

Nos momentos de dificuldades, a população reguense acorria para ajudar os bombeiros nas suas cíclicas crises. Em tempos mais recuados, foram os próprios bombeiros da Régua, a organizaram no seu Corpo Activo, um grupo cénico para com a realização alguns espectáculos angariarem dinheiro que faltava para pagar as mais elementares despesas. Esse momento de fragilidade, esta revelado nas memórias do Chefe António Guedes, publicadas no jornal “O Arrais”, de 20 de Junho de 1978, onde nos evoca essas suas preciosas recordações:“No decorrer dos anos 1910-1920, a AHBVPR debatia-se com a maior crise financeira de que havia memória, a ponto de haver alguém, pertencente ao Corpo Activo, que teve a infeliz lembrança de alvitrar que a Corporação fechasse as portas do seu quartel e entregasse à Câmara todo o material nela existente, para que esta tratasse de organizar, se assim o entendesse, um Corpo de Bombeiros Municipais.

Contra esta idéia todos nós, bombeiros, nos insurgimos, tendo o Chefe Camilo Guedes Castelo Branco afirmado que este assunto erámos nós que o havíamos de resolver se queríamos salvar a Corporação do fim inglório que a esperava. No fim de cada mês havia que se pagar a renda de casa, a água, a luz, o ordenado do quarteleiro e as despesas de conservação do material. Com o produto das contas dos sócios contribuintes não se podia contar, pois estes em pouco excediam o número de quarenta, motivo porque José Afonso Oliveira Soares, Joaquim Sousa Pinto, Lourenço Medeiros, José Guedes Leites, Luís Maria da Cunha Iharco, João da Silva Bonifácio, José Maria de Almeida e o autor destas linhas nos cotizávamos e, das nossas algibeiras, completávamos a importância para a liquidação das despesas mensais.

E o mais interessante é que, esse membro do Corpo Activo que sugeriu que se encerrassem as portas do nosso quartel, ao tempo situado no Largo dos Aviadores, nunca mais contribuiu.
Foi convocado o Corpo Activo e Camilo Guedes Castelo Branco escolheu, dentre os seus componentes, alguns deles, organizando um grupo cénico que foi constituído por ele, por Lourenço Medeiros, José Guedes Leite, João da Silva Bonifácio e eu próprio, com a coadjuvação dos sócios contribuintes José Joaquim Pereira Soares Santos, António da Silva Correia, Júlio Vilela, Luciano Tavares, Jaime Guedes, José Avelino e outros cujos nomes não me ocorrem. Como colaboradora tínhamos a actriz Alda Verdial, do Porto, filha do actor Miguel Verdial.

Começaram os ensaios, por vezes interrompidos para se fazer uma “taininha”, até que chegou o dia do primeiro espectáculo, com o drama ”Jocelim, pescador de baleias”. Casa à cunha e assistência selecta. No final da representação, que decorreu admiravelmente, foi um delírio de palmas e chamadas ao palco.

Em vista disso, ficou resolvido dar-se um espectáculo todos os meses, pois que os resultados obtidos com o primeiro superam todas as nossas previsões. Assim, não seria necessário esportularmo-nos mensalmente, como há muito vinha sucedendo. Foram-se pagando dívidas, e no nosso pobríssimo cofre, onde só existiam teias de aranha, começaram a juntar-se e a acumular-se os escudos (…).

O segundo espectáculo, com a peça “Condessa de Marcé”, constitui um novo sucesso, com a casa igualmente à cunha. O terceiro espectáculo, então com a peça “Coração e Dinheiro”, escrita e musicada pelo ilustre reguense José Joaquim Pereira Soares Santos (…) teve de ser repetido e rendeu-nos imenso dinheiro com o qual se pagaram as restantes dívidas e se adquiriu uma outra bomba braçal, cuja falta se fazia sentir e à qual se deu o nome de “Pátria”.

Este é mais exemplo de audácia dos bombeiros da Régua que, como actores amadores, fizeram que a sociedade reguense os ajudasse a vencer uma crise económica. Eles, nesse tempo, conseguiram com o seu esforço evitar que as portas do quartel se fechassem.

Com homens assim, pode dizer-se que uma associação e um corpo de bombeiros nem tem fim nem pode morrer, nunca. A sua riqueza é as pessoas que a servem de coração e os seus beneméritos que engrossam uma interminável lista de lições de generosidade.

Como o fez, em 1966, a grande Amália Rodrigues. Inesquecível este seu gesto de solidariedade, que merecerá um destaque maior nas páginas da história da Associação, já cheia de passado e sempre… cheia de futuro!
- Peso da Régua, Agosto de 2009, José Alfredo Almeida.

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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Vinho do Porto cura gripe H1N1?...

Do Lusowine em Quinta, Agosto 20, 2009 - 05:28: Quando a gripe pneumónica atingiu a região do Douro, há um século atrás, os bombeiros da Régua recorreram a um "saboroso" desinfectante: o vinho do Porto, e o método parece ter resultado porque nenhum deles foi contagiado com aquela doença.
A história foi contada por um antigo bombeiro da Régua, António Guedes, que na década de sessenta publicou no jornal "Arrais"(Régua) as suas recordações, e relembrada hoje à Agência Lusa pelo presidente da Federação Distrital dos Bombeiros de Vila Real, Alfredo Almeida**.

António Guedes tinha 24 anos quando a pandemia da gripe espanhola atingiu o Douro, na Primavera de 1918. Na altura, segundo Alfredo Almeida, os bombeiros da Régua desempenharam um papel "importante no apoio sanitário aos infectados e viveram, sem alarmismos, os momentos mais críticos deste nefasto acontecimento".

Através daquele jornal, António Guedes contou que a sua corporação montou "um improvisado hospital na casa onde hoje está o Asilo Vasques Osório, o qual ficou sob a direcção do médico da nossa corporação, o senhor doutor Luís António de Sousa". "Ainda não existiam ambulâncias na corporação, e éramos nós bombeiros, que com macas portáteis, íamos buscar os doentes a suas casas e os transportávamos para o hospital, sublinhou.

No seu relato, Guedes frisa o facto de nenhum dos bombeiros se ter contagiado com aquela terrível doença, certamente devido à desinfecção a que eram sujeitos sempre que chegam com qualquer doente. "E recordo-me muito bem que, dessa desinfecção, constava um 'medicamento', um 'antibiótico' muito agradável, que era o vinho do Porto.

O primeiro gole seria para bochechar e deitar fora e o restante conteúdo do cálice (bem grande, por sinal) era para ingerir", salientou.

Alfredo Almeida disse desconhecer quantas pessoas a pneumónica vitimou no concelho do Peso da Régua, mas, referiu que de Norte a Sul do país, "terá implicado perto de 150 mil casos mortais". "A ser verdade, e não temos razões para duvidar, os efeitos do vinho do Porto, como poderoso desinfectante, talvez pelo seu teor alcoólico, terá resultado em 1918 como uma boa medida de prevenção ao vírus da gripe", sublinhou.

O padre Artur Gomes tinha apenas dois anos quando a sua aldeia, Vale Salgueiro (Mirandela), foi atingida pela gripe pneumónica e na sua memória guarda as histórias de "pavor" contadas pelas pessoas mais antigas."

A minha mãe falava muitas vezes dos muitos familiares que morreram por causa daquela gripe. Os meus pais sobreviveram, mas os seus pais morreram", salientou.

Artur Gomes lembrou que a sua aldeia não tinha médicos ou bombeiros, por isso mesmo diz que as pessoas recorriam aos remédios caseiros, como o chá da flor do sabugueiro.

Alfredo Almeida referiu que, há um século atrás, "se viveram tempos de alguma improvisação". Hoje os bombeiros da Régua já têm um plano de contingência mas, segundo o responsável, continuam a ter uma garrafeira onde existem, claro está, muitas garrafas de vinho do Porto.

"Não há razões para haver pânico. Estamos preparados com máscaras ou desinfectantes, com os meios necessários para e se a crise sanitária nos atingir", sublinhou.
- Fonte: Expresso.pt - Lusowine.

... E bastantes garrafas de Porto na adega dos Bombeiros da Régua, complementando os "meios" necessários, acrescento eu :))))

**José Alfredo Almeida, além de escrever para jornais da região do Douro/Régua, é colaborador do blogue "Escritos do Douro":

  • Morada: Peso da Régua.
  • 1987 – Licenciatura em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
  • Exerce a actividade de Licenciado em Direito, Jurista no Gabinete Técnico Local do Município do Peso da Régua, professor na Escola Secundária do Peso da Régua e na Escola Secundária de Resende, vereador em regime de permanência no Município do Peso da Régua tendo a cargo os Pelouros das Obras Particulares e Urbanismo, Desporto e Juventude, Abastecimento Económico e Assuntos Jurídicos.
    Como actividade Cívica é desde 1998 – Presidente da Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua; Desde 2005 – Vogal da Direcção da Associação da Região do Douro p/Apoio a Deficientes; Desde 2006 – Presidente da Direcção da Federação dos Bombeiros do Distrito de Vila Real.
  • José Alfredo Almeida no "Escritos do Douro" - Aqui!
  • José Alfredo Almeida no Google - Aqui!
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= Transcrito do blogue "ForEver PEMBA".

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Em tempo de festas de Nossa Senhora do Socorro na Régua: Recordando...

A casa onde nasci e vivi até os meus 10 ou 12 anos, situava-se na principal rua da Régua. Própriamente na Rua dos Camilos. Quando se aproximava o mês de Agosto já o meu espírito em mais nada pensava senão nas festas em honra de Nossa Senhora do Socorro. Era tudo que de mais belo existia para mim. E, então, quando os ornamentadores iniciavam a sua tarefa, abrindo buracos nas ruas para colocar os mastros, jamais largava as varandas de onde assistia a todos esses trabalhos e que eram, afinal, o início de tudo que se iria realizar. Acompanhava tudo de princípio ao fim. Nada descurava. Os arcos, com os desenhos alusivos e algo que se ligasse com a Régua, as bandeiras que flutuavam ao vento no cimo dos mastros, vermelhas, verdes, azuis, amarelas e outras cores.

Depois era a iluminação que surgia de noite e dava à minha rua um aspecto radioso, que me deixava uma alegria intensa. Por minha vontade ficava ali, na varanda, toda a noite. Era preciso que a minha saudosa Mãe me obrigasse a ir para a cama.

Mas, de manhã, corria logo para o meu “posto”. Dali via passar, depois, as bandas de música, os gigantones e cabeçudos.

Naqueles dias, mesmo com o intenso calor que se fazia sentir, o movimento de forasteiros era enorme.

Ainda não existiam tantos veículos motorizados como hoje. Os forasteiros Juntavam-se em grupos e, acompanhados de bombos, ferrinhos e outros instrumentos, davam largas à sua alegria, cantando e dançando.

A maior parte trazia os seus cestos merendeiros à cabeça, pelo menos no dia do arraiai do rio, onde procuravam o melhor lugar para comerem o seu bocado de carneiro assado e arroz de forno, e onde não faltava a boa “pinga”.

O “nosso rio”, nesses tempos, era diferente. Havia areais por onde se podiam espalhar à vontade milhares de pessoas. Os barcos, como o da Felisbela , levavam de um lado para o outro os que gostavam de ir para “Além-Douro”.

As barracas de melancia e de melões faziam sempre bom negócio. Regateava-se o preço e a qualidade, mas tudo se vendia.

Entretanto anoitecia e as bandas de música, nos seus coretos, faziam-se ouvir e toda aquela gente dançava e bailava!

Tudo era animado e tudo apenas terminava quando era lançada a última partida de fogo do ar e aquático. E diga-se que o fogo escolhido era sempre dos melhores pirotécnicos do norte do país. Eram horas e horas de encanto e pode afirmar-se que arraial como o da Régua era difícil de igualar.

Tudo isso se efectuava após a “Procissão” ter percorrido as principais ruas da então vila e que saía em triunfo da igreja Matriz.

E se deixei para o fim este número da Festa, é porque, para mim, era um “sonho” tudo o que meus o!hos presenciavam. Os andores, os anjinhos eram a coisa mais brilhante a que assistia. Da varanda da minha casa assistia àquele cortejo maravilhoso.

E minha Mãe ia-me indicando o que representava cada uma das figuras que crianças, já a vislumbrarem no seu rosto o cansaço e o calor de tão longo trajecto, apresentavam. Surgia, finalmente, o andor com a Nossa Senhora do Socorro, Toda a gente se ajoelhava.

Olhos cheios de lágrimas se viam em muitas das pessoas. Mãos erguidas dirigidas em direcção a quem parecia sorrir e deitar um olhar de amor aos que lhe faziam os seus pedidos, lançavam as suas preces.

E minha saudosa mãe também chorava e as lágrimas corriam-lhe pelas suas faces. Só hoje compreendo porque choravam as pessoas quando Nossa Senhora do Socorro surgia ali mesmo, num andor repleto de flores.

E só hoje compreendo porque, já no fim duma vida em que estarei perto da Eternidade, também as lágrimas se soltam de meus olhos, lembrando entes queridos desaparecidos, lembrando o sofrimento de tantos. Que Nossa Senhora do Socorro nos abençoe, nos perdoe das nossas faltas. Como tudo era diferente nos meus tempos de criança!...
- Por Jaime Ferraz Rodrigues Gabão** – In Boletim das Festas de Nossa Senhora do Socorro de 1991. Texto gentilemente cedido por J. A. Almeida-Régua.

**Jaime Ferraz Rodrigues Gabão nasceu na cidade de Peso da Régua em 13 de Abril de 1924. Faleceu a 18 de Junho de 1992.