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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Onde tu pousares as tuas mãos eu quero estar

ANJO
Onde tu pousas as mãos,
naturalmente
eu vou pousar as minhas. Um silêncio
faz-se pela casa, uma luz coada vem da janela
e cobre os móveis de uma poalha
doirada. Os objectos estão quietos
como nunca.

Onde tu pousas as mãos,
onde tu pousas mesmo se brevemente as mãos,
torna-se íntima a percepção que se tem de cada hora,
de cada amanhecer,
de cada exacto momento. O entardecer
é só um vasto campo que se abre,
um rumor de folhas que restolham no jardim.

Escrever é ler,
ler é escrever - eu sei isso
porque em cada sítio onde [do meu corpo] tu pousaste as tuas mãos
ficou escrito - eu vejo-o: nítido -
sobre o mais frágil espelho dos sentidos, uma palavra que se lê
de trás para diante. Quando te deitas eu sinto-lhe o perfume,
que é o da noite que entra pela janela.

E onde tu pousas as tuas mãos faz-se um rio
de prata e de quietude mesmo nas minhas mãos
que pousam onde as tuas foram antes procurar
a quietude, procurar as tuas mãos. São exactas as tuas mãos,
são necessárias, têm dedos
que são os filamentos de gestos que descrevem na penumbra
desenhos tão perfeitos que surpreendem.

Onde tu
pousares as tuas mãos
eu quero estar.
Exactamente como a sombra
cai na sombra. A água
na água. O pão
nas mãos.

- Bernardo Pinto de Almeida
Clique  nas imagens para ampliar. Imagens da net editadas para este blogue. Poema enviado por JASA. Edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Outubro de 2013. Este artigo pertence ao blogue Escritos do DouroSó é permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue com a citação da origem/autores/créditos.

sábado, 5 de outubro de 2013

PRÉMIO LITERÁRIO GLÓRIA DE SANT’ANNA 2014

REGULAMENTO 

O GRUPO DE ACÇÃO CULTURAL DE VÁLEGA (GAC), Associação de Utilidade Pública de âmbito cultural, nos termos do Decreto-lei n.º 460/77, por despacho publicado em DR II Série n.º 174, de 31 de Julho de 1998, em colaboração com várias entidades patrocinadoras, e a Família de Glória de Sant'Anna, organizam o Prémio de Poesia denominado “PRÉMIO LITERÁRIO GLÓRIA DE SANT’ANNA”, destinado a galardoar o melhor trabalho apresentado no âmbito deste Regulamento.

Prémio - 
Prémio no valor de 3.000.00 euros a ser atribuído ao Autor do melhor livro de Poesia em língua Portuguesa editado desde Janeiro de 2013 até 7 de Março de 2014.

Elegibilidade - 
a) Primeira edição em Portugal e países Lusófonos.
b) Não serão aceites antologias ou colectâneas.
c) O livro não pode ser constituído na totalidade por trabalhos seleccionados noutras publicações.
d) O livro terá de incluir poemas inéditos, num mínimo de 80% do total.
e) Um livro editado postumamente será considerado se for publicado no período de um ano após a morte do Poeta.
f) O livro terá de ter pelo menos 32 páginas.
g) Edições de autor e trabalho apresentado directamente pelos poetas não serão considerados.
h) Livros de poesia para crianças também serão considerados.
i) Não serão permitidas petições de qualquer indivíduo a qualquer membro do júri.
j) A premiação de um Autor não impede que esse seja considerado de novo nos anos seguintes.

Condições - 
Qualquer livro seleccionado para o Prémio só será considerado se a editora se comprometer com o seguinte:
a) Contribuir com €300 para publicidade se o livro for seleccionado na lista final.
b) Garantir que um mínimo de 200 exemplares do livro estejam disponíveis em stock em Portugal, dentro de 20 dias a partir do anúncio da lista final.
c) Fazer todos os possíveis para que os autores dos livros concorrentes estejam disponíveis para a imprensa a partir da data de anúncio da lista final.
d) Fazer todos os possíveis para que o Autor do livro premiado esteja disponível para a cerimónia da entrega do Prémio.
e) O valor do prémio estará sujeito aos respectivos impostos, nos termos contemplados na lei.

Inscrições – 
a) A data limite das inscrições é 7 de Março de 2014.
b) Os trabalhos devem ser enviados pelos editores no formato pdf juntamente com um boletim de inscrição por cada título a concorrer para premio.literario.poesia@gmail.com ou em forma de livro acabado. No entanto seis exemplares do livro impresso/acabado deverão estar na morada indicada, o mais tardar uma semana a partir do limite das inscrições.

Enviar a Obra, para: 
PRÉMIO LITERÁRIO GLÓRIA DE SANT’ANNA 
GRUPO DE ACÇÃO CULTURAL DE VÁLEGA 
Rua Professor Domingos Matos, 187
3880-515 VÁLEGA 
PORTUGAL

c) Nenhum dos exemplares enviados para concurso será devolvido aos editores.
d) Todas as inscrições serão confidenciais.

Lista final - 
a) A lista final dos livros seleccionados será anunciada a 7 de Abril de 2014.
b) Da lista constarão um máximo de 10 livros no total.
c) Livros submetidos em processo de acabamento deverão ser fornecidos prontos, se forem seleccionados na lista final.

Reprodução de Poemas - 
Poemas dos livros seleccionados poderão ser publicados no JORNAL DE VÁLEGA, no site Glória de Sant’Anna, outros órgãos da Imprensa e press-releases com o propósito de divulgar os livros, a sua leitura e o Prémio.

Júri - 
a) O painel de Júri inclui o Presidente mais quatro elementos.
b) Cada membro do Júri terá o direito de exercer um voto.
c) O Prémio não poderá ser dividido. Os fundos doados não podem ser usados para outros fins do que custos directamente associados ao prémio.
d) O Júri reserva-se o direito de não atribuir o Prémio por razões justificáveis.
e) Os casos omissos serão resolvidos pelo Júri, que é soberano e de cujas decisões não haverá recurso.
f) A decisão final do Júri é irrevogável.
g) A atribuição e entrega do prémio será a 25 de Maio 2014 em local a anunciar.
Mais informações por favor contacte através do e-mail: premio.literario.poesia@gmail.com

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Miguel Torga (12-08-1907 - 17-01-1995)

Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha, (São Martinho de Anta, 12 de Agosto de 1907 — Coimbra, 17 de Janeiro de 1995) foi um dos mais influentes poetas e escritores portugueses do século XX. Destacou-se como poeta, contista e memorialista, mas escreveu também romances, peças de teatro e ensaios. - Fonte Wikipédia
Em homenagem a Miguel Torga, recordo o grande Poeta e Escritor com o poema "Recomeçar" (que bem precisamos neste presente de dificuldades) e um excerto diarístico que nos conduz à terra (Devo à paisagem as poucas alegrias que tive neste mundo). 
Em nome dos nomes grandes da nossa Literatura, aqui fica a minha singela homenagem a Miguel Torga (12-08-1907 - 17-01-1995).
- Maria da Luz Magalhães - via e.mail

Recomeçar

Recomeça....
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...
- Miguel Torga

Devo à Paisagem as Poucas Alegrias que Tive no Mundo

Devo à paisagem as poucas alegrias que tive no mundo. Os homens só me deram tristezas. Ou eu nunca os entendi, ou eles nunca me entenderam. Até os mais próximos, os mais amigos, me cravaram na hora própria um espinho envenenado no coração. A terra, com os seus vestidos e as suas pregas, essa foi sempre generosa. É claro que nunca um panorama me interessou como gargarejo. É mesmo um favor que peço ao destino: que me poupe à degradação das habituais paneladas de prosa, a descrever de cor caminhos e florestas. As dobras, e as cores do chão onde firmo os pés, foram sempre no meu espírito coisas sagradas e íntimas como o amor. Falar duma encosta coberta de neve sem ter a alma branca também, retratar uma folha sem tremer como ela, olhar um abismo sem fundura nos olhos, é para mim o mesmo que gostar sem língua, ou cantar sem voz. Vivo a natureza integrado nela. De tal modo, que chego a sentir-me, em certas ocasiões, pedra, orvalho, flor ou nevoeiro. Nenhum outro espectáculo me dá semelhante plenitude e cria no meu espírito um sentido tão acabado do perfeito e do eterno. Bem sei que há gente que encontra o mesmo universo no jogo dum músculo ou na linha dum perfil. Lá está o exemplo de Miguel Angelo a demonstrá-lo. Mas eu, não. Eu declaro aqui a estas fundas e agrestes rugas de Portugal que nunca vi nada mais puro, mais gracioso, mais belo, do que um tufo de relva que fui encontrar um dia no alto das penedias da Calcedónia, no Gerez. Roma, Paris, Florença, Beethoven, Cervantes, Shakespeare... Palavra, que não troco por tudo isso o rasgão mais humilde da tua estamenha, Mãe!
- Miguel Torga, in "Diário (1942)"

Clique  na imagem para ampliar. Sugestão do Dr. José Alfredo Almeida (JASA) e e-mail de Maria da Luz Magalhães. Edição de imagem e texto de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Janeiro de 2013. Este artigo pertence ao blogue Escritos do Douro. Só é permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue com a citação da origem/autores/créditos.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

O DOURO PRESO EM BARRAGENS



Verde tão verde e as árvores no fundo.
No fundo os rápidos que de água se quebravam
subindo à sirga em de rabelos barcos.
Mas baixas as alturas se reflectem calmas
de rochas casas e arvoredo fundo.

Verde tão verde o rio se não corre
de lago é preso e um barco noutra margem
parado se contempla a esbelta proa arqueada
sobre o telhado inverso do solar antigo.
Se brisa matinal se encrespa de água e morre.

Verde tão verde era de espuma e rocas
polindo-se tranquilas no fiar das águas.
Vinham descendo os montes em socalcos que
lambidos se inseriam no passar dos barcos.
No fundo como nuvens se enverdecem rocas.      

Verde tão verde era de rijas águas
de espumas e de pedras e de alteadas margens.
Tão verde ora de névoa surda
em que de gritos não barqueiros remam.
Que rio se era escuro e já de verdes águas.

Parado e sempiterno e velho de águas rio
não passas repassando as águas de outro tempo,
verde tão verde na manhã parada.

- Jorge de Sena, Antologia Poética, 2ª ed., Porto, Ed. Asa, 2001, pág. 187. Jorge Cândido de Sena (Lisboa, 2 de Novembro de 1919 — Santa Barbara, Califórnia, 4 de Junho de 1978) foi poeta, crítico, ensaísta, ficcionista, dramaturgo, tradutor e professor universitário português.
- Jorge de Sena - Wikipédia

Clique  nas imagens para ampliar. Sugestão do poema de Jorge de Sena feita pelo saudoso Manuel Coutinho Nogueira Borges e Dr. José Alfredo Almeida (Jasa). Edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Julho de 2012. Permitida a copia, reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue só com a citação da origem/autores/créditos. 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Guerra Junqueiro - Excerto do poema “Aos Simples”

- Sei que este poema também o lembra de sua saudosa Mãe... afinal, o nosso melhor Mundo! (JASA)

Minha mãe, minha mãe! ai que saudade imensa,
Do tempo em que ajoelhava, orando, ao pé de ti.
Caía mansa a noite; e andorinhas aos pares
Cruzavam-se voando em torno dos seus lares,
Suspensos do beiral da casa onde eu nasci.
Era a hora em que já sobre o feno das eiras
Dormia quieto e manso o impávido lebréu.
Vinham-nos da montanha as canções das ceifeiras,
E a Lua branca, além , por entre as oliveiras,
Como a alma dum justo, ia em triunfo ao Céu!...
E, mãos postas, ao pé do altar do teu regaço,
Vendo a Lua subir, muda, alumiando o espaço,
Eu balbuciava a minha infantil oração,
Pedindo ao Deus que está no azul do firmamento
Que mandasse um alívio a cada sofrimento,
Que mandasse uma estrela a cada escuridão.
Por todos eu orava e por todos pedia.
Pelos mortos no horror da terra negra e fria,
Por todas as paixões e por todas as mágoas…
Pelos míseros que entre os uivos das procelas
Vão em noite sem Lua e num barco sem velas
Errantes através do turbilhão das águas.
O meu coração puro, imaculado e santo
Ia ao trono de Deus pedir, como inda vai,
Para toda a nudez um pano do seu manto,
Para toda a miséria o orvalho do seu pranto
E para todo o crime o seu perdão de Pai!...
………………………………………………
A minha mãe faltou-me era eu pequenino,
Mas da sua piedade o fulgor diamantino
Ficou sempre abençoando a minha vida inteira
Como junto dum leão um sorriso divino,
Como sobre uma forca um ramo de oliveira.
Abílio de Guerra Junqueiro (1850-1923) nasceu em Freixo de Espada à Cinta, formando-se em Direito na Universidade de Coimbra. Foi funcionário público e deputado, aderindo em 1891, com o Ultimatum inglês, aos ideais republicanos. Influenciado por Baudelaire, Proudhon, Victor Hugo e Michelet, iniciou uma intensa escrita poética com o fim último de, pela crítica, renovar a sociedade portuguesa. Retirou-se para uma quinta no Douro, regressando à política com a implantação da República, tendo sido nomeado Ministro de Portugal em Berna. Obras: A Morte de D. João (1874), A Musa em Férias (1879), A Velhice do Padre Eterno (1885), Finis Patriae (1890), Os Simples (1892), Pátria (1896), Oração ao Pão (1903), Oração à Luz (1904), Poesias Dispersas (1920). Em colaboração com Guilherme de Azevedo, escreveu Viagem à Roda da Parvónia. - In Projecto Vercial
Clique nas imagens para ampliar. Sugestão de texto e imagem do José Alfredo Almeida. Edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Junho de 2012. Só permitida a cópia, reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue com a citação da origem/autores/créditos. 

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Uma poesia de Miguel Torga

Coimbra, 15 de Fevereiro de 1981


De seguro,
Posso apenas dizer que havia um muro
E que foi contra ele que arremeti
A vida inteira.
Não. Nunca o contornei.
Nunca tentei
Ultrapassá-lo de qualquer maneira.
A honra era lutar
Sem esperança de vencer.
E lutei ferozmente noite e dia.
Apesar de saber
Que quanto mais lutava mais perdia
E mais funda sentia
A dor de me perder.

- Miguel Torga - Diário

Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha, (São Martinho de Anta, 12 de Agosto de 1907 — Coimbra, 17 de Janeiro de 1995) foi um dos mais importantes poetas e escritores portugueses do século XX. Destacou-se como poeta, contista e memorialista, mas escreveu também romances, peças de teatro e ensaios. Oriundo de uma família humilde de Sabrosa, era filho de Francisco Correia Rocha e Maria da Conceição Barros. Em 1917, aos dez anos, foi para uma casa apalaçada do Porto, habitada por parentes. Fardado de branco, servia de porteiro, moço de recados, regava o jardim, limpava o pó, polia os metais da escadaria nobre e atendia campainhas. Foi despedido um ano depois, devido à constante insubmissão. Em 1918, foi mandado para o seminário de Lamego, onde viveu um dos anos cruciais da sua vida. Estudou Português, Geografia e História, aprendeu latim e ganhou familiaridade com os textos sagrados. Pouco depois comunicou ao pai que não seria padre.
Emigrou para o Brasil em 1920, ainda com doze anos, para trabalhar com o tio, proprietário de uma fazenda de café. Ao fim de quatro anos, o tio apercebe-se da sua inteligência e patrocina-lhe os estudos liceais, em Leopoldina. Distingue-se como um aluno dotado. Em 1925, convicto de que ele viria a ser doutor em Coimbra, o tio propôs-se pagar-lhe os estudos como recompensa dos cinco anos de serviço, o que o levou a regressar a Portugal e concluir os estudos liceais... ... Fonte Wikipédia
Clique nas imagem para ampliar. Sugestão de José Alfredo Almeida. Edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Junho de 2012. Só permitida a cópia, reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue com a citação da origem/autores/créditos.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

PRÉMIO LITERÁRIO GLÓRIA DE SANT’ANNA

REGULAMENTO

O GRUPO DE ACÇÃO CULTURAL DE VÁLEGA (GAC), Associação de Utilidade Pública de âmbito cultural, nos termos do Decreto-lei n.º 460/77, por despacho publicado em DR II Série n.º 174, de 31 de Julho de 1998, em colaboração com várias entidades patrocinadoras, e a Família de Glória de Sant'Anna, organizam o Prémio de Poesia denominado “PRÉMIO LITERÁRIO GLÓRIA DE SANT’ANNA”, destinado a galardoar o melhor trabalho apresentado no âmbito deste Regulamento.

Prémio -
Prémio no valor de  3.000.00 a ser atribuído ao Autor do melhor livro de Poesia em língua Portuguesa editada no ano corrente.

Elegibilidade -
a) Primeira edição em Portugal e países Lusófonos.
b) Não serão aceites antologias, colectâneas ou trabalhos seleccionados noutras publicações.
c) O livro não pode ser constituído na totalidade por trabalhos seleccionados noutras publicações.
d) O livro terá de incluir poemas inéditos, num mínimo de 80% do total.
e) Um livro editado postumamente será considerado se for publicado no período de um ano após a morte do Poeta.
f) O livro terá de ter pelo menos 32 páginas.
g) Edições de autor e trabalho apresentado directamente pelos poetas não serão considerados.
h) Livros de poesia para crianças também serão considerados.
i) Não serão permitidas petições de qualquer indivíduo ou editor a qualquer membro do júri.
j) A premiação de um Autor não impede que esse seja considerado de novo nos anos seguintes.

Condições -
Qualquer livro seleccionado para o Prémio só será considerado se a editora se comprometer com o seguinte:
a) Contribuir com € 300.00 para publicidade se o livro for seleccionado na lista final.
b) Garantir que um mínimo de 200 cópias desse livro estejam disponíveis em stock, dentro de 20 dias a partir do anúncio da lista final.
c) Sem qualquer obrigatoriedade, fazer todos os possíveis para que os autores dos livros concorrentes estejam disponíveis para a imprensa a partir da data de anúncio da lista final.
d) O valor do prémio estará sujeito aos respectivos impostos, nos termos contemplados na lei.

Inscrições -
a) Os trabalhos podem ser enviados pelos editores no formato pdf, fotocópias ou provas, dactilografadas, ou em forma de livro acabado, já publicado no ano corrente. Seis exemplares, juntamente com um boletim de inscrição por cada título a concorrer.

Enviar a Obra para:
GRUPO DE ACÇÃO CULTURAL DE VÁLEGA
Rua Professor Domingos Matos, 187
3880-515 VÁLEGA

b) Todas as inscrições serão confidenciais.
c) A data limite das inscrições é 15 de Março de 2013.
d) Nenhum dos exemplares enviados para concurso será devolvido aos editores.

Lista final -
a) A lista final dos livros seleccionados será anunciada a 15 de Abril de 2013.
b) Da lista constarão um máximo de 10 livros no total.
c) Poemas dos livros seleccionados serão publicados no JORNAL DE VÁLEGA e outros órgãos da Imprensa Nacional.
d) Livros submetidos em processo de acabamento deverão ser fornecidos prontos, se forem seleccionados na lista final.

Reprodução de Poemas -
Um máximo de 5 poemas de cada autor constante da lista final poderá ser reproduzido nas press-releases; no site de Glória de Sant'Anna e mensagens distribuídas por email com o propósito de divulgar os livros, a sua leitura ou o Prémio.

Júri -
a) O painel de Júri inclui o Presidente mais quatro elementos.
b) Cada membro do Júri terá o direito de exercer um voto.
c) O Prémio não poderá ser dividido. Os fundos doados não podem ser usados para outros fins do que custos directamente associados ao prémio.
d) O Júri reserva-se o direito de não atribuir o Prémio por razões justificáveis.
e) Os casos omissos serão resolvidos pelo Júri, que é soberano e de cujas decisões não haverá recurso.
f) A decisão final do Júri é irrevogável.
g) A atribuição e entrega do prémio será a 26 de Maio de 2013 em local a anunciar.

(Clique nas imagens para ampliar)
(Dúvidas ou questões adicionais poderão ser esclarecidas por Inez Andrade Paes - inezapaes@gmail.com)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

À briosa Associação dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua

1 - O que é ser Bombeiro?
I
É ser “BOM” filho e irmão…
Ser “Bom” neto e “Bom” vizinho;
É ser um “Bom” cidadão,
Tratar  todos com carinho…
II
É ser um “bom companheiro”:
Ser casado, “Bom” marido,
“Bom” colega, ser solteiro;
Se tem filhos: pai amigo!
III
Casado, da esposa amor,
Ter, no coração, o lar;
Em casa, tudo compor,
Ter, nos seus, um terno olhar.
IV
Ser um “bom” profissional,
Colegas: cumprimentar,
Nada a ninguém fazer mal,
P’ra todos ter um “bom” ar!
V
Ser o primeiro a entrar
E o último a sair,
P´ra todo o bem lhe calhar…
E a todos saber sorrir.
VI
Para todos, muito amável,
Ter todos no coração;
Prós Chefes, ser muito afável,
Ser honrado, honesto e são.
VII
Ter gosto na sua farda,
E no bivaque também;
Não lhe falte mesmo nada,
Que tudo lhe fique bem!
VIII
Usar  calçado e engraxado,
Bem vestido a rigor;
O cinto bem apertado;
Que pareça um primor!
IX
Delicado por quem passa:
Seja rico, seja pobre;
Que isto todo o bem lhe faça,
Pois, tal gesto é muito nobre!
X
Esteja sempre preparado
“Para o que der e vier”.
Se a sirene der um brado,
Saltar  logo a correr.


2 - Gostar da sua “Missão”                  
XI
Saber lidar com o “Bomba”
Que é seu principal labor,
Seja pequena  ou bem longa,
E usá-la com rigor.
XII
Foi mesmo a palavra “Bomba”
Que deu o termo “Bombeiros”;
Foi tal palavra, não longa,
Dos instrumentos primeiros:
XIII
Por isso, a deve enrolar
E desenrolar mui bem,
E, depois, a colocar
No lugar onde convém.
XIV
Desde que entra no carro,
E durante a viagem,
Pense que somos de barro:
Cuidados com a vertigem.
XV
Deve ser muito prudente
Pois, sem contar, corre risco:
Se quiser ficar contente
Afaste-se dum mau “petisco”!
XVI
Se se tratar dum “incêndio”,
Toda a cautela é pouca;
Invoque o Santo Prudêncio,
Use o metal numa touca.
XVII
Se o incêndio demorar,
Tenha cuidado maior;
Avance,  mas de vagar,
E tenha cautela mor.
XVIII
Quando o incêndio terminar
Veja que não falte nada;
Que trouxe tem de levar
Para não levar pancada…
XIX
Quando voltar ao Quartel,
Não pense mais no passado:
Merece um bolo de mel
E um bife “bem passado”!
XX
Mas se não lhe derem nada,
Faça conta ter comido;
Traz  consciência alegrada
E “a paz de um dever cumprido”.


3 - Mais situações difíceis
XXI
Não trabalha só de “bomba”;
Mil situações a espreitar…
Esta lista é muito longa:
Que ninguém pode contar…
XXII
Embate de viaturas:
Cada vez mais numerosas;
Com milhares de diabruras,
Casa dia é mais p’rigosa.
XXIII
Pessoas perdem a vida,
Outras, inutilizadas:
Não podem fazer a lida,
Ficam mui traumatizadas!
XXIV
Se há alguns “afogamentos”
Tudo é bem mais p’rigoso;
Tem de haver homens atentos,
Com fazer mais rigoroso,
XXV
E se há “atropelamento”,
Em milhar’es de passadeiras;
Lá vão bombeiros atentos,
Até algumas bombeiras.
XXVI
Se um “carro descarrila”
Duma alta ribanceira,
Vão mui bombeiros em fila,
Usando rebocadeira.
XXVII
Se há um “parto inesperado”.
Tem de ir uma marquesa;
Vai motorista apressado,
Com mais cuidado e destreza.
XXVIII
Se há “corrida de motares”,
Esteja o bombeiro atento…
Estavam melhor em seus lares
Que passar por tal tormento!
XXIX
E “se chocam frente-a-frente”
Viaturas de bombeiros
Há mortes certas e sempre,
Têm de vir cangalheiros!...
XXX
Deus nos livre de tal sorte:
Rezemos a São Marçal:
Que nos livre de al morte
E de qualquer outro mal!


4 - Objetivo ou princípio, meio e fim deste poema
XXXI
O sub-título do “Poema”
É, em suma, uma Homenagem
Simples, merecida e amena
De que o “Quartel” dá imagem.
XXXII
As primeiras dez “quadras”
Quis, de forma pedagógica,
Dizer em poucas palavras,
Que bombeiro é bom, por lógica!
XXXIII
De “bombeiro” vem o “Bom”
E a “bomba” deu “bombeiro”;
Ser bombeiro é um dom,
Pois é muito prazenteiro.
XXXIV
Tem uma Associação
Que é sua base legal;
E tem uma Direção
Que é p’ra todos leal.
XXXV
Direção e “corpo ativo” 
Dueto bonito fazem;
É bem verdade o que digo:
O Diretor é seu “Pagem”!
XXXVI
Toda esta Direção
Merece a Felicidade;
Trabalha com coração,
Reconhece-o a cidade.
XXXVII
O quartel necessitara
Da obra quase tem feito;
Todo o reguense repara
Que, assim, tem bonito jeito.
XXXVIII
Esta bela Associação  
É primeira do Distrito;
Falta a “Beatificação”
P’ra que fique tudo dito!
XXXIX
Esta Associação merece
Honras da Régua a Lisboa,
Pois, de tantas, me parece
Que é, dentre todas, Mui Boa!
XL
Tem bom Rio, bela Cidade;
De noite, giro “Arraial”;
Que diremos nós “Quem viva”?
“Vivam todos em geral”!!!
- J. Silva Pinto

Clique nas imagens acima para ampliar. Sugestão de J. A. Almeida e edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Junho de 2012. Texto também publicado na edição do semanário regional "O Arrais" de 31 de Maio de 2012. Este artigo pertence ao blogue Escritos do Douro. Todos os direitos reservados. É permitido copiar, reproduzir e/ou distribuir os artigos/imagens deste blogue desde que mencionados a origem/autores/créditos.

domingo, 8 de abril de 2012

Poema de António Cabral - LEONOR!

"Leonor" (do poeta duriense António Magalhães Cabral) é poema musicado pelos Xícara!
António Joaquim Magalhães Cabral (Castedo do Douro, 30 de Abril de 1931 - Vila Real, 23 de Outubro de 2007) foi um escritor, dramaturgo, poeta e ensaísta português.
António Cabral frequentou o curso teológico do Seminário de Vila Real e obteve a licenciatura em Filosofia pela Universidade do Porto. Depois de abandonar a vida sacerdotal, ingressou no ensino secundário, sendo professor efectivo da Escola Secundária Camilo Castelo Branco. A partir de 2001 foi professor de Cultura Geral, na Universidade Sénior de Vila Real. Era conhecido pelas suas conferências em centros culturais, escolas do ensino básico, secundário e universitário, tanto em Portugal como no estrangeiro, Galiza e Alemanha sobretudo, falando de temas que lhe eram preferidos, tais como literatura, jogos populares e pedagogia do jogo.
Como animador sociocultural, fundou em 1979 o Centro Cultural Regional de Vila Real, do qual foi Presidente da Direcção até 1991, ano em que passou a ser o Presidente da Assembleia Geral. Foi sobretudo na investigação e organização de festas de jogos populares que a sua acção se tornou mais notória. Através deste Centro promoveu cinco encontros de escritores e jornalistas de Trás-os-Montes e Alto Douro: em Vila Real (1981), Chaves (1983), Bragança, Mirandela e Miranda do Douro (1984), Lamego, Régua e Alijó (1985) e Vila Real (1997). Foi perito do Conselho da Europa no II Estágio Alternativo Europeu sobre Desportos Tradicionais e Jogos Populares, realizado em Lamego, em 1982. Foi ainda o principal responsável pela organização dos Jogos Populares Transmontanos e Jogos Populares Galaico-Transmontanos, com início respectivamente em 1977 e 1983. No Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis, que antecedeu o Instituto da Juventude, desempenhou os cargos de Delegado do Distrito de Vila Real e Coordenador da Zona Norte, entre 1974 e 1976. Foi Presidente da Direcção e mais tarde Presidente da Assembleia Geral, da Associação Nacional de Animadores Socioculturais, fundada em 1995. Desde Março de 1996 até final de Janeiro de 2004, foi Delegado do INATEL no Distrito de Vila Real, o que lhe permitiu privilegiar a cultura popular.
No domínio das letras e das artes fundou em Vila Real, em 1962, a revista Setentrião, a revista Tellus de que foi o primeiro director em 1978, e o mensário Nordeste Cultural, em 1980. Era membro do Conselho de Redacção da revista galaico-portuguesa O Ensino. Foi agraciado com as medalhas de prata de mérito municipal de Alijó (1985) e de Vila Real (1990). Foi seleccionado para Maletas Literárias de duzentos livros portugueses, no programa Territórios Ibéricos em 2004-2005. Teve uma colaboração dispersa por revistas e jornais portugueses e estrangeiros, salientando-se a colaboração semanal entre Novembro de 1993 e Janeiro de 1995 no jornal Público, com textos sobre tradições populares. Colaborou ainda com o Semanário Transmontano, com o jornal Entre Letras, de Tomar, e com os periódicos Notícias do Douro e Notícias de Vila Real. Teve participação em programas de rádio e de televisão, colectâneas escolares, obras colectivas e antologias de poesia, tais como Poesia Portuguesa do Pós-Guerra, Poesia 71, Oitocentos Anos de Poesia Portuguesa, Hiroxima, Vietname, Poemabril, Ilha dos Amores, O Trabalho, Poetas Escolhem Poetas. Alguns poemas de António Cabral foram cantados por Manuel Freire, Adriano Correia de Oliveira e Francisco Fanhais. Prefaciou e/ou fez a apresentação de diversos livros, entre eles, Cantar de Novo, de José Afonso e Ser Torga, de Fernão Magalhães Gonçalves e também de obras de escritores transmontanos com projecção nacional como Bento da Cruz e António Manuel Pires Cabral. (Fonte Wikipédia)
LEONOR

A Leonor continua descalça,
o que sempre lhe deu certa graça.

Pelo menos não cheira a chulé
e tem nuvem de pó sobre ò pé.

Digam lá se as madames do Alvor
são tão lindas como esta Leonor

Um filhito ranhoso na mão,
uma ideia já podre no pão.

Meia dúzia de sonhos partidos,
a seus pés, como cacos de vidros.

Digam lá se as madames do Alvor
são tão lindas como esta Leonor.

- António Cabral, Antologia dos Poemas Durienses, Chaves, Edições Tartaruga, 1999.


quinta-feira, 1 de março de 2012

Tributo ao poeta reguense João de Lemos


A LUA DE LONDRES
É noite. O astro saudoso
rompe a custo um plúmbeo céu,
tolda-lhe o rosto formoso
alvacento, húmido véu,
traz perdida a cor de prata,
nas águas não se retrata,
não beija no campo a flor,
não traz cortejo de estrelas,
não fala de amor às belas,
não fala aos homens de amor.

Meiga Lua! Os teus segredos
onde os deixaste ficar?
Deixaste-os nos arvoredos
das praias de além do mar?
Foi na terra tua amada,
nessa terra tão banhada
por teu límpido clarão?
Foi na terra dos verdores,
na pátria dos meus amores,
pátria do meu coração!

Oh! que foi!... Deixaste o brilho
nos montes de Portugal,
lá onde nasce o tomilho,
onde há fontes de cristal;
lá onde viceja a rosa,
onde a leve mariposa
se espaneja à luz do Sol;
lá onde Deus concedera
que em noite de Primavera
se escutasse o rouxinol.

Tu vens, ó Lua, tu deixas
talvez há pouco o país
onde do bosque as madeixas
já têm um flóreo matiz;
amaste do ar a doçura,
do azul e formosura,
das águas o suspirar.
Como hás-de agora entre gelos
dardejar teus raios belos,
fumo e névoa aqui amar?

Quem viu as margens do Lima,
do Mondego os salgueirais;
quem andou por Tejo acima,
por cima dos seus cristais;
quem foi ao meu pátrio Douro
sobre fina areia de ouro
raios de prata esparzir
não pode amar outra terra
nem sob o céu de Inglaterra
doces sorrisos sorrir.

Das cidades a princesa
tens aqui; mas Deus igual
não quis dar-lhe essa lindeza
do teu e meu Portugal.
Aqui, a indústria e as artes;
além, de todas as partes,
a natureza sem véu;
aqui, ouro e pedrarias,
ruas mil, mil arcarias;
além, a terra e o céu!

Vastas serras de tijolo,
estátuas, praças sem fim
retalham, cobrem o solo,
mas não me encantam a mim.
Na minha pátria, uma aldeia,
por noites de lua cheia,
é tão bela e tão feliz!...
Amo as casinhas da serra
coa Lua da minha terra,
nas terras do meu país.

Eu e tu, casta deidade,
padecemos igual dor;
temos a mesma saudade,
sentimos o mesmo amor.
Em Portugal, o teu rosto
de riso e luz é composto;
aqui, triste e sem clarão.
Eu, lá, sinto-me contente;
aqui, lembrança pungente
faz-me negro o coração.

Eia, pois, ó astro amigo,
voltemos aos puros céus.
Leva-me, ó Lua, contigo,
preso num raio dos teus.
Voltemos ambos, voltemos,
que nem eu nem tu podemos
aqui ser quais Deus nos fez;
terás brilho, eu terei vida,
eu já livre e tu despida
das nuvens do céu inglês.

NÃO TE ENTENDO CORAÇÃO
Mas se não amo, nem posso,
Que pode então isto ser?
Coração, se já morreste,
Porque te sinto bater?
Ai, desconfio que vives
Sem tu nem eu o saber.



Porque a olho quando a vejo?
Porque a vejo sem a olhar?
Porque longe dos meus olhos
Me andam os seus a lembrar?



Porque levo tantas horas
Nela somente a pensar?


Porque tímido lhe falo,
E dantes não era assim?
Porque mal a voz lhe escuto
Não sei o que sinto em mim?
Porque nunca um não  me acode
Em tudo que ela diz sim?



Porque estremeço contente
Quando ela me estende a mão,
E se aos outros faz o mesmo
Porque é que não gosto então?
Deveras que não me entendo,
Nem te entendo, coração.



Ou me enganas, ou te engano;
Se isto amor não pode ser,
Não atino, não conheço
Que outro nome possa ter;
Ai, coração, que vivemos
Sem tu nem eu o saber.

AS ROSAS DE SANTA ISABEL
Onde ides, correndo asinha,
Onde ides, bela Rainha,
Onde ides, correndo assim?
Porque andais fora dos Paços?
Que peso levais nos braços?
Oh! Dizei-mo agora a mim?...

A Santa, regalos novos,
Frutas, pão, e carne, e ovos,
No regaço e braços seus,
Sem cuidar ser surpreendida,
Ia levar farta vida
Aos pobrezinhos de Deus.

Coram-lhe as faces formosas,
E responde:- "Levo rosas..."
Dom Dinis deitou-lhe a mão,
Ao regaço, de repente;
Mas de rubra cor vivente
Só rosas lá viu então!...

Como o tempo era passado,
Nos jardins, no monte e prado,
De rosas e toda a flor,
El-rei, cheio de piedade,
Nas rosas da caridade
Viu a bênção do Senhor!

E daquele rosal dela
Tirando uma rosa bela,
Que guardou no peito seu,
Disse-lhe:- "Em paz ide agora,
Que eu me encomendo, Senhora,
À Santa, ao Anjo do Céu."


João de Lemos de Seixas Castelo Branco Nascimento: Nasceu em 6-5-1819 no Peso da Régua e  faleceu em 16-1-1890 em Maiorca, na Figueira da Foz. Poeta ultra-romântico, nascido a 6 de Maio de 1819, no Peso da Régua, e falecido a 16 de Janeiro de 1890, em Maiorca, na Figueira da Foz, foi adepto da causa absolutista.

Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, desempenha várias missões diplomáticas ao serviço de D. Miguel e dirige desde 1848 o jornal A Nação, órgão dos miguelistas. Depois da vitória dos liberais, exila-se em Inglaterra, onde compõe o poema que o notabilizou, “A lua de Londres”. ~
Colaborou na revista coimbrã O Trovador, de que foi um dos fundadores, bem como em outros periódicos, tais como a Revista Universal Lisbonense (1841-1859), a Revista Académica de Coimbra (1845-1854), o Prisma (1842-1843), a Ilustração (1845-1846) e o Cristianismo (1843).

O seu lirismo é imbuído de um sentimentalismo exagerado, com evocações nostálgicas da terra natal e da pátria, e marcado por um certo convencionalismo.

Bibliografia:
Obras poéticas:
- O funeral e a pomba: poema em 5 cantos
- Cancioneiro (1858-1867-  I volume: Flores e Amores, II  volume: Religião e Pátria e III volume: Impressões e Recordações)
- O livro de Elisa: fragmentos (1869)
- Canções da tarde (1875)
- Serões de Aldeia (1876)
- O tio Damião: poema lírico (1886)
- O Monge Pintor (1889)
Obras de Teatro:
- Maria Pais Ribeira: drama em 4 actos
- Um susto feliz: comédia
Artigos jornalísticos compilados:
- Os Frades
- Ele e Ela
- A Inquisição de 1850

Sobre o poeta reguense:

Sobre a sua obra:
Clique nas imagens para ampliar. Sugestão de J. A. Almeida e edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Fevereiro 2012. Este artigo pertence ao blogue Escritos do Douro. Todos os direitos reservados. É proibido copiar, reproduzir e/ou distribuir os artigos/imagens deste blogue sem a citação da origem/autores/créditos.