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domingo, 31 de agosto de 2014

Conheça o Reguense Jaime Ferraz Rodrigues Gabão

Cruzar a linha não é muito fácil, em especial quando não há vantagens ou ganhos em retorno. É nesta hora que você percebe e entende quem tem consideração, quem reconhece!
Conheça o Reguense Jaime Ferraz Rodrigues Gabão
As cartas enviadas desde Porto Amélia em Moçambique sobre o Sport Clube da Régua.
Jaime Ferraz Rodrigues Gabão

Nasceu na cidade do Peso da Régua em 13 de Abril de 1924.
Com 68 anos, faleceu a 18 de Junho de 1992, dia do Corpo de Deus, em Lisboa - onde, uns dois meses antes, se submetera a melindrosa intervenção cirúrgica.

Tive a oportunidade de ler algumas cartas, vindas de longe, de uma comoção difícil de esquecer. Voltou a dar vida às ruas velhinhas, de comércios e ofícios, hoje fechados na própria nostalgia dos tempos e costumes que não voltam.  
Jaime Ferraz Gabão era um reguense pelo nascimento e pelo coração, mas de origem vareira. Sempre se orgulhou dessa origem. Viveu a geminação Régua-Ovar como um encontro dentro de si próprio. Seguiu-a do seu canto, pequeno mundo de livros e papéis. A falta de saúde não lhe permitiu assistir às cerimónias oficiais.
Estivesse onde estivesse, o seu coração pulsava pela Régua. São disso eloquente testemunho as HISTÓRIAS DO SPORT CLUBE DA RÉGUA e do NOTÍCIAS DO DOURO.

Jaime Ferraz Gabão foi um jornalista espontâneo. Como tantos outros expoentes do nosso jornalismo, foi homem de formação sem formatura. O sentimento dos jornais, o espírito atento e a experiência, foram fazendo dele o apreciado jornalista que veio a ser.
Nos muitos anos de África, passados em Porto Amélia, foi colaborador de quase todos os jornais moçambicanos, muito especialmente do DIÁRIO de Lourenço Marques. Neles praticou um jornalismo de noticiário oportuno e de inabalável sentimento patriótico. Quando a descolonização lhe desmantelou a vida, ficou a lamentar mais os prejuízos da terra portuguesa, do Atlântico ao Índico, que as suas próprias perdas. Foi em Moçambique um saudoso de Portugal e em Portugal um saudoso de Moçambique.

No seu regresso de África, veio a ser, pouco a pouco, a alma e a sobrevivência do NOTICIAS DO DOURO. Por fim, era ele, com a dedicação dos tipógrafos, a conseguir, em cada semana, um número difícil.
Quando o NOTICIAS DO DOURO sofreu, bruscamente, uma grande mudança de clima,Jaime Ferraz Gabão sentiu um desconforto tão inesperado como injusto. Para se recompor da enorme frustração, não lhe bastava ser correspondente do PRIMEIRO DE JANEIRO e colaborador esporádico do JORNAL DE MATOSINHOS. Precisava de mais espaço no jornalismo regional. Teve-o da magnânima e hospitaleira VOZ DE TRÁS-OS-MONTES e, depois, do ARRAIS. Com inquebrantável assiduidade, colaborou nestes jornais do seu espírito e do seu coração, até às últimas migalhas de saúde.

O Sport Clube da Régua, distinguia-o, desde 1965, como "Sócio de Mérito".
Depois de completar 50 anos de jornalismo, muitas foram as homenagens e distinções merecidas por Jaime Ferraz Gabão: Rotary Clube da Régua, Clube da Caça e Pesca do Alto Douro, Voz de Tráz-os-Montes e Arrais; "Medalha de Mérito Jornalístico" da Câmara Municipal de Peso da Régua e "Louvor pelos relevantes Serviços Prestados à Imprensa Regional" da Presidência do Conselho de Ministros.


- Peso da Régua, Junho de 1992, Camilo de Araújo Correia.*


Conheça algumas das cartas enviadas e publicadas pelo Jornal Notícias do Douro, sobre o SC Régua.
Clique nas imagens acima para ampliar
Transcrito do site - Sport Clube da Régua

Alguém disse: Cruzar a linha não é muito fácil, em especial quando não há vantagens ou ganhos em retorno. É nesta hora que você percebe e entende quem tem consideração, quem reconhece! Minha gratidão imensa ao Dr. José Alfredo Almeida, Amigo sempre presente pela pesquisa dos textos, ao pessoal do Notícias do Douro pela autorização, na pessoa do Dr. Armando Mansilha, salientando também o velho Amigo, funcionário e jornalista Fernando Guedes, que se encarregou de fotocopiar os recortes acima expostos e ao Sport Clube da Régua, a quem meu saudoso Pai ofertou amor e inúmeras horas de dedicação intensa, desinteressadas e permitiu a digitalização-publicação no site do clube. Seu pensamento-coração, mesmo longe, em terras de África (Porto Amélia, hoje Pemba), estavam também no rincão natal. - Jaime Luis Gabão, 4 de Maio de 2011.
    • JAIME FERRAZ RODRIGUES GABÃO no GOOGLE !

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Desabafo!

Queria ter poderes infinitos para levar comigo as cores, o corpo, a simplicidade e o toque apetecido de minhas raízes...
Clique nas imagens para ampliar. Texto e fotos de Jaime Luis Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Maio de 2014. Este artigo pertence ao blogue Escritos do Douro. 

segunda-feira, 19 de maio de 2014

OLH'ÓS REBUÇADOS DA RÉGUA!!..

Doces e teimosas MULHERES da Régua!
Levo-te a ponto de rebuçado,
virgem cidade que é meu cado,
e bebo o néctar chamado porto,
fruto do vale que assim exorto!

Tanto de rio, tanto de ouro,
olhar calado, onde me ancoro...
dum rio Douro a amar-te em cio,
beijo molhado, a quente e frio.

Levo-te em doce barco rabelo,
minha epopeia em fado de sê-lo,
rumo ao Porto, porto partido,
em tonéis de ventre apetecido...

Da Régua sai-me o néctar que doo,
alma de um povo, alma do Douro,
sol prisioneiro a bem desterrado
p'lo mundo inteiro, engarrafado.

Leva no rótulo a marca dos beijos
que na vindima são de desejos,
e, só por isso, sol redimido,
por em si levar o amor sentido...

...é redenção, a fama que ganha,
e quase todo o orgulho que tenha,
passa na Régua, à sombra das vinhas,
em afãs de glórias também minhas...



OLH'ÓS REBUÇADOS DA RÉGUA!!.. Pregão das rebuçadeiras da Régua. Os rebuçados da Régua são uma guloseima típica da cidade, feita de açúcar caramelizado, produzidos e embalados artesanalmente.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Tombou uma árvore - José Coutinho Pinto Júnior

Paulatinamente, no inverno da vida, vão tombando e desaparecendo das velhas ruas da Régua, árvores fortes, com raízes profundas, que foram abrigo frondoso em nossa infância e estruturadoras da personalidade de muitos de nós que exaltamos o Douro... Neste entardecer melancólico de todos os dias, abraçamos a saudade a cada árvore que desaparece... a cada folha que cai como lágrima, nas ruas frias de uma Régua diferente, a caminho do esquecimento... 
- Jaime Luis Gabão - Fevereiro de 2014.
Um amigo da Régua

Na vida é sempre assim: chegamos e partimos, vivemos e sonhamos, vencemos e perdemos, esquecemos e lembramos. Por isso, o nosso tempo de vida é sempre fugaz e efémero, mesmo quando acreditamos que somos capazes de alcançar a Eternidade. Assim, não faz sentido dizermos que a morte  de alguém é o fim. O mais certo, é pensarmos que apenas faz sentido chorar a morte de alguém que amamos, se antes nos regozijarmos com a sua vida, com o que construíram, com o exemplo de vida e de valores que nos deram, com a obra que nos legaram. Quando morre um amigo assim, sentimos que perdemos uma parte de nós, mas quando esse amigo é um homem bom e justo e que dedicou  a sua vida inteira à  terra que foi o berço, às pessoas simples e humildes e às organizações sociais, de solidariedade e culturais, quem mais perde é a humanidade.

Na Régua, no dia 11 de Fevereiro, a humanidade perdeu o nosso amigo José Coutinho, um reguense dos "quatro costados". Tinha 85 anos e, como alguém escreveu, o Senhor Coutinho, como era carinhosamente tratado, será lembrado na história pela sua acção grandiosa como Presidente da Junta de Freguesia do Peso da Régua, lugar que pela vontade do povo desempenhou durante três décadas. Mas, o seu nome será também lembrado pelo seu exemplo cívico, pela solidariedade afectiva com as pessoas mais desfavorecidas e pela sua cidadania activa em prol do bem comum e do progresso da sua terra que muito amou, servindo-a com paixão em diversas  instituições, tais como o Sport Clube da Régua, a Cruz Vermelha, o Clube Caça e Pesca, a Associação da Região do Douro para Apoio aos Deficientes e a sua Associação Humanitária de Bombeiros.

A vida do José Coutinho teve sentido. A Régua precisa de homens como ele. Só estes fazem grande a terra onde nasceram. Foi isso que fez o José Coutinho como político e, sobretudo, um exemplar cidadão. Morreu um amigo da Régua. Que da sua vida saibamos colher o que tanto semeou e, acima de tudo saibamos aprender, a  sua  grande lição de civismo e dignidade.

Hoje, que lembro o nosso amigo José Coutinho,  estou mais certo que morrer, como dizia o poeta Fernando Pessoa, é só não ser visto... E foram estas as palavras que gostei de ouvir ao padre Luís Marçal no dia em que o seu corpo foi a enterrar ou, melhor, ele já ia a caminho da Eternidade.
- Régua, 15 de Fevereiro de 2014, José Alfredo Almeida (In "Patria Pequena")

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Retalhos da net: Cartas de Ver - Regresso à RÉGUA

Sobre a cidade de PESO DA RÉGUA e o Quartel dos Bombeiros:
REGRESSO À RÉGUA

Publiquei aqui em 20 de Maio último uma carta intitulada O Peso de Regra, na qual me referia à capela da Misericórdia de Peso da Régua como uma das mais bonitas igrejas existentes em Portugal e acrescentava que não se sabia praticamente nada sobre o edifício. Graças a José Alfredo Almeida um amigo da sua terra, fiquei a conhecer outra bela obra na Régua, o Quartel dos Bombeiros Voluntários construído em duas fases entre 1929 e 1955 com o projecto do arquitecto Francisco de Oliveira Ferreira (1884- 1957), o autor também creio eu, do palacete dos Barretos, hoje Biblioteca Municipal da Régua.

A Régua conta com vários edifícios de qualidade registados pelo Serviço de Inventário do Património Arquitectónico (não o Quartel dos Bombeiros infelizmente): a Câmara, a Igreja Paroquial, a capela da Misericórdia, a capela do cemitério, o atual Centro de Saúde, a sede local da Caixa, os Correios, o Tribunal, a estação de CF, as pontes metálica e rodoviária sobre o Douro. O Museu do Douro constituído por edifícios antigos recuperados e uma adição muito moderna, também ajuda a que a Régua seja que uma terra que vale a pena visitar.

O arquitecto Francisco de Oliveira Ferreira é conhecido sobretudo por quatro edifícios, embora tenha projetado dezenas deles no Porto, em Gaia, nas regiões Norte e Centro. Esses edifícios são a Câmara de Gaia, o café A Brasileira, no Porto, o Hotel Astória, de longe o melhor edifício da margem direita do Mondego em Coimbra, e a chamada Clínica Heliântica de Francelos ou Valadares que franqueou a entrada do arquitecto nos higiénicos registos da arquitetura modernista porque não tem telhados (os modernistas benzem-se de horror cada vez que vêem um telhado num edifício recente), sendo constituído essencialmente por largo terraços sobre pilares, necessários aos tratamentos por exposição ao sol em que se acreditava muito na época.

São característicos na arquitectura da segunda metade do século XIX e dos primeiros anos do século XX o género de vãos, molduras e remates de pedra com que  Oliveira Ferreira compunha e ornamentava as suas obras, diferentes daqueles que se utilizavam em séculos anteriores mas de idêntico ao carácter: janelas duplas ou semicirculares (como as do Quartel dos Bombeiros que admitem uma luz belíssima no interior), arcos abatidos, mísulas agudas ou alongadas, pináculos.

Neste quadro, não tenho a certeza de que a capela da Misericórdia da Régua tenha sido projectada por Oliveira Ferreira. Parece-me mais suave e mais colorida (graças aos azulejos e vitrais) um pouco à maneira de outro grande arquiteto da época, Marques da Silva (1869-1947). Quem sabe? A arquitetura da Régua merece uma investigação séria.
Paulo Varela Gomes. Publicado em Julho de 2012 e actualizado em Novembro de 2013.
Clique  na imagem para ampliar e ler. Edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Julho de 2012. Actualizado em Novembro de 2013. Transcrição de publicação do "O Público.pt". Permitida a copia, reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue só com a citação da origem/autores/créditos.  
In CEARQ - PAULO VARELA GOMES - pgomes@darq.uc.pt - Licenciado em história pela Universidade Clássica de Lisboa (1978), mestre em história da arte pela Universidade Nova de Lisboa (1988), doutorado em história da arquitectura pela Universidade de Coimbra (1999). Docente do DARQ desde 1991, professor convidado do Dep. Autónomo de Arquitectura da Universidade do Minho desde 2001, docente convidado de outras universidades portuguesas e estrangeiras. A principal área de investigação e publicação tem sido a história da arquitectura e da cultura arquitectónica portuguesa dos séculos XVII e XVIII.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A minha RÉGUA ! - 76

OUTONO
Fotos que reflectem um estado de alma sobre a nossa cidade
Se participa da rede social 'FaceBook', poderá apreciar a coletânea de imagens 'A Minha Réguanos álbuns 'Peso da Régua' e 'Peso da Régua 2', com mais de 1.500 fotos.

Clique  nas imagens para ampliar. Imagens de autoria do Dr. José Alfredo Almeida (JASA) e editadas para este blogue. Edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Outubro de 2013. Este artigo pertence ao blogue Escritos do DouroSó é permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue com a citação da origem/autores/créditos.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Retalhos de um passado - CALDAS DO MOLEDO

Clique  na imagem para ampliar. Imagem cedida pelo Dr. José Alfredo Almeida (JASA) e editada para este blogue. Edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Outubro de 2013. Este artigo pertence ao blogue Escritos do DouroSó é permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue com a citação da origem/autores/créditos.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A minha RÉGUA ! - 75

OUTONO
Fotos que reflectem um estado de alma sobre a nossa cidade
Se participa da rede social 'FaceBook', poderá apreciar a coletânea de imagens 'A Minha Réguanos álbuns 'Peso da Régua' e 'Peso da Régua 2', com mais de 1.500 fotos.

Clique  nas imagens para ampliar. Imagens de autoria do Dr. José Alfredo Almeida (JASA) e editadas para este blogue. Edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Outubro de 2013. Este artigo pertence ao blogue Escritos do DouroSó é permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue com a citação da origem/autores/créditos.