sexta-feira, 19 de junho de 2009

Bombeiros Semi-Deuses

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Eram estes, como aqui se vê no adro da Igreja Matriz do Peso da Régua, no final da década de 1960, alguns dos gloriosos bombeiros voluntários da Régua que constituíam o Corpo Activo, acompanhados do Comandante Carlos Cardoso dos Santos, empossado nessas funções em 1959, e nas quais se haveria de manter até 1991, após 31 anos de dedicados serviços.

Estes homens de farda azul e capacete dourado fazem parte de um mundo especial. São um modelo de cidadania activa e responsável que, em parte, as crises sociais atingiram e enfraqueceram na sua importância.

Eles foram cidadãos bons que ajudaram a promover valores solidários, o trabalho mais “próximo do próximo, lado a lado”, de partilha e entrega generosa ao seu semelhante na sociedade reguense.

Eles foram bombeiros voluntários, durante muitos anos que, ao empenharam-se na missão suprema da defesa das nossas vidas e bens, souberam continuar o espírito altruísta dos fundadores e contribuíram, com o seu esforço generoso, para a continuidade desta grande obra começada no verão de 1880: a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Peso da Régua.

O exemplo de cada um deles merece deve ser louvado e distinguido com mérito. São, sem margem de dúvidas, merecedores do nosso reconhecimento social.

O seu altruísmo e a sua coragem fortificaram, ao longo dos anos, o espírito do voluntariado nos bombeiros da Régua. Todos eles prestaram valiosos serviços à sua comunidade no desempenho de uma causa nobre, livre e espontaneamente assumida ao serviço do próximo, numa atitude de doação e de solidariedade humana.

Num tempo de amnésia colectiva, recordar e homenagear estes brilhantes bombeiros é um dever para quem assegura no momento presente os rumos da Associação. Estamos atentos ao valor incalculável desta memória colectiva que dever ser preservada e ensinada aos mais novos. Sentimos que, em certos momentos da vida, temos a obrigação de resgatar das “brumas” do esquecimento, os nomes e os feitos dos heróis anónimos, que deixaram marcas duradouras para o historial da instituição.

Essa atitude, mesmo que tomada a título simbólico, deve servir para consolidar os laços com o nosso passado, feito dos pequenos passos de muitos seres, que nos fizeram chegar ao tempo presente.

O testemunho dos bombeiros, de outros tempos, deve servir para nos avivar a necessidade de seguir a lição dos que deram algo de si a esta grande causa humanitária.

O nosso elogio é para os bombeiros que aqui vemos gloriosamente retratados: António Silva, José Pinto Rodrigues - este veio a notabilizar-se com jogador de futebol da equipa do Sport Clube da Régua - Jorge Xavier, Abílio Dias, António Fonseca, José Oliveira, Chefe Armindo Almeida, Américo Coutinho, Rufino Fonseca, José Morais, António Manuel Dias (filho do saudoso Abílio Dias, que esta aqui retratado), Francisco Guerra e o Diamantino Peixe.

É com muita comoção e sentimento de fraternidade que contemplamos os rostos felizes destes nossos generosos bombeiros da Régua. Relembrar o nome destes nossos bombeiros é um acto de orgulho, respeito e merecida gratidão. É uma espécie de uma pequena homenagem de admiração e eterna saudade.

Alguns desses bombeiros já faleceram, mas permanecem vivos no nosso sentir e, sobretudo, na nossa memória. Enquanto, que outros ao envelheceram, com o passar dos anos, retiram-se do Corpo Activo e guardaram as fardas e o capacete para os vestirem, apenas, nos grandes dias festivos, de honra e de glória ao passado. Mas, três deles ainda se encontram, decorrido mais de quarenta anos, a prestar serviço no Corpo Activo, como é o caso dos Chefes António Silva, António Manuel Dias e José Oliveira. Como reconhecimento dos anos de serviço de voluntariado nos bombeiros, o Chefe José Oliveira foi distinguido, recentemente, pela Associação com a Medalha de Ouro da Federação dos Bombeiros do Distrito de Vila Real e o Crachá de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses.

Evocamos os bombeiros da Régua do final da década de 1960 com grande admiração pelo que fizeram, sabendo que tudo o que nos transmitiram é um estímulo para os desafios constantes que, no nosso tempo, enfrentam os bombeiros.

Ao partilharmos a sua generosidade faz sentido recordar, em nome da memória colectiva, a crónica “BOMBEIROS”, de João de Araújo Correia, publicada no jornal “Vida por Vida”, em Novembro de 1957, que, como mais ninguém o soube fazer, louva a dignidade e a importância da figura do bombeiro:

“Meu pai tinha sido bombeiro voluntário. Mas, dotado por aí de lenta agilidade, sempre meticulosamente pausado, é crível que as obrigações de bombeiro, subir e descer escadas, de agulheta em punho, em cima de um telhado, fossem incompatíveis com o seu eu, isto é, com físico e o seu moral. Sei que pouco tempo foi bombeiro. Desertou do apito, mas continuou ou fez-se contribuinte. Foi-o até à hora da morte.

Da actividade bombeiril do meu pai, ficou em minha casa, durante algum tempo, uma recordação. Foram os botões, as charlateiras e umas insígnias do uniforme. O que brinquei, com estas maravilhas amarelas, meio oxidadas, só eu sei…O que não sei é como se perderam. Sei que foram, uma após, imitando o soldadinho de chumbo do conto prodigioso.

Mas, se o soldadinho de chumbo regressou, para fazer das suas, elas coitadinhas, não regressaram. Vivem apenas na minha memória, isto é, no passado, que se faz presente quando eu o chamo.

Sempre que brincasse com os botões, as charlateiras da farda do meu pai, dizia entre mim: o papá foi bombeiro. Dizia-o como se o tivesse visto fardado, em dia de grande gala, numa formatura resplandecente. Dizia-o por intuição das charlateiras, insígnias e botões meio oxidados, mas ainda áureos bastantes para suscitarem orgulho no cérebro infantil. Se tivesse visto o papá numa parada, com o capacete a arder, numa fogueira de sol, com certeza que a minha vaidade se teria tornado insuportável.

Um homem de luvas brancas, com machado de prata às ordens e a cabeça adornada com um elmo de ouro, não é um homem.
É um semi-deus”.

O grande escritor duriense escreveu este belo elogio a pensar na figura do seu querido pai, António da Silva Correia (1869-1947), que de deve ter sido um dos primeiros “sócios activos” da corporação. Como hoje se diz: um bombeiro voluntário.

E, não falseamos nada do seu pensamento, se dissermos que neste seu enaltecimento estavam todos os bombeiros da Régua que conheceu e muito prezou, ao ponto de os imortalizar nas maravilhosas crónicas e histórias escritas nas páginas dos jornais e dos seus livros.

Era esta, no seu imaginário infantil, a figura do bombeiro. E, no nosso será sempre assim igual…Esses homens de luvas brancas com um machado nas mãos são admirados, por nós, como… semi-deuses!- Peso da Régua, Junho de 2009, José Alfredo Almeida.

- Outros textos publicados neste blogue sobre os Bombeiros Voluntários de Peso da Régua e sua História:

  • As "madrinhas" dos Bombeiros - Aqui!
  • A benção da Bandeira - Aqui!
  • Comandante Lourenço de Almeida Pinto Medeiros: Fidalgo e Cavaleiro dos Bombeiros da Régua - Aqui!
  • A força do voluntariado nos Bombeiros - Aqui!
  • A visita do Presidente da Républica Américo Tomás - Aqui!
  • Uma formatura dos Bombeiros de 1965 - Aqui!
  • O grande incêndio dos Paços do Concelho da Régua - Aqui!
  • 1º. de Maio de 1911 - Aqui!
  • Homens que caminham para a História dos bombeiros - Aqui!
  • Desfile dos veículos dos bombeiros portugueses - Aqui!
  • Uma instrução dos bombeiros no cais fluvial da Régua - Aqui!
  • O Padre Manuel Lacerda, Capelão dos Bombeiros do Peso da Régua - Aqui
  • A Ordem Militar de Cristo - Uma grande condecoração para os Bombeiros de Peso da Régua - Aqui!
  • Os Bombeiros no Largo da Estação - Aqui!
  • A Tragédia de Riobom - Aqui!
  • Manuel Maria de Magalhães: O Primeiro Comandante... - Aqui!
  • A Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
  • A cheia do rio Douro de 1962 - Aqui!
  • O Baptismo do Marçal - Aqui!
  • Um discurso do Dr. Camilo de Araújo Correia - Aqui!
  • Um momento alto da vida do comandante Carlos dos Santos (1959-1990) - Aqui!
  • Os Bombeiros do Peso da Régua e... o seu menino - Aqui!
  • Os Bombeiros da Régua em Coimbra, 1940-50 - Aqui!
  • Os Bombeiros da Velha Guarda do Peso da Régua - Aqui!

- Link's:

  • Portal dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua (no Sapo) - Aqui!
  • Novo portal dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
  • Exposição virtual dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua - Aqui!
  • A Peso da Régua de nossas raízes - Aqui!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

As “madrinhas” dos bombeiros.

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Foi assim em 28 de Novembro de 1995 a cerimónia religiosa da bênção de uma nova ambulância - igual a muitas outras que se repetiram ao longo dos 128 anos da Associação - que, nesse mesmo ano, havia sido adquirida para o serviço de transportes de doentes, uma importante missão do Corpo de Bombeiros da Régua, que presta à população do concelho e aos doentes do Centro de Saúde e do Hospital D. Luís I.

É, por tradição, o acto mais significativo do programa das comemorações dos aniversários da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua. Cada uma das Direcções, nos seus mandatados, pretende não só valorizar o património como dotar de mais meios materiais os bombeiros, de forma que prestem um socorro mais eficaz e um serviço de transporte de doentes com eficácia e qualidade.

Muitas destas cerimónias realizam-se, após a celebração da missa em sufrágio dos bombeiros falecidos, em frente ao Quartel Delfim Ferreira ou nas imediações do Largo Dr. Manuel Vieira de Matos – este um ilustre reguense que foi bispo de Braga – junto à Igreja Matriz, como acontece com esta documentada pela fotografia, em que distinto padre Arcipreste Luís Marçal celebrou a bênção da nova viatura.

Como acto simbólico para os bombeiros, ele chama a atenção da população, que gosta de assistir e festejar, e conta com a presença de alguns bombeiros e dos directores, orgulhos de mostrarem novos carros, e especialmente as madrinhas (ou os padrinhos) que nobilitam a cerimónia por serem pessoas generosas, beneméritas ou que se tenham distinguido na sociedade pelos seus gestos humanitários com os bombeiros.

Para a posteridade esta imagem, que marca o tempo e a história, assinala a comparência de duas bonitas jovens “madrinhas” - a Marta Monteiro e a Sara Mota – , filhas de duas famílias que sempre apoiaram a Associação, que nesse dia, ajudaram a dar brilho à cerimónia mais esperada por qualquer bombeiro.

E, no rosto dos bombeiros que ali se encontravam, como se fossem receber um presente desejado, vê-se uma satisfação de partilharem esta sua alegria com estas pessoas muito especiais. Sente-se no olhar deles, um indisfarçável orgulho de terem ao seu lado estas simpáticas “madrinhas” dos seus carros.

Por sua vez, as “madrinhas” que tiveram esta oportunidade, sentem-se gratificadas por contribuírem com um pouco de si para a felicidade dos bombeiros. Para muitas, sobretudo as mais jovens, fica realizado um dos seus sonhos da infância, isto é, de um dia na vida estarem mais perto dos bombeiros, andarem nos carros de fogo e entraram na sua casa, onde todos zelam pela segurança dos nossos bens e das nossas vidas.

Como aconteceu com a Marta Monteiro e a Sara Mota que, nesse ano de 1995, entraram na história dos bombeiros da Régua. Para elas, e ainda bem, desta maneira feliz.
- Peso da Régua, Junho de 2009, José Alfredo Almeida.

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quarta-feira, 3 de junho de 2009

A bênção da bandeira


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Esta imagem de 29 de Novembro de 1959, da autoria do fotógrafo reguense Baía Reis, assinala a cerimónia da bênção de uma nova bandeira da Associação dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua que se realizou na Igreja Matriz com a bênção do distinto pároco Dr. Avelino Branco, acolitado pelo senhor José da Silva Pinto (filho do benemérito que mais tarde abraçou o sacerdócio e foi um dos fundadores da vizinha Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fontes), por ocasião das comemorações do 79º aniversário da instituição.

Esta bela bandeira que, se encontra guardada no Museu da Associação (também visitável em: http://www.museudodouro.pt/exposicao_virtual/BVRegua.html), foi oferecida, com veneração aos bombeiros da Régua, por uma figura muito conhecida e carismática no Peso da Régua, o senhor Manuel Pinto, – temos uma fotografia sua que aqui mostramos em sua homenagem - já falecido, residente na freguesia de Canelas que, segundo sabemos, a essa data, se encontrava emigrado na Venezuela.

Pode ver-se, através desta imagem, que a bandeira é transportada pelas mãos de um grande bombeiro, o Chefe Joaquim Laranja e é agarrada numa das pontas pela madrinha do acto, a bonita menina Maria Celeste da Silva Pinto (actualmente emigrada em Inglaterra), uma filha deste nosso benfeitor. Em sua volta, encontram-se presentes vários cidadãos, ainda nossos conhecidos, que assistiam a esta singela cerimónia.

A bandeira é o símbolo máximo da Associação que a representa em todas as sessões solenes, desfiles de bombeiros, cerimónias oficiais, funerais de todos aqueles que estiveram a serviço desta nobre causa e ainda nas mais importantes festividades religiosas, como é o caso da procissão solene em honra de Nossa Senhora do Socorro, a quem os Bombeiros da Régua prestam homenagem e devoção.

Na bandeira estão todas colocadas as condecorações atribuídas a esta Associação e ao seu Corpo de Bombeiros, das quais destacamos as seguintes:

O grau de Cavaleiro da “Ordem da Benemerência” (1930), o grau de Oficial da “Ordem da Cruz de Cristo” (1931), o título de membro Honorário da “Ordem do Infante D. Henriques” (1984), o Crachá de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (1980), a Medalha de Honra da Câmara Municipal de Peso da Régua (1989), a Medalha, de Ouro de 2 estrelas (1977) da LBP, a Medalha de Mérito de Mérito, de grau Ouro da Federação dos Bombeiros do Distrito de Vila Real (1980) e ainda os Louvores da Câmara Municipal do Peso da Régua, Câmara Municipal de Armamar e do Governo (1904 e 1931).

Para além destas mercês honoríficas, destaca-se ainda o título de “REAL ASSOCIAÇÃO” que foi concedido à Associação pelo Rei D. Luís I, em 1882, - dois anos após a sua fundação -, designação que adoptou ainda durante alguns anos.

Esta importante distinção régia, apenas atribuída a algumas associações no nosso país, testemunha a grande importância que os bombeiros do Peso da Régua sempre tiveram.
Por fim, é de salientar que as associações humanitárias dos bombeiros voluntários de Ermesinde, de Cheires (Alijó) e da Figueira da Foz concederam à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua, o honroso título de “SÓCIA HONORÁRIA”.
- Peso da Régua, Junho de 2009, José Alfredo Almeida.


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terça-feira, 2 de junho de 2009

GLÓRIA DE SANT'ANNA - A eterna poetisa do mar azul de Pemba.

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Partiu esta madrugada nossa Querida Professora, Amiga e Poetisa, Glória de Sant'Anna.
A notícia veio até mim por este pequeno e simples texto:

"... É com profunda dor, que te venho anunciar o falecimento da nossa Mãe.
Morreu às 4 horas da madrugada do dia de hoje..."

Não é fácil falar ou comentar quando o coração está apertado, amargurado com mais esta passagem da vida que envolve e atinge um ser humano de valor sentimental imensurável para muitos de nós que aprendemos a caminhar na vida pela força e ensinamentos recebidos de suas delicadas mãos sempre dadas às nossas, desde os tempos da infância.

Só consigo dizer que jamais esquecerei seu olhar terno, suave, sua voz tranquila, meiga mas firme e de palavras inteligentes, doces, sempre doces, repletas de poesia e sabedoria...

Jamais deixarei de a considerar minha Querida Professora, quase uma segunda Mãe...

Jamais deixarei de a considerar a minha Querida e Eterna Poetisa do Mar Azul de Pemba...

E é com lágrimas nos olhos, com imensa tristeza, com uma tremenda saudade que não tem fim, que, aqui de longe, a revejo no meu imaginário no meu último abraço, no meu último adeus terreno, ciente que a reencontrarei sempre em meus sonhos e na poesia de todos os entardeceres que aprendi a descobrir com a beleza de seus versos e com a generosidade que emanava de seu coração de poetisa, professora e Mãe.
- J. L. Gabão, 02 de Junho de 2009.

Em tempo: Que a beleza e força espiritual de D. Glória (como sempre e carinhosamente por nós era chamada), que são eternas, nos inspire a todos, seus Amigos, assim como a seus Filhos e Familiares, a superar a saudade que fica!

Quando o n'pure chega

É madrugada e o n'pure voltou e canta
para o vermelho-laranja do horizonte
e o silêncio em volta dos telhados
é longo e doce
Uma linha de fumo branco sobe
da fogueira do guarda envolto na capulana escura
e a folhagem parada freme de súbito
ao grito do n'pure
Em redor dos troncos tombaram
as primeiras-tímidas flores da acácia rubra
durante a noite (penso)
ou soltas pelas asas leves do n'pure
- Glória de Sant'Anna - "Amaranto".

  • Da Literatura: GLÓRIA DE SANT'ANNA 1925-2009 - Aqui!
  • 7 registos de Glória de Sant'Anna (Fundação Calouste Gulbenkian) - Aqui!
  • Batuque ao longe - Aqui!
  • Egoísmo - Aqui!
  • Glória de Sant'Anna - Aqui!
  • Glória de Sant'Anna - uma mulher sensível - Aqui!