quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Último Tributo a Manuel Carneiro - Símbolo da Fanfarra dos Bombeiros da Régua

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Faleceu Manuel Carneiro, no passado dia 21 de Agosto, com 86 anos, vítima de doença, em sua casa, junto do carinho dos seus familiares, um homem simples que a Fanfarra dos Bombeiros da Régua  (este ano comemorou 36 anos de existência), bem com todos os bombeiros não podem esquecer na  história da sua mais que secular Associação.

Filho adoptivo da Princesa do Douro, cedo a acolheu como seu berço materno. A sua paixão maior foi a Fanfarra dos Bombeiros da Régua que integrou desde a sua criação e fez parte muitos anos, e quase até ao limite das suas forças. Apesar da sua avançada idade, nunca desistiu de pertencer à Fanfarra, servindo como um elo de ligação de sucessivas gerações de adolescentes, que ele ensinou e acarinhou como se fossem seus filhos.

Foi uma figura querida e admirada pelos reguenses, que sempre o viram presente nos ensaios e nos inúmeros desfiles que participou na cidade da Régua e em outros lugares do país, quer fizesse frio, chuva ou calor, dando exemplo aos mais novos e provando a todos nós que os sonhos nunca têm idade.

Como testemunho do superior e desinteressado amor aos Bombeiros da Régua e, muito em especial, à sua Fanfarra escolheu farda da fanfarra que sempre usou em vida como sua última veste, e foi essa que levou para a Eternidade, depois de o seu caixão descer à sepultura no cemitério de Godim, ao som dos clarins tocados pelos jovens da nossa Fanfarra, que se fizeram representar para lhe prestarem uma última homenagem de gratidão.

Faleceu como viveu, um homem simples e sério, mas grande na sua Alma e que, sem qualquer dúvida, será um inesquecível símbolo da Fanfarra dos Bombeiros da Régua. A toda a sua família, a Direcção, Comando e o Corpo de Bombeiros da Associação de Bombeiros da Régua curva-se de respeito perante o seu exemplo de dedicação que certamente não cairá em terra seca, mas sim terra fecunda como é o sagrado solo reguense.

Paz à sua Alma!
- José Alfredo Almeida - Associação de Bombeiros da Régua, Agosto de 2012

Imagem de Manuel Carneiro e texto cedidos pelo Dr. José Alfredo Almeida. Também publicado no semanário regional "O ARRAIS" edição de 30 de Agosto de 2012. Edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Agosto de 2012. Permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue sómente com a citação da origem/autores/créditos.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Relendo: Em tempo de Festas de Nossa Senhora do Socorro recordo Jaime Ferraz Rodrigues Gabão

Crónica sobre duas pessoas que marcaram nossas vidas. Lembrando-os sentimos que estão (e estarão) sempre presentes!

Em Memória de Jaime Ferraz Gabão - Por M. Nogueira Borges – Publicado no boletim de Festas de Nossa Senhora do Socorro – Peso da Régua - 1994. (Atualização)

Conheci-o em Porto Amélia. O meu destacamento, sediado em Quelimane, viera substituir uns "cocuanes"* que estavam de regresso à Metrópole. Para trás deixava a luxúria dos palmares de Penabe, o esmagamento das infindáveis plantações de chá do Gurué, o silêncio e os ruídos da selva esplendorosa de Mocubela ou Maganja da Costa, a confraternização da boa gente da capital da Zambézia.


Foi em Março de 1968. Em Lisboa, Salazar ainda não agonizava, e Marcelo Caetano repartia o seu tempo entre a Faculdade de Direito, a reescrita do seu Manual de Direito Administrativo e o seu escritório de jurisconsulto ali para os lados da Rua do Ouro, mal sonhando que, em finais desse ano, ocuparia S. Bento para assistir, num desterro brasileiro, ao funeral do Império. Em Lourenço Marques, a Polana estava cheia de sul-africanos e os ecos do Norte mal chegavam às esplanadas.


O Jaime Ferraz Gabão era, a par da sua actividade profissional numa empresa algodeira, o correspondente, para o distrito de Cabo Delgado, do mais prestigiado jornal Moçambicano - o Diário de Moçambique** - e criava, semanalmente, uma página regional onde dava oportunidade a jovens colaboradores. Uniu-nos a paixão pêlos jornais. Essa afinidade gerou entre nós uma profunda estima e, com o tempo, à medida que nos íamos conhecendo, uma amizade tão grande que, ainda hoje, à distância de vinte e seis anos, nem sei como definir.


O Jaime era uma alma generosa e não queria morrer com remorsos nem deixá-los aos vivos. Abandonara a Régua quando os seus sonhos se desfizeram e a realidade que os seus olhos contemplavam era tão crua que não hesitou quando um velho amigo o convidou para abalar até às paragens do indico.


Feito, posteriormente, o reencontro com a Mulher que sempre o acompanhou até ao fim dos seus dias, o meu saudoso amigo ganhou a paz a que todo o ser humano tem direito quando se está de bem com Deus e os seus semelhantes.


África dera-lhe a razão da vida e a justificação para a partilhar. Sob o tecto africano, nos dias abrasadores ou nas noites do cacimbo, o Jaime consumia e retemperava as energias de um homem que, no nosso Douro, herdara o amor do trabalho honrado. Nunca foi patrão nem capataz, nunca ostentou ou humilhou, nunca cortejou poderosos nem desprezou deserdados, nunca separou brancos de um lado e pretos do outro. Amou a África porque a África - caros leitores - é encantamento deslumbrante, um chamamento emocional que arrebata, uma sedução tão arrepiante que não há palavras para a descrever, só sentindo-a, calcorríando as picadas inóspitas e engolindo o seu pó, bebendo água do coco ou dos pântanos solitários, aganando sob o fogo do seu sol ou tremendo nas suas madrugadas de névoa.


Eu entrava em casa do Jaime Ferraz Gabão sem bater à porta, sentava-me à sua mesa sem perguntar onde era o meu lugar, conversávamos horas sem fim no deleite do entardecer, íamos e vínhamos pelas ruas e cafés de Porto Amélia com a naturalidade de quem vivia o tempo todo na fruição plena da fraternidade e as areias da praia de Wimbe já conheciam os nossos pés nas manhãs de Domingo.


Findo o meu tempo de serviço militar regressei à minha aldeia e o Jaime por lá ficou. Ainda recordo, comovido, as nossas lágrimas de despedida.


Um dia, nas sequelas da tal exemplar descolonizaçâo, ele voltou, também, às suas origens. Foi um trauma de que nunca se curou. Aquilo foi como uma traição que, na sua boa fé, não contava; um murro medonho na esquina da sua vida, na pureza da sua certeza patriótica. Desgastado e amargurado, vendo, mais uma vez, o seu ideal a fugir-lhe, mastigou em seco muitas desilusões e incompreensões. Pertencia àquele tipo de homens que não tem pele de elefante porque cultivava a franqueza e a capacidade de perdão. Custava-lhe a ruindade à sua volta, os anátemas dos retornados, a indiferença por uma terra e por uma causa que interiorizara tão profundamente que alturas tinha em que já não sabia se as raízes eram mais fortes - ou mais fracas - do que as saudades dolorosas dos batuques, do cheiro das queimadas, dos dias em mangas de camisa, da leveza das brisas da baía de Pemba, do carregado das trovoadas no mato, do odor a catinga ou dos gritos da hiena sem companhia.


O jornalismo enganou-lhe as recordações, sublimando-as em descrições sempre apaixonadas mas nunca desonestas. Sabia que um jornal, fosse qual fosse o seu dono, não era um palco de propaganda, nem um púlpito de ressabiados pessoalismos, nem um ócio de frustrados a envenenarem relações, nem um palanque onde os vencidos políticos ruminassem vinganças. Praticou um jornalismo de transparência porque não ocultava o relevante e, quando assumia a opinião, não ofendia sentimentos nem provocava a consciência alheia. Tinha a educação herdada do berço e cultivada no pragmatismo do quotidiano. Escreveu muitas páginas de memórias das terras e das gentes por onde andou e viveu sem verbalismos ou maniqueísmos. Viveu o dilema dos que, conhecedores dos largos espaços, se ressentem, sofrídamente, das estreitezas dos horizontes, onde, afinal, a poesia da alma se reflecte no limite dos muros da indiferença das coisas e das pessoas. Sem sabedorias arcádicas ou carreiras/academistas, mas possuidor de um entusiástico autodidactismo. O Jaime Ferraz Gabão transformava a simplicidade escondida na mais bela descoberta. Homem solidário, condoía-se de um pé descalço e não dominava as revoltas do seu sangue. Se é preferível a responsabilidade dos gestos que não praticamos porque outros nos impedem aos que não fazemos porque a eles nos recusamos, o Jaime culpava-se de todas as injustiças do dia a dia da vida. Era um espírito em permanente responsabilização e nunca contente de ver realizar-se o que se deve. Se aqui recordo o Jaime Ferraz Gabão neste livrinho das Festas em Honra de Nossa Senhora do Socorro, onde ele sempre colaborava com alegria, não é só para que conste, mas também para implorar à nossa Padroeira que, não se esquecendo de todos nós - os vivos - não olvide o meu querido e saudoso Amigo que, na Fé, viveu sempre, mesmo quando a morte já lhe rondava os passos.

- Por M. Nogueira Borges – Boletim das Festas de Nossa Senhora do Socorro de 1994 (“recorte” cedido gentilmente por J A Almeida).

* - "cocuanes" termo adaptado do idioma macua e que quer dizer velho(os), no caso: "...viera substituir uns militares mais antigos".
**retifico - Jaime Ferraz Gabão era correspondente e distribuidor para Cabo Delgado do Diário de Lourenço Marques com sede em Lourenço Marques, atual Maputo. Embora colaborasse eventualmente com outros jornais moçambicanos e portugueses, o Diário de Moçambique estava sediado na cidade da Beira e, se a memória não me falha, seu correspondente para Cabo Delgado era o também saudoso Administrador Zuzarte.
  • Sobre M. Nogueira Borges;
  • Jaime Ferraz Rodrigues Gabão citado no portal do Sport Club da Régua - Aqui!
  • Cartal de Longe - Lembrando o cidadão e  o jornalista Jaime Ferraz Rodrigues Gabão - Aqui!
  • UM DE NÓS - Em Memória de Jaime Ferraz Gabão - Aqui!
  • Várias 'ligações'(post's) que comentam Jaime Ferraz Rodrigues Gabão - Aqui!
RECORDANDO... Por Jaime Ferraz Rodrigues Gabão, a propósito das Festas de Nossa Senhora do Socorro

Em Memória de Jaime Ferraz Gabão - Por M. Nogueira Borges – Publicado no boletim de Festas de Nossa Senhora do Socorro – Peso da Régua - 1994.


Clique  nas imagens para ampliar. Imagem de M. Nogueira Borges de autoria de J. L. Gabão. Edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Agosto de 2012 e em homenagem a meu saudoso Pai JAIME FERRAZ RODRIGUES GABÃO e ao estimado Amigo MANUEL COUTINHO NOGUEIRA BORGES. O texto de M. Nogueira Borges é cortesia do Dr. José Alfredo Almeida, também Amigo prezado destas personalidades da Régua e do Douro. Só é permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue com a citação da origem/autores/créditos.

domingo, 26 de agosto de 2012

Retalhos da net: OS NOSSOS VELHOS...

Transcrição do "Diário de Notícias", 22 de Agosto de 2012 - Querem ausentá-los mas eles não se ausentam. A sociedade coloca-os nos jardins, por inúteis, mas não o são; e recordam-se e fazem correr os rosários das memórias, e martirizam-se com as dores no corpo e as dores na alma, estas as piores de todas elas; são deixados, mesmo que, aparentemente, os não deixem; por vezes desorientam-se e perdem-se nas ruas. Os nossos velhos foram tipógrafos, estradeiros, carpinteiros, construíram prédios e barragens, navios e pontes; as suas mãos tornearam a madeira e furaram as montanhas e montaram os carris e fizeram as vindimas e afagaram-nos e tiveram-nos ao colo, protegem-nos, vigiam-nos, nossos pais, nossos avós. Os nossos velhos.

O polimento secular da bestialidade fizera das relações humanas um traço de civilização. Os celtas atiravam os velhos dos penhascos, porque incómodos, e já não eram precisos. Os laços sociais que se foram estabelecendo não impediram as guerras e as atrocidades inomináveis. A educação e a harmonia de costumes não são dados adquiridos, e o poder de uns sobre outros é um elemento da luta de classes. Os homens são bons, quando novos, apenas porque produzem. Velhos, deitam-nos para o lixo.

A regressão dos sentimentos e das atitudes, impulsionada pelos novos modelos sociais que nos impõem, desemboca em múltiplas incertezas. O desprezo pelos velhos é uma das variantes dessa regressão, que não nos propõe outros valores. E indica que temos de enfrentar um desafio moral delicado, com que seremos, inevitavelmente, confrontados. O conceito de família, tal como o conhecemos, tem sido aniquilado pelas novas leis de valor. Mas estas leis não significam que sejam as melhores. Pelo contrário.

As doutrinas do "mercado" estão a pulverizar o modelo europeu de sociedade, até agora o mais harmonioso porque o mais humanizado. Será preciso redefinir as bases do contrato social?

Deitar os velhos fora, abandoná-los em caricaturas de "lares" ou nos gelados corredores dos hospitais parece característica do tipo de sociedade em formação. Aprender a conhecer é aprender a fazer e a viver em conjunto. Remover os velhos do nosso carinho e dos nossos afectos, é removermo-nos a nós próprios da condição humana. Querem ausentá-los, mas eles não se ausentam. Estão ali, muito mais atentos do que se possa presumir. Eles são a memória de todos, a nossa pessoal memória, e a nossa certeza do que fomos para entendermos o que seremos.

Extorquem tudo aos velhos, agora, até, por aumento das tarifas nos transportes, a possibilidade de viajar em Lisboa. Não se queixam, mas não afrouxam. Ei-los. Estão aqui e ali. Vou a O'Neill e reproduzo-o: "Velhos, ó meus queridos velhos, / saltem-me para os joelhos: / vamos brincar?"
Sobre o autor do texto - (fonte Wikipédia) - Armando Baptista-Bastos (Lisboa, 27 de Fevereiro de 1934), jornalista e escritor português.
Estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio e no Lycée Français Charles Lepierre, em Lisboa. Iniciou a sua carreira profissional na redacção de O Século passando, de seguida, a subchefe de redacção de O Século Ilustrado. Foi redactor de outros jornais, como O Diário, República, Europeu, Almaque, Seara Nova, Gazeta Musical e Todas as Artes, Época, Sábado e Diário Popular, onde permaceu por duas décadas. Foi correspondente da Agence France-Presse, em Lisboa. Assinou ainda várias colunas no Jornal de Notícias, A Bola, Tempo Livre e, como crítico, colaborou com o Jornal de Letras, Artes e Ideias, o Expresso, o Jornal do Fundão, o Correio do Minho e o Diário Económico. Fundou ainda o semanário O Ponto, periódico que registou uma série de entrevistas semanais. Na rádio leu as suas crónicas, nomeadamente na Antena 1 e na Rádio Comercial. Actualmente é colunista do Diário de Notícias, do Jornal de Negócios e do Jornal do Fundão.
Na televisão deu-se a conhecer como apresentador, na década de 1990, do programa Conversas Secretas na SIC. A convite do jornal Público, realizou uma série de dezasseis entrevistas sob a designação «Onde é que você estava no 25 de Abril?», posteriormente editadas em CD-ROM.
O Cinema na Polémica do Tempo foi o seu primeiro livro de ensaio, publicado em 1959. Em 1969 lançava As Palavras dos Outros.

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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A minha RÉGUA ! - 39

Fotos que refletem um estado de alma sobre a nossa cidade


Se participa da rede social 'FaceBook', poderá apreciar a coletânea de imagens 'A Minha Régua' (até ao momento com 692 fotos) no álbum 'Peso da Régua'.
Clique  nas imagens para ampliar. Imagens cedidas por José Alfredo Almeida e editadas para este blogue. Edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Agosto de 2012. Este artigo pertence ao blogue Escritos do DouroSó é permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue com a citação da origem/autores/créditos. 

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Retalhos da net: A desprezada, abandonada e vandalizada LINHA DO CORGO

Imagem "Estação de Vila Real" de "Aventar". Clique para ampliar.
In Notícias de Vila Real - 22/08/2012 - A Linha do Corgo, que durante anos fez a ligação entre a Régua e Chaves, foi encerrada. Caminhos-de-ferro, estações e todas as infra-estruturas de apoio estão agora deixadas ao abandono. Em Vila Real, o cenário é igual a tantos outros, mas agora chegou a vez de esta estação ser vandalizada.

A degradação abunda quando num acto de recordar se caminha junto àquilo que em tempos foram os carris que diariamente transportava pessoas, animais e bens. As linhas dos caminhos-de-ferro foram o motor de desenvolvimento para aldeias mais recônditas, foram o que as tirou do isolamento e permitiu às populações saírem de suas casas e conhecerem o “mundo”. Agora e em pleno século XXI muitas dessas aldeias, em tempos isoladas mas que com os caminhos-de-ferro passaram a ter vida, voltaram agora a ficar como estavam há muitos anos atrás. 

Mas se o isolamento dos mais desfavorecidos pouco importa aos sucessivos governos, pelo menos devia interessar-lhes o património e os anos de investimento que agora foram deixados ao abandono. 

A Estação dos Caminhos de Ferro de Vila Real situa-se numa zona bastante movimentada da cidade. Uma zona apetecida e com valor histórico, mas nem isso impediu que as suas janelas e portas fossem arrombadas e partidas, num acto de vandalismo em que a destruição por puro prazer nos parece a única motivação. 

O centenário edifício da estação está entregue a uma associação cujo fim é o turismo, no entanto, e ao que pudemos verificar no local, o que por lá acontece é tudo menos turístico.

Problema levantado em assembleia
Na penúltima edição da Assembleia Municipal de Vila Real, um deputado do Partido Social Democrata (PSD) e outro do Bloco de Esquerda (BE) levantaram a questão do abandono a que a estação estava sujeita. Já na altura, há cerca de três meses, estes dois deputados temiam pela segurança da estação. Sem nada ser feito, o pior veio mesmo acontecer. 

As portas e janelas que estão voltadas para a antiga linha estão destruídas, fechaduras arrombadas, vidros partidos. A instalação eléctrica foi, na sua maioria, destruída ou roubada, e agora Joaquim Barreira Gonçalves, deputado da assembleia e Chefe de Divisão da Cultura e Turismo da autarquia, que alertou para esta questão, teme “que haja um incêndio que destrua a infra-estrutura”. 

As preocupações do deputado vão mais longe. Em declarações ao NVR, o responsável referiu que nas instalações encontra-se “material considerado museológico, como um armário que pertenceu ao chefe da estação, e que facilmente pode ser roubado ou destruído”.

Na altura da penúltima assembleia, os deputados reivindicaram tomadas de posição para que a Estação fosse recuperada, mas nada foi feito. No entanto, Barreira Gonçalves, reforçou essa tomada de posição: “devem ser tomadas atitudes para que a estação seja recuperada. Ela está em boas condições”, deixando ainda em cima da mesa um dos possíveis destinos para o edifício devoluto: “podia ser alvitrada para a estação de camionagem, visto que na zona dos carris existe imenso espaço para os autocarros”, disse. 

Por agora, e sem solução à vista, resta esperar que os actos de vandalismo não continuem a destruir o património vila-realense, e que uma resposta a este problema chegue rapidamente. 
- Sara Alves

Vídeo da Linha do Corgo. Viagem numa automotora de série 9500 da CP, numa manhã de Primavera, entre a Régua e Vila Real.
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