Imagem "Estação de Vila Real" de "Aventar". Clique para ampliar.
In Notícias de Vila Real - 22/08/2012 - A Linha do Corgo, que durante anos fez a ligação entre a Régua e Chaves, foi encerrada. Caminhos-de-ferro, estações e todas as infra-estruturas de apoio estão agora deixadas ao abandono. Em Vila Real, o cenário é igual a tantos outros, mas agora chegou a vez de esta estação ser vandalizada.
A degradação abunda quando num acto de recordar se caminha junto àquilo que em tempos foram os carris que diariamente transportava pessoas, animais e bens. As linhas dos caminhos-de-ferro foram o motor de desenvolvimento para aldeias mais recônditas, foram o que as tirou do isolamento e permitiu às populações saírem de suas casas e conhecerem o “mundo”. Agora e em pleno século XXI muitas dessas aldeias, em tempos isoladas mas que com os caminhos-de-ferro passaram a ter vida, voltaram agora a ficar como estavam há muitos anos atrás.
Mas se o isolamento dos mais desfavorecidos pouco importa aos sucessivos governos, pelo menos devia interessar-lhes o património e os anos de investimento que agora foram deixados ao abandono.
A Estação dos Caminhos de Ferro de Vila Real situa-se numa zona bastante movimentada da cidade. Uma zona apetecida e com valor histórico, mas nem isso impediu que as suas janelas e portas fossem arrombadas e partidas, num acto de vandalismo em que a destruição por puro prazer nos parece a única motivação.
O centenário edifício da estação está entregue a uma associação cujo fim é o turismo, no entanto, e ao que pudemos verificar no local, o que por lá acontece é tudo menos turístico.
Problema levantado em assembleia
Na penúltima edição da Assembleia Municipal de Vila Real, um deputado do Partido Social Democrata (PSD) e outro do Bloco de Esquerda (BE) levantaram a questão do abandono a que a estação estava sujeita. Já na altura, há cerca de três meses, estes dois deputados temiam pela segurança da estação. Sem nada ser feito, o pior veio mesmo acontecer.
As portas e janelas que estão voltadas para a antiga linha estão destruídas, fechaduras arrombadas, vidros partidos. A instalação eléctrica foi, na sua maioria, destruída ou roubada, e agora Joaquim Barreira Gonçalves, deputado da assembleia e Chefe de Divisão da Cultura e Turismo da autarquia, que alertou para esta questão, teme “que haja um incêndio que destrua a infra-estrutura”.
As preocupações do deputado vão mais longe. Em declarações ao NVR, o responsável referiu que nas instalações encontra-se “material considerado museológico, como um armário que pertenceu ao chefe da estação, e que facilmente pode ser roubado ou destruído”.
Na altura da penúltima assembleia, os deputados reivindicaram tomadas de posição para que a Estação fosse recuperada, mas nada foi feito. No entanto, Barreira Gonçalves, reforçou essa tomada de posição: “devem ser tomadas atitudes para que a estação seja recuperada. Ela está em boas condições”, deixando ainda em cima da mesa um dos possíveis destinos para o edifício devoluto: “podia ser alvitrada para a estação de camionagem, visto que na zona dos carris existe imenso espaço para os autocarros”, disse.
Por agora, e sem solução à vista, resta esperar que os actos de vandalismo não continuem a destruir o património vila-realense, e que uma resposta a este problema chegue rapidamente.
- Sara Alves
Mas se o isolamento dos mais desfavorecidos pouco importa aos sucessivos governos, pelo menos devia interessar-lhes o património e os anos de investimento que agora foram deixados ao abandono.
A Estação dos Caminhos de Ferro de Vila Real situa-se numa zona bastante movimentada da cidade. Uma zona apetecida e com valor histórico, mas nem isso impediu que as suas janelas e portas fossem arrombadas e partidas, num acto de vandalismo em que a destruição por puro prazer nos parece a única motivação.
O centenário edifício da estação está entregue a uma associação cujo fim é o turismo, no entanto, e ao que pudemos verificar no local, o que por lá acontece é tudo menos turístico.
Problema levantado em assembleia
Na penúltima edição da Assembleia Municipal de Vila Real, um deputado do Partido Social Democrata (PSD) e outro do Bloco de Esquerda (BE) levantaram a questão do abandono a que a estação estava sujeita. Já na altura, há cerca de três meses, estes dois deputados temiam pela segurança da estação. Sem nada ser feito, o pior veio mesmo acontecer.
As portas e janelas que estão voltadas para a antiga linha estão destruídas, fechaduras arrombadas, vidros partidos. A instalação eléctrica foi, na sua maioria, destruída ou roubada, e agora Joaquim Barreira Gonçalves, deputado da assembleia e Chefe de Divisão da Cultura e Turismo da autarquia, que alertou para esta questão, teme “que haja um incêndio que destrua a infra-estrutura”.
As preocupações do deputado vão mais longe. Em declarações ao NVR, o responsável referiu que nas instalações encontra-se “material considerado museológico, como um armário que pertenceu ao chefe da estação, e que facilmente pode ser roubado ou destruído”.
Na altura da penúltima assembleia, os deputados reivindicaram tomadas de posição para que a Estação fosse recuperada, mas nada foi feito. No entanto, Barreira Gonçalves, reforçou essa tomada de posição: “devem ser tomadas atitudes para que a estação seja recuperada. Ela está em boas condições”, deixando ainda em cima da mesa um dos possíveis destinos para o edifício devoluto: “podia ser alvitrada para a estação de camionagem, visto que na zona dos carris existe imenso espaço para os autocarros”, disse.
Por agora, e sem solução à vista, resta esperar que os actos de vandalismo não continuem a destruir o património vila-realense, e que uma resposta a este problema chegue rapidamente.
- Sara Alves
Vídeo da Linha do Corgo. Viagem numa automotora de série 9500 da CP, numa manhã de Primavera, entre a Régua e Vila Real.
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Clique nas imagens para ampliar. Edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Agosto de 2012. Permitidos copiar, reproduzir e/ou distribuir os artigos/imagens deste blogue somente com a citação da origem/autores/créditos.
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