A força do voluntariado nos bombeiros da Régua
Início da década de 1960 com uma imagem de um extraordinário grupo de bombeiros da Régua, em farda de trabalho, capacete e machado, numa formatura à entrada do Quartel Delfim Ferreira.
Início da década de 1960 com uma imagem de um extraordinário grupo de bombeiros da Régua, em farda de trabalho, capacete e machado, numa formatura à entrada do Quartel Delfim Ferreira.
Aqui está retratada mais uma das sucessivas gerações de generosos de bombeiros que, com o seu espírito de dedicação e abnegação, contribuíram em inúmeras missões de socorro, para segurança das nossas vidas e bens.
Estes briosos bombeiros são os principais responsáveis pela afirmação da força e do dinamismo da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua, que se fundou e cresceu com a força do movimento do voluntariado.
O valor e a importância de uma instituição que tem 128 anos de história define-se essencialmente pelos homens que a representaram - e a continuam a representar - e souberam dar o melhor contributo para o seu engrandecimento.
Ao contrário do que muitos afirmam, nunca estará esgotada a missão de uma associação humanitária, como é o caso da nossa, que em 1880 nasceu da vontade do povo e para servir o povo. Para além do seu fim principal, que é manter um Corpo de Bombeiros, a associação humanitária mantêm-se laços de ligação à população que a criou, permitindo que o seu espaço seja também para o convívio e lazer de todos e de participação em actividades culturais, recreativas e musicais. Desde a fundação, a associação tem aberta ao público uma biblioteca onde se podem encontrar livros para muito gostos.
Uma organização social e humanitária só pode permanecer viva e actuante se, no seu seio, tiver cidadãos de elevada dimensão moral e ética, empenhados na defesa de valores fundamentais para a realização humana.
Podemos recordar, através desta imagem, com nostalgia e saudade, formados à entrada da porta principal do quartel, excelentes bombeiros como o Francisco Ferreira, Diamantino Peixe, José Pinto, Manuel Figueiredo, Joaquim Espírito Santo, o saudoso Trovão, todos já falecidos, e entre nós, o Agostinho Narciso, generosamente conhecido por Zé Grande.
Um dia, com mais algum tempo, havemos de contar uma história divertida que se terá passado na vida do bombeiro Zé Grande – há quem diga que ela é verídica - que tudo fez para tirar uma “carta de condução” para conduzir uma grua da construção civil, na extinta firma A Construtora do Douro, onde em jovem trabalhou como servente. A quem a ouvimos, afirma que ele tudo fez, até da papelada foi tratar na escola de condução reguense. Outros e bons tempos, em que a brincar, as pessoas sabiam sorrir as dificuldades da sua vida…e da dos outros!
Em tempo de grandes crises económicas e dificuldades sociais de vária ordem, o exemplo de dedicação e de solidariedade destes homens – inesquecíveis bombeiros voluntários - deve ser uma referência para os jovens. A eles, a comunidade pede a sua participação cívica na causa do voluntariado nos bombeiros, como principais pilares na salvaguarda da segurança colectiva.
Devemos ter a consciência que vivemos num mundo vulnerável, cada vez com maiores riscos e situações de catástrofes, que deixam mais e mais pessoas em perigo de vida e desprotegidas, à espera da ajuda de um bombeiro voluntário.
Neste contexto, visando reforçar e valorizar a causa do voluntariado nos bombeiros, recordarmos que o Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses divulgou na opinião pública, durante o ano de 2008, esta importante mensagem:
“O voluntariado nos bombeiros é um meio de integração e inclusão social que contribui para a construção de uma sociedade coesa e solidária. Através do voluntariado nos Bombeiros, os indivíduos adquirem e desenvolvem competências, no contexto de uma formação cada vez mais exigente e diversificada, sendo, por isso, um instrumento de aprendizagem ao longo da vida.
Por outro lado, representa uma forma de as pessoas de todas as religiões, convicções políticas e origem socioeconómica poderem contribuir para a defesa de vidas e bens, o mesmo é dizer, exercem uma cidadania activa e responsável, alicerçada nos valores de solidariedade, da partilha, do trabalho em equipa, da eficácia no cumprimento de uma missão”.
Para que sejam cumpridos estes princípios estamos convencidos que os jovens reguenses aceitarão este desafio de assumirem a causa do voluntariado como “soldados da paz”, seguindo os ideais de altruísmo do 1º Comandante do Corpo de Bombeiros do Peso da Régua, Manuel Maria de Magalhães.- Peso da Régua, Maio de 2009, José Alfredo Almeida.
- Outros textos publicados neste blogue sobre os Bombeiros Voluntários de Peso da Régua e sua História:
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