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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Documentário retrata o Douro vinhateiro como uma «surpresa constante»

Vindimeiros - Imagem recolhida da net livre e editada por Escritos do Douro. Clique na imagem para ampliar.
Transcrito do: Café Portugal | quinta-feira, 15 de Setembro de 2011 - São 90 minutos de retrato das gentes do Douro, da região e dos 300 anos de história do vinho do Porto. O documentário intitulado «Life on the Douro», do realizador Zev Robinson, estreou a 6 de Setembro no Douro Film Harvest Festival e será exibido em Novembro em Los Angeles e São Francisco (EUA).

documentário que será exibido na capital portuguesa na Primavera de 2012 tem o cunho de Zev Robinson, um realizador de nacionalidade canadiana e britânica, que veio a Portugal para fazer um breve trabalho sobre uma casa São João da Pesqueira. Quando chegou, Robinson sentiu que «havia muito mais para dizer sobre o Douro Vinhateiro», explica o realizador citado pelo portal Boas Notícias.

E acrescentou que «o Douro é uma surpresa constante» bem como «a maneira como o homem e a natureza estão unidos, como as pessoas estão ligadas à terra, os padrões criados pelas vinhas são uma das maravilhas do mundo e algo que toda a gente deve ver pelo menos uma vez na vida».

Além do retrato sobre a Região Demarcada mais Antiga do Mundo, e património da Humanidade da UNESCO, são também exploradas na película as gentes, a história do Vinho do Porto, abordando paralelamente ideias e hipóteses sobre o futuro da produção vinícola do Vale do Douro.

As filmagens do documentário foram distribuídas ao longo de 15 meses registando locais como as adegas de Gaia e do Porto e momentos como os diferentes processos da produção de vinho do Porto, assim como o rio e a mudança da paisagem das vinhas ao longo das quatro estações do ano.

Um filme rodado ao longo de 45 dias, incluindo 28 entrevistas, entre elas muitas figuras emblemáticas da indústria vinícola que ofereceram as suas perspectivas sobre o presente e o futuro do Douro. Muitos falaram intimamente da história das suas famílias, algumas com séculos de envolvimento na vida do Douro.

Dividido em 13 «capítulos», «Life on the Douro» atravessa toda a história da região, passando por figuras incontornáveis como a mítica dona Antónia Ferreira (A «Ferreirinha») e as famosas casas Sandman e Sogrape.
O filme passa também pelo presente e futuro da produção vinícola no Douro, abordando as diferentes inovações que têm sido introduzidas na produção, sobretudo após a entrada do país para a União Europeia, em 1986.

Recorde-se que o realizador Zev Robinson vive em Espanha há vinte anos onde tem realizado alguns documentários sobre a história e a cultura do vinho.

O seu último trabalho debruçou-se sobre a Dinastia Vivanco e o vinho da região Rioja. Já o próximo documentário que vai fazer será sobre os Arribes del Duero, a faceta espanhola do Douro.

Life on the Douro - A documentary project by Zev Robinson

segunda-feira, 27 de junho de 2011

É preciso que se saiba: "Quanto mais velho, melhor", é a frase popular que define o famoso Vinho do Porto

Por: Manuela Teixeira - Correio da Manhã

Os enólogos afirmam que os vinhos do Douro são únicos, mas foi o filho mais velho, o inimitável Vinho do Porto, quem iniciou a internacionalização da Região Demarcada do Douro. "Quanto mais velho, melhor", é a frase popular que define o famoso Vinho do Porto, também chamado de vinho fino.

Em 2010, o Douro vinhateiro produziu 263 mil pipas de vinho, das quais 140 mil foram de Vinho do Porto. A exportação rondou as 115 mil pipas, que corresponde a 315 milhões de euros. E o mercado nacional rendeu 56 milhões. Contas feitas, a produção de vinhos representa 98 por cento do rendimento da região demarcada. São 45 mil hectares de vinha, dos quais 36 mil licenciados para produzir vinhos do Douro, Porto, Rosé, Moscatel e vinhos durienses correntes.
Segundo o presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), Luciano Vilhena Pereira, a actual crise económica poderá afectar ligeiramente o volume de vendas. "Mas a nível da exportação não parece haver problemas. Estamos até a conquistar novos mercados", frisa.
Actualmente, França, Holanda, Bélgica e Reino Unido são os melhores clientes dos vinhos do Douro. O Vinho do Porto é também muito apreciado nos Estados Unidos, Brasil, África do Sul e, mais recentemente, na Ásia. "O único perigo são as tentativas de imitação do Vinho do Porto. Alguns já arriscaram mas não conseguiram", refere Vilhena Pereira. "Vamos lá ver se os chineses também vão tentar", ironiza.
O que faz do Vinho do Porto único e inimitável são as suas características: é encorpado, generoso, de paladar macio e aroma inconfundível. É uma bebida com classe, que conta a história do Douro desde o final do século XVII.
Depois do Vinho do Porto, o Douro Vinhateiro cultivou dezenas de castas de vinhos de mesa, que conquistaram também Portugal e o Mundo.
A fama dos vinhos do Douro e em particular do Vinho do Porto foi o motor da promoção turística da região. Desde 2001 que o Douro Vinhateiro é Património Mundial, um titulo atribuído pela UNESCO. A paisagem cultural no vale do rio Douro, esculpido de vinhas em encostas íngremes, são o postal da região. Nos últimos anos, os empresários apostaram também no rio, com cruzeiros que levam os turistas até ao Peso da Régua, Pinhão e Barca D’Alva. As viagens incluem visitas às caves de Vinho do Porto e quintas de cultivo.
DISCURSO DIRECTO
"É O NOSSO PATRIMÓNIO",  Luciano Vilhena Pereira, Instituto dos Vinhos do Douro
CM – O Douro Vinhateiro ser Património Mundial fez aumentar as exportações?
Vilhena Pereira – Bastante, sobretudo os vinhos de mesa, porque o Vinho do Porto já tem séculos de notoriedade mundial. Antes de ser Património da Humanidade, o Douro é o nosso melhor património.
– Como trabalham o futuro?
– Estamos a realizar vários estudos de perfis dos solos com a abertura de 1500 buracos. É um trabalho em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
– E como defendem a marca?
– Com muita fiscalização, para travar a saída das castas da região.
PRESERVAR O PASSADO COM OS NOSSOS VINHOS
Fernando Morgado, engenheiro agrário, transmontano de origem e coração, é um dos mais novos vitivinicultores da Região Demarcada do Douro. Criou a marca Quinta de Fiães, com cultivo em Vilar de Maçada, Alijó. O vinho branco Quinta de Fiães é o ex-líbris e está inscrito no ranking dos cem melhores vinhos portugueses. Lançou-se no mercado em 1998 e já conquistou vários mercados internacionais.
Habituado à tradição, a família Morgado faz questão de ainda pisar as uvas em tanques, mas apenas por diversão, porque as tecnologias fazem o trabalho maior.
Preservar o passado na construção do futuro é o lema dos Morgado, que estão já a apostar no agro-turismo, com a construção de espaços onde os turistas podem participar no cultivo e também no processo da vindima. "Este ano vamos ter um boa colheita. Não houve infestações graves e o tempo tem estado favorável ao desenvolvimento da uva", explicou ao Correio da Manhã Fernando Morgado.
Os apreciadores de vinhos do Douro definem os Quinta de Fiães como um vinho macio, leve, que se bebe devagar e com prazer. Apesar de ser um maduro, os Morgado gostam de o servir bem frio.

domingo, 1 de maio de 2011

Imprensa do Brasil - Uma quinta portuguesa com certeza

João Roquette, CEO do grupo Esporão, mostra como é possível realizar o sonho de se tornar dono de uma propriedade vinícola no Douro, em Portugal

Por Márcia Pereira
Quando se conversa com João Pedro Roquette, o jovem CEO de 37 anos da holding Esporão S.A., que controla, entre outras empresas, a vinícola de mesmo nome, baseada no Alentejo, em Portugal, confirma-se a percepção de que fazer vinho é um negócio, antes de tudo, familiar. Mesmo que essa família não tenha décadas ou séculos de expertise no assunto. Ele fala tão tranquilamente dos vinhos da empresa dos Roquette, no mercado há cerca de 35 anos, que parece que a atividade foi passada de pai para filho por várias gerações.
No entanto, João Pedro é representante da segunda geração que assume o comando do empreendimento, iniciado por seu pai, José, em meados da década de 1970, e conta com a participação do irmão e de um tio na gestão. Feliz com a vida que leva entre Lisboa, o Alentejo e agora o Douro, onde os Roquette adquiriram, há três anos, a Quinta dos Murças, João incentiva os que apreciam a arte de Baco a se embrenhar nesse mundo etílico.
Usando como exemplo a nova experiência da holding, a quinta localizada na região vinícola demarcada mais antiga de Portugal, o executivo, de fala empolgada, explica como se entra no seleto território. “A primeira coisa a fazer é, ao escolher a terra, pedir uma avaliação pelo seu valor de reposição”, diz João Pedro. “Foi o que fizemos na região da quinta, onde um hectare chega a valer 40 mil euros.” Nesse preço está embutido o valor dos ativos aplicados na terra, do custo da produção, da mão de obra, da licença para se produzir vinhos na região e da marca da vinícola.
Na Quinta dos Murças, que tem 60 dos seus 156 hectares  plantados com vinhas,  a vinícola estava há cerca de 40 anos num ritmo morno de produção. Portanto, não era dona de nenhuma marca valiosa, o que reduziu o valor de reposição. Um hectare na francesa Borgonha, por exemplo, vale cerca de 1 milhão de euros. “Isso porque quase todo pedaço de terra por lá é ocupado por uma vinícola renomada”, afirma João Pedro, com o típico chiado português. Apesar do alto preço, a rentabilidade dessas terras na França, segundo o empresário,  também é altíssima. Pagam-se com três anos de produção, uma média considerada excelente.
O CEO explica que poderia ter optado pela compra das uvas de alguma vinícola do Douro e transferido a feitura do vinho para a propriedade da família, no Alentejo, onde já tem todo o know-how instalado. No entanto, ele faz ressalvas em relação a esse tipo de negócio. “Dessa maneira, que é até mais barata, não teríamos o total controle da qualidade do produto final”, diz o excutivo, que traz ao Brasil os vinhos Assobio 2009 (R$ 57), Reserva 2008 (R$ 180) e Porto Tawny 10 Anos (R$ 185).
João  Pedro alerta que, apesar de o preço da terra no Douro ser convidativo e acessível à entrada de novos proprietários,  a viticultura de lá é a de montanha. Isso vai demandar um pouco mais de investimento e dedicação. “Porque plantam-se as vinhas ao alto, como dizemos em Portugal.” É um método suíço, da década de 1950, que consiste em acomodar as plantas na escarpa da montanha, obedecendo sua inclinação de cerca de 40º. Essa maneira de manejar a cultura, mais trabalhosa, é a responsável por uma das particularidades do vinho do Douro. Além, é claro, do seu terroir. “Como a videira se fixa inclinada, a água não se concentra tanto nas uvas, o que proporciona vinhos mais concentrados”, afirma o CEO.
Para os recém-chegados ou candidatos a entrar no ramo, o tio de João Pedro, também chamado João (quem disse que em Portugal os homens só se chamam Manoel ou Joaquim?), responsável pela operação da distribuidora da família, a Qualimpor, no Brasil, oferece um conselho precioso. “Coloque, em sua nova bebida, um nome que comece com a letra A”, recomenda.  A razão: nas cartas de vinhos dos restaurantes, seu produto será um dos primeiros a aparecer e pode capturar a atenção do consumidor que não tem muita paciência em explorar todo o rol etílico, por vezes, extenso demais.
- Matéria na íntegra aqui: "ISTO É Dinheiro - Estilo".
- Quinta das Murças (Portal virtual).

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Vinho do Porto cura gripe H1N1?...

Do Lusowine em Quinta, Agosto 20, 2009 - 05:28: Quando a gripe pneumónica atingiu a região do Douro, há um século atrás, os bombeiros da Régua recorreram a um "saboroso" desinfectante: o vinho do Porto, e o método parece ter resultado porque nenhum deles foi contagiado com aquela doença.
A história foi contada por um antigo bombeiro da Régua, António Guedes, que na década de sessenta publicou no jornal "Arrais"(Régua) as suas recordações, e relembrada hoje à Agência Lusa pelo presidente da Federação Distrital dos Bombeiros de Vila Real, Alfredo Almeida**.

António Guedes tinha 24 anos quando a pandemia da gripe espanhola atingiu o Douro, na Primavera de 1918. Na altura, segundo Alfredo Almeida, os bombeiros da Régua desempenharam um papel "importante no apoio sanitário aos infectados e viveram, sem alarmismos, os momentos mais críticos deste nefasto acontecimento".

Através daquele jornal, António Guedes contou que a sua corporação montou "um improvisado hospital na casa onde hoje está o Asilo Vasques Osório, o qual ficou sob a direcção do médico da nossa corporação, o senhor doutor Luís António de Sousa". "Ainda não existiam ambulâncias na corporação, e éramos nós bombeiros, que com macas portáteis, íamos buscar os doentes a suas casas e os transportávamos para o hospital, sublinhou.

No seu relato, Guedes frisa o facto de nenhum dos bombeiros se ter contagiado com aquela terrível doença, certamente devido à desinfecção a que eram sujeitos sempre que chegam com qualquer doente. "E recordo-me muito bem que, dessa desinfecção, constava um 'medicamento', um 'antibiótico' muito agradável, que era o vinho do Porto.

O primeiro gole seria para bochechar e deitar fora e o restante conteúdo do cálice (bem grande, por sinal) era para ingerir", salientou.

Alfredo Almeida disse desconhecer quantas pessoas a pneumónica vitimou no concelho do Peso da Régua, mas, referiu que de Norte a Sul do país, "terá implicado perto de 150 mil casos mortais". "A ser verdade, e não temos razões para duvidar, os efeitos do vinho do Porto, como poderoso desinfectante, talvez pelo seu teor alcoólico, terá resultado em 1918 como uma boa medida de prevenção ao vírus da gripe", sublinhou.

O padre Artur Gomes tinha apenas dois anos quando a sua aldeia, Vale Salgueiro (Mirandela), foi atingida pela gripe pneumónica e na sua memória guarda as histórias de "pavor" contadas pelas pessoas mais antigas."

A minha mãe falava muitas vezes dos muitos familiares que morreram por causa daquela gripe. Os meus pais sobreviveram, mas os seus pais morreram", salientou.

Artur Gomes lembrou que a sua aldeia não tinha médicos ou bombeiros, por isso mesmo diz que as pessoas recorriam aos remédios caseiros, como o chá da flor do sabugueiro.

Alfredo Almeida referiu que, há um século atrás, "se viveram tempos de alguma improvisação". Hoje os bombeiros da Régua já têm um plano de contingência mas, segundo o responsável, continuam a ter uma garrafeira onde existem, claro está, muitas garrafas de vinho do Porto.

"Não há razões para haver pânico. Estamos preparados com máscaras ou desinfectantes, com os meios necessários para e se a crise sanitária nos atingir", sublinhou.
- Fonte: Expresso.pt - Lusowine.

... E bastantes garrafas de Porto na adega dos Bombeiros da Régua, complementando os "meios" necessários, acrescento eu :))))

**José Alfredo Almeida, além de escrever para jornais da região do Douro/Régua, é colaborador do blogue "Escritos do Douro":

  • Morada: Peso da Régua.
  • 1987 – Licenciatura em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
  • Exerce a actividade de Licenciado em Direito, Jurista no Gabinete Técnico Local do Município do Peso da Régua, professor na Escola Secundária do Peso da Régua e na Escola Secundária de Resende, vereador em regime de permanência no Município do Peso da Régua tendo a cargo os Pelouros das Obras Particulares e Urbanismo, Desporto e Juventude, Abastecimento Económico e Assuntos Jurídicos.
    Como actividade Cívica é desde 1998 – Presidente da Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua; Desde 2005 – Vogal da Direcção da Associação da Região do Douro p/Apoio a Deficientes; Desde 2006 – Presidente da Direcção da Federação dos Bombeiros do Distrito de Vila Real.
  • José Alfredo Almeida no "Escritos do Douro" - Aqui!
  • José Alfredo Almeida no Google - Aqui!
  • Portal dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua - Aqui!

= Transcrito do blogue "ForEver PEMBA".