Mostrar mensagens com a etiqueta Vila Real. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Vila Real. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O pito de Santa Luzia

Com a devida vénia In "traga_mundos" - Publicada por Sampaio Figueira Alves, António Alberto em Quinta-feira, Dezembro 13, 2012.

A lenda
Foi uma moçoila da aldeia de Vila Nova, em Vila Real, que os inventou quando foi servir para o Convento de Santa Clara, onde tomaria o hábito depois dum noviciado entre a cozinha e o apoio aos pobres e aos doentes a que a ordem, na sua misericórdia e caridade infinitas, dava guarida de hospital.

Maria Ermelinda Correia, depois Irmã Imaculada de Jesus, era deveras gulosa. Foi este defeito que levou a família a pedir a graça da clausura na esperança de lho transformar em virtude.
(...) No intervalo dum silêncio de «regra» conventual falava de doces, a resposta era sempre a mesma: «nem vê-los».

Na sua inocência, começando a percorrer os caminhos da Fé e da Doutrina para o noviciado tornou-se devota acérrima de Santa Luzia, orago dos cegos e padroeira das coisas da vista.

Foi assim que os pitos de Santa Luzia lhe foram consagrados, e como tal testemunha a festa que ainda hoje, a 13 de Dezembro, na capela de Vila Nova, mantém a tradição.» [Casa Lapão]

Clique  nas imagens para ampliar. Com a devida vénia In "traga_mundos" - Publicada por Sampaio Figueira Alves, António Alberto em Quinta-feira, Dezembro 13, 2012. Edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Dezembro de 2012. Este artigo pertence ao blogue Escritos do DouroSó é permitida a reprodução e/ou distribuição dos artigos/imagens deste blogue com a citação da origem/autores/créditos

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Era uma vez um comboio...


Antigo ferroviário oferece-se para recolocar os carris na Linha do Corgo.
(Jornal de Noticias, Vila Real, Sta Marta de Penaguião, 31 de Outubro de 2011)
Aos 82 anos, o antigo ferroviário José Pinto Mourinha quer ir ajudar, e de graça, a recolocar os carris da Linha do Corgo só para ver passar de novo o comboio entre Régua e Vila Real.
Este octogenário juntou-se às cerca de 50 pessoas que participaram este domingo, em Alvações do Corgo, município de Santa Marta de Penaguião, para debaterem o "Presente e o Futuro", numa iniciativa promovida pelo Movimento Cívico pela Linha do Corgo (MCLC).
O Plano Estratégico de Transportes do Governo prevê a desactivação da Linha do Corgo, entre Peso da Régua e Vila Real, que actualmente se encontra com circulação suspensa.
Encerrada desde Março de 2009 pelo anterior governo, que alegou razões de segurança, a linha que ligava a Régua a Vila Real deveria ter sido alvo de um investimento de 23,4 milhões de euros em obras de reparação e reabrir até ao final de 2010.
As obras pararam após o desmantelamento dos carris, ficando no lugar da linha férrea uma estrada de terra batida.
José Pinto Mourinha foi chefe de distrito da CP. Em 1984, chefiou uma equipa de 45 homens na requalificação da Linha do Corgo até Chaves. Poucos meses depois assistiu ao encerramento de Vila Real para cima.
"Reparámos a linha bem reparada e depois fecham-na. Tanto dinheiro que nós gastámos a meter carris", salientou o antigo ferroviário.
Primeiro até Chaves, mais tarde em toda a extensão. Por isso agora, José Pinto afirmou que "tornava para lá" e "de graça" para ajudar a montar os carris de novo nesta via estreita.
Ao lado, Luciano Sousa Lucas garantiu que ajudava até porque agora é obrigado a viajar no autocarro que substituiu o comboio, um meio que transporte que considerou mais "perigoso" por causa da estrada estreita.
O MCLC lançou uma petição em defesa do regresso do comboio a esta via já em 2012. O objectivo da petição é atingir as quatro mil assinaturas, número mínimo para levar a petição a debate na Assembleia da República.
Daniel Conde, do MCLC, defendeu a reactivação da linha, mas com um comboio moderno que ande entre 50 a 80 quilómetros e com horários que sirvam as populações.
"Neste país só não há dinheiro para o que não se quer. Só nos estudos do TGV já se gastaram 116 milhões de euros e não há nada no terreno", sublinhou.
Este responsável apelou às populações locais para se juntarem e lutarem para Linha do Corgo.
O presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião, o socialista Francisco Ribeiro, participou neste debate até porque considera que o encerramento definitivo da linha uma "notícia muito triste". No entanto, referiu que ainda não teve qualquer comunicação oficial sobre este assunto.
As preocupações do presidente aumentaram por causa dos rumores de que a CP se prepara para acabar com o transporte rodoviário, alternativo ao ferroviário, o que, na sua opinião, se tornará "num drama complicadíssimo" que deixará a população de Alvações do Corgo "completamente abandonada".
Não há transporte público que ligue esta freguesia à sede do concelho e a maior parte da população, trabalhadores e estudantes, deslocam-se para a Régua ou Vila Real.
Em representação da Câmara da Régua, o vereador Mário Montes referiu que as autarquias "foram claramente levadas" na questão da Linha do Corgo e salientou a disponibilidade para lutar e protestar.
:: -- :: -- ::
Era uma vez um COMBOIO HISTÓRICO ?

terça-feira, 26 de julho de 2011

Comboio a vapor na linha do Corgo

(Clique na imagem para ampliar - Imagem original na net de 'sinid')

Segundo a Wikipédia, "A Linha do Corgo é uma linha de caminho-de-ferro desactivada, que unia as localidades de Chaves e Régua, em Portugal; foi inaugurada em 1 de Abril de 1910, com a chegada do comboio a Vila Real, e concluída a 28 de Agosto de 1921, com a chegada a Chaves.

A via utilizada é de bitola métrica. Supera um desnível de 370 metros nos 25 quilómetros entre a Régua e Vila Real, serpenteando o vale do Rio Corgo, sendo famosas as histórias passadas no "U" de Carrazedo, onde a linha contorna um vale antes de atingir a estação. Com a reduzida velocidade do comboio, muitos se aventuraram a sair dele, e a apanhá-lo mais à frente, aproveitando para colher uvas ou cerejas pelo caminho. A linha possuía outro "U" na rampa entre Loivos e Oura, actualmente sem tráfego ferroviário, levando o comboio a vencer numa pequena distância um grande desnível, apenas possível neste formato dada a grande restrição de inclinação nas vias-férreas.

Pouco depois da chegada da Linha do Douro à Régua, em 15 de Julho de 1879, planeou-se a construção de um caminho de ferro entre este ponto e as cidades de Vila Real e Chaves, passando pelo vale do Rio Corgo; foram, assim, efectuadas várias tentativas, como a da Companhia do Porto à Póvoa e Famalicão, que esteve quase a ver concedida a garantia de juro, ou os estudos efectuados por Emídio Navarro. Em 12 de Abril de 1897, os empresários Alberto da Cunha Leão e António José Pereira Cabral obtiveram a concessão para a construção e gestão do Caminho de Ferro da Regoa a Chaves; não encontraram, no entanto, apoio financeiro para este projecto, pelo que pediram a rescisão do contrato em 1902.

Esta ligação foi, então, inserida no plano de 15 de Fevereiro de 1900, mas os concursos lançados em 2 de Agosto e 2 de Dezembro de 1902 não tiveram qualquer resultado, pelo que uma lei de 18 de Fevereiro do ano seguinte ordenou que o estado iniciasse imediatamente a construção da linha, entre a Régua e a fronteira; o projecto de 1897 de Alberto da Cunha Leão foi revisto, tendo as obras principiado após a publicação das leis de 24 de Abril e 1 de Julho de 1903, que forneceram os meios necessários para a construção. O troço até Vila Real foi aberto à exploração em 12 de Maio de 1906, tendo a linha chegado às Pedras Salgadas em 15 de Julho de 1907 e a Vidago a 20 de Março de 1910.

Uma portaria de 17 de Abril de 1915, fundada nos pedidos da população de Chaves, e baseada nos pareceres do Conselho Superior de Obras Públicas e Minas, apresentados no dia anterior, ordenou que o troço entre Moure e Chaves fosse construído pela margem direita do Rio Tâmega, mas foi revogada por outra portaria, publicada em 10 de Julho, que determinou que a linha seguisse a margem esquerda; no entanto, e apesar dos trabalhos terem já sido iniciados pelo novo traçado, verificou-se que o traçado primitivo oferecia melhores condições técnicas, seria menos dispendioso, e fornecia uma melhor posição para a futura continuação até à linha entre Medina del Campo e La Coruña, da rede ferroviária espanhola, pelo que a Portaria 1459, de 2 de Agosto de 1918, ordenou o regresso ao projecto original, pela margem direita.

O troço entre Vidago e Tâmega foi inaugurado em 20 de Junho de 1919, e, em 28 de Agosto de 1921, foi aberta à exploração a linha até Chaves.

Esta linha foi arrendada pelo Estado à Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses em 27 de Março de 1927, que a subarrendou à Companhia Nacional de Caminhos de Ferro por um contrato de 11 de Março do ano seguinte.

Após um avultado investimento na via, o Estado decidiu encerrar o troço Vila Real - Chaves em 1 de Janeiro de 1990.

O troço restante, entre a Régua e Vila Real, foi encerrado pela operadora Rede Ferroviária Nacional a 25 de Março de 2009, por questões de segurança; esta entidade esperava reabrir a linha à circulação em 2011, tendo, em Novembro, iniciado um estudo às populações entre Vila Real e Peso da Régua, que pretendia reconhecer as necessidades das populações, de forma a ajustar o futuro funcionamento da linha. Nesse ano, a então secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, anunciou que iriam ser investidos 23,4 milhões de euros em obras de reparação da linha, prevendo que estariam terminadas antes do final de 2010.

Em finais de 2009, terminaram as primeiras fases desta intervenção, que consistiram na retirada de carris e de travessas e alterações na plataforma de via; em seguida, a Rede Ferroviária Nacional iniciou a criação de vários projectos de geotecnia, de drenagem e de via; esta aparente paragem nos trabalhos provocou alguns receios entre as populações e autarcas locais. Além disso, e como previsto, esta entidade iniciou, em 2010, um programa de inquéritos nos principais pontos de atracção e geração de viagens, nas escolas, e aos utentes dos transportes públicos rodoviário e ferroviário, por forma a reconhecer os padrões de mobilidade das populações abrangidas; esta informação foi, posteriormente, analisada, de forma a preparar soluções de transporte integrado rodoviário e ferroviário.

Em Abril do mesmo ano, a Assembleia Municipal de Vila Real, presidida por Pedro Passos Coelho, aprovou uma moção, exigindo ao governo que se inicie a segunda fase nas obras da Linha. Luís Pedro Pimentel e António Cabeleira, deputados do Partido Social Democrata, entregaram um requerimento na Assembleia da República, por forma a que o governo informe sobre as datas de reinicio e conclusão de obras, e se a Linha estará requalificada e reaberta até Setembro de 2010, como havia sido prometido anteriormente pelo Ministro das Obras Públicas.

Em Julho, a Rede Ferroviária Nacional decidiu suspender, entre outros investimentos, o projecto de reabilitação da Linha do Corgo, de acordo com as directrizes do Plano de Estabilidade e Crescimento, que prevê restrições orçamentais e o combate ao endividamento público.

O Movimento Cívico pela Linha do Corgo, ou simplesmente MCLC, é um grupo de cidadãos que pretende promover e divulgar a Linha do Corgo tanto na região onde esta se insere como fora desta, através da informação sobre as condições da via, sua história e necessidades da população por ela servida.

Acompanhando as várias notícias sobre a Linha do Corgo, e reivindicando e apresentando soluções aos autarcas dos vales do Corgo e do Alto Tâmega, promoveu já uma concentração na estação de Vila Real pela reabertura tanto do troço Régua - Vila Real como do restante troço até Chaves, que contou com a presença de cerca de cem populares da região, servidos pela Linha do Corgo, incluindo ex-ferroviários e ferroviários no activo."