terça-feira, 6 de outubro de 2009

5ª. Meia Maratona do Douro Vinhateiro

Clique na imagem para ampliar. A 5ª Meia Maratona do Douro Vinhateiro acontecerá a 23 de Maio de 2010.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Dr. Júlio Vilela: um grande presidente de direcção



O homem que, em 3 de Dezembro de 1955, discursava no restaurante Borrajo, com o velho Comandante Lourenço de Almeida Medeiros, Pôncio Alves Janeiro, um dos proprietários da Garagem Janeiro e o Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Peso da Régua, Joaquim Augusto Trindade Rodrigues todos em volta da sua mesa, era o distinto advogado, Dr. Júlio Vilela (1954-1963), um dos melhores presidentes que passou pela Direcção da AHBV do Peso da Régua.

Nesse dia, os bombeiros da Régua festejavam num jantar o 75.º aniversário (Bodas de Diamante) da Associação. O Dr. Júlio Vilela aproveitou a data para na presença dos membros dos órgãos sociais, do comandante Medeiros e seu do corpo activo, onde se destaca o bombeiro Joaquim Sequeira Teles e de alguns beneméritos, fazer um balanço do seu primeiro ano à frente da direcção dos bombeiros.

Na verdade, ele tinha motivos para estar satisfeito com os bons resultados. Abria, na história dos bombeiros da Régua, uma nova página, ao “inaugurar” o novo quartel, que se encontrava inacabado há mais de 25 anos. Realizavam um sonho que muitos não tinham conseguido realizar. Fechava para sempre o velho quartel que, desde 1923, funcionava sem condições numa exígua casa velha no Cimo da Régua. Até então, o edifício-sede estava reduzido a um esqueleto (embora fosse projecto do arquitecto Oliveira Ferreira prometesse uma obra grandiosa) mas, era considerado a forma definitiva de um sonho. A sua determinação conseguiu tornar o sonho numa realidade, ao deixar concluída a actual casa dos bombeiros.

Durante os nove anos que o Dr. Júlio Vilela liderou a direcção, os bombeiros da Régua tiveram uma fase de grande crescimento e de reconhecimento público. Ele, num curto espaço de tempo, conseguiu tornar a Associação cada vez maior e mais eficiente, o que ficou visível pela vasta obra que realizou. E, coube-lhe gerir com cuidado e respeito, a sucessão do velho comandante Lourenço Medeiros, que não foi nada fácil. Escolheu um homem para comandar os bombeiros, Carlos Cardoso (1959), que, com as suas novas ideias, apostou mais na formação dos bombeiros e na modernização dos equipamentos. Infelizmente, o Dr. Júlio Vilela só não fez mais pelos bombeiros porque a morte, de forma abrupta e cruel, lhe acabou aos 52 anos de vida uma brilhante carreira e o seu meritório percurso como um dedicado director associativo.

O Dr. Júlio Vilela foi um cidadão conhecido e respeitado. Quem o conheceu e com ele conviveu admirou-o pelas qualidades morais. Era também um bon vivant, e sobretudo um excepcional advogado, apreciado pelo seu verbo fácil e eloquente. Foi um dos mais famosos do seu tempo, com grande fama na comarca da Régua. Politicamente foi um verdadeiro democrata e um militante activo e envolvido mas causas sociais. Para além, do seu trabalho nos bombeiros colaborou e ajudou a crescer o clube de futebol da sua terra. Admirado pela sociedade do seu tempo, não deixava de conviver com as pessoas mais simples e os pobres, que ouvia atentamente e ajudava. Politicamente foi um verdadeiro democrata. Um desses amigos, era o engraxador “Porrório”, que lhe vendia a cautela da lotaria, entre o contar de anedotas de fazer corar e sorrir e, quando lhe pedia, oferecia-lhe os seus fatos ainda em bom estado e até pares de sapatos.

Faleceu há 47 anos, em 5 de Agosto de 1963. Passando estes longos anos, os bombeiros não esquecem o Dr. Júlio Vilela, a quem já prestaram simples homenagens de gratidão. A primeira aconteceu, ainda em 1963, ao ser descerrada uma sua fotografia, que se encontra exposta na sala-museu. A outra deu-se em 2005, ao baptizar-se o carro de incêndios urbanos com o seu nome, em que foi “padrinho” o irmão Abeilard Vilela.

O enaltecimento de seu carácter humano e fraterno está exposto no seu “In Memoriam”, escrito por alguém que só se identificou pelas iniciais A.D. no suplemento do jornal “Vida por Vida”, de Agosto de 1963, que aqui transcrevemos:

“Inesperadamente, sem que nada pudesse supor o trágico desenlace, finou-se o Dr. Júlio Vilela, prestigioso Presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários da Régua, distinto causídico e reguense altamente cotado pelos seus dotes de bonomia e inteligência, pela sua modéstia que não conseguia ocultar um espírito brilhante – e pelo bairrismo doseado de sensatez e boa compreensão.

A Régua perdeu um dos seus filhos mais queridos e um dos seus mais votados servidores. Sem alardes, sem vaidades balofas, dentro daquela simplicidade de bon vivant que era apanágio, o Dr. Júlio Vilela tinha dentro de si, bem à vista, a alma de um grande reguense. Manifestou-a sempre. Mas, se outros elementos não houvesse a justificar esta asserção, bastaria considerarmos a sua actuação na presidência dos bombeiros, a sua perseverança, a sua boa vontade, o seu senso directivo, o seu amor à Corporação. Já antes de ser director, o Dr. Júlio era um bom amigo dos bombeiros da sua terra. Das suas palavras, das suas atitudes, ressumava, cristalina, sem pretensões, sempre de forma irrefutável, a sua dedicação. Depois, foram nove anos de efectivo esforço, numa colaboração íntima com os seus companheiros de direcção, e durante esse tempo a Corporação conseguiu uma posição brilhante nunca atingida, que a classificou entre as primeiras do país, dentro da sua esfera de acção.

Bastava isto para justificar a gratidão e amizade que lhe devotam os reguenses. Mas nem só isto valia; nem o mais que o Dr. Júlio Vilela tenha feito por qualquer forma, a favor da sua terá. A alma do povo, desde povo rude, humilde e chão, tem rasgos de perspicácia e de compreensão que se não encontra em todas as esferas. E o povo da Régua admirava no Dr. Júlio Vilela o homem probo e simples, inteligente e bom amigo, que tinha uma palavra suasória ou dito de espírito para animar quem quer que fosse – ou um gesto de solidariedade para auxiliar um desventurado.”

Os homens passam e as instituições ficam… mas ficam as marcas dos homens. As marcas do Dr. Júlio Vilela são notórias. Aquele elogio, pode parecer um louvor de circunstância, mas a simplicidade e autenticidade daquelas palavras correspondem à sua personalidade. Em boa verdade, só podem pecar por defeito, isto é, não desvendarem a verdadeira grandeza do homem que foi, sobretudo, um advogado de boas causas...! Aquelas que mais fizeram prosperar a sociedade reguense.

Para os bombeiros da Régua, a memória do Dr. Júlio Vilela está viva. Não dizemos isto só por dizer…! O Dr. Júlio Vilela fará sempre parte de uma obra constante e colectiva, erguida para o bem da Régua. E do seu povo…! Mas, só é possível, como ele dizia, fazer mais e melhor com a soma de todos.     
- Peso da Régua, Outubro de 2009, José Alfredo Almeida. Revisto e atualizado em Outubro  de 2010. 

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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A passagem do testemunho

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Foi uma cerimónia emotiva, o momento da passagem de testemunho de Carlos Cardoso dos Santos a Fernando de Almeida (1990-1996), que em 12 de Agosto de 1990, tomava posse como comandante dos Bombeiros Voluntários da Régua.

Além dos convidados oficiais, onde se destacava o Eng. Álvaro Mota, presidente da Câmara Municipal e o Senhor Padre Luís Marçal Gouveia, esteve presente o velho comandante para, com muita devoção e carinho, para apadrinhar o seu sucessor e colocar-lhe as divisas na sua farda azul. Com este solene e distinto acto, o velho comandante fechava um ciclo nos bombeiros do Peso da Régua. As três décadas do comando de Carlos de Cardoso dos Santos foram de grande estabilidade no Corpo de Bombeiros. As várias direcções que o acompanharam, ao longo de 31 anos, deram o melhor para o engrandecimento da associação, deixando um trabalho positivo no melhoramento do quartel e na modernização do parque de viaturas de incêndios e de saúde.

Ao assumir novas funções de comandante, Fernando de Almeida que, até essa data, era o presidente da direcção (1988-1990), teve de abdicar desse seu cargo social. A sua desistência provocou a demissão de todos elementos dos órgãos sociais. E, perante, a situação foram convocadas, nos termos estatutários, as eleições.
Imediatamente duas listas de associados apresentaram as candidaturas: a liderada por José Manuel Moura e outros elementos da direcção anterior e uma alternativa, chefiada pelo professor Renato Aguiar, ex-presidente socialista da Autarquia e, por inerência presidente da assembleia-geral, que tinha sido derrotado para a presidência da Câmara Municipal, pelo social-democrata Álvaro Mota

Os sócios da Associação, em assembleia-geral, realizada no dia 12 de Outubro de 1990, escolheram, por escassos cinco votos, a lista de José Manuel Moura (1990-92). Os bombeiros, parece que apoiantes da lista contrária, reagiram mal e com algum desagrado à escolha. Agindo mais com a emoção do que com a razão, a totalidade do Corpo Activo decidiu auto-suspender as suas funções….Assim mesmo! Queriam dar um exemplo de força, mas apenas conseguiram mostrar falta de razão na atitude, ausência de valores éticos e um total sentido de irresponsabilidade.

Esse momento de crise e mal-estar prejudicou, uma vez mais, a imagem dos bombeiros, manchou a história da Associação e envergonhou a memória dos seus fundadores. Esquecendo as regras do civismo e do humanismo, os homens sem valores procuram mais valorizar as suas aspirações pessoais em vez de respeitarem sentimento colectivo e a valia histórica da instituição.

O caso foi comentado nos jornais locais e nacionais como uma crise nos bombeiros. A gravidade dos factos não dignificou em nada o prestígio da centenária associação e dos bombeiros com e sem farda que, ao longo de sucessivas gerações, a respeitaram e a tornaram cada vez mais eficiente e maior.

Com a legitimidade de ter sido um ilustre director, o Dr. Camilo de Araújo Correia, numa deliciosa crónica intitulada “Uma Chamada na eternidade”, publicada “O Arrais”, de 17 de Outubro de 1990, sentiu a necessidade de comentar o caso, no seu estilo de humor critico, bonomia e fina ironia, com uma lição de moral aos bombeiros faltosos:

“Pelo que os jornais disseram abertamente e os amigos falaram à boca pequena, a última eleição dos elementos directivos dos bombeiros voluntários do Peso da Régua teve aspectos de braço de ferro e ranger de dentes.
Não cabe no meu comentário referir as serpentinas e garrafinhas de cheiro que das duas falanges atiraram uma à outra, traduzindo pútridos fermentos de incuráveis frustrações.
Eu sei que eleições são eleições e falanges são falanges. O que eu não sabia era que o recurso ao “vale tudo” pudesse um dia acontecer nos garbosos e briosos bombeiros da minha terra.
Mas aconteceu.
Os rapazes do Corpo Activo, toldados pelo miasma político latente, pousaram a machadinha, só porque não ganhou a lista da sua simpatia!!! E não se julgue que foi gesto indigesto de momento. Noventa por cento dos bombeiros já se negou a prestar serviço.
Esta atitude insuspeitada em mais de cem anos de História impoluta, não surpreendeu, tanto assim, o homem que hoje sou, um pouco capaz de acreditar em tudo.
Quem se surpreendeu até à comoção foi aquele menino que anda dentro de nós e um dia recordei.
(…)
Naquele tempo os meninos vestiam a farda para serem homens. Os homens de hoje despem-na para serem nada.
Quero fazer uma chamada na eternidade, nesta hora de passar a revista cá terra a uma formatura de nadas:
- Manuel Maria de Magalhães…
- Presente!
- José Afonso de Oliveira Soares…
- Presente!
- Joaquim de Sousa Pinto…
- Presente!
- Camilo Guedes Castelo Branco…
- Presente!
Sempre fiéis à sua Corporação, à sua terra, a si próprios! Mesmo no infinito”.

Agora, no infinito, o Dr. Camilo ao lado desses garbosos e cultos comandantes - o poeta, o pintor e o jornalista - numa amena e humorada cavaqueira de amigos, estará, por certo, a sorrir para alguns dos seus conhecidos velhos bombeiros, que só sabiam correr para apagar os fogos com o coração cheio de humanidade. Eles, certamente, no vagar do tempo estarão a desvendar pedaços de novas e divertidas histórias, com a mesma ternura e ironia, que nos comovem de pertencer a esta nossa grande família. E, que deixa de herança aos vindouros, um incalculável património imaterial, o maior legado das memórias colectivas dos bombeiros voluntários da Régua.

Estes extraordinários homens fazem não só parte do nosso passado, mas muito mais, do presente e do futuro. Sabemos que eles são fiéis à sua corporação e à sua terra em qualquer lado…mesmo na Eternidade. Se queremos ser os melhores bombeiros cá na nossa terra, se queremos honrar os seus testemunhos de vida, precisamos de escutar as suas palavras, os seus conselhos…os seus ralhos, para percebemos bem o valor e a grandiosidade da instituição.

E, quem não for capaz de os entender não será capaz de entender mais ninguém…!
- Peso da Régua, Setembro de 2009, José Alfredo Almeida.

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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O desfile na Figueira da Foz

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Era tempo de verão, com a praia da Claridade cheia de veraneantes, num período áureo da mais bela e cosmopolita praia do país, quando na tarde de 30 de Julho de 1961, os bombeiros voluntário da Régua, desfilavam ao som de bombos e clarins - à frente com a velha ambulância Ford V8 e o carro de incêndio Chevrolet - pelas principais e movimentadas ruas da Figueira da Foz.

Este desfile acontecia no fim de uma longa viagem, que tinha começado ao amanhecer na Régua, preparada como uma romagem de gratidão para apresentarem aos bombeiros figueirenses o sincero reconhecimento pela atribuição do título de sócia - honorária à associação humanitária duriense. Com esta honrosa distinção enaltecia-se não só a sua brilhante história como o trabalho e o mérito de uma equipa de dirigentes notáveis e de um jovem comandante cheio de aspirações. A notícia do jornal “Vida por Vida” dizia que os bombeiros da Régua partiram rumo à Figueira da Foz para “agradecerem a honrosa distinção e patentearem o quanto a Régua se sentia cativada pela deferência”.

Ao olhar para as fotografias do desfile, que se revelam pela primeira vez, as recordações desse tempo vêem à memória como se estivéssemos a assistir um filme antigo em que, os nossos garbosos e briosos bombeiros, vão ganhando uma nova vida, encantando-nos com os seus momentos de humanidade. Foram assim os anos de comando de Carlos Cardoso dos Santos. Esta viagem, que ele sonhou, não foi um simples passeio. Seguia na caravana uma representação que ia divulgar o nome da Régua como berço do vinho do Porto. A viagem serviu para os bombeiros levarem na sua bagagem a beleza natural da Régua e da região demarcada do Douro, à altura um destino turístico completamente desconhecido no país, a fama do nosso vinho fino, único no Mundo, e as potencialidades do Alto-Douro Vinhateiro, que foi em 2001 consagrado como património da humanidade, considerado “no mapa da pequenez que nos coube, a única evidência incomensurável capaz de assombrar o mundo”.

Deve dizer-se ainda que Carlos Cardoso foi o principal responsável pelo forte dinamismo do Corpo de Bombeiros e pelas relações de amizade e de intercâmbio de saberes e experiências, que se estabeleceram com outras importantes congéneres do país. Depois, como um homem bom, procurou fazer sempre a amizade e fraternidade entre os homens que vivem do bem comum e da solidariedade humana.

Sem saudosismos do passado, gostávamos de voltar a fazer outra viagem à famosa praia da Claridade, com os meus ideais de Carlos Cardoso dos Santos, seguindo os novos itinerários geográficos, para renovar os laços de amizade dos homens ligados ao vinho e à vinha com os das gentes do mar da Figueira da Foz. Uma das melhores coisas da vida é podermos manter estas velhas amizades. As que resistiram à erosão do tempo e nos ajudaram a vencer os momentos de dificuldades.

Para recordarmos melhor este acontecimento, transcrevemos parte da notícia “Romagem de Gratidão”, inserida no jornal “Vida por Vida”, de Julho de 1961, em que nos são contados mais pormenores da vigem, desfile e recepção aos bombeiros da Régua:

“Quis a Corporação dos Bombeiros Voluntários da Figueira, num gesto de penhorante camaradagem, conferir à nossa Associação o grau de sócia honorária. Não se pode um gesto destes, no meio de homens que vivem o ambiente do bem comum e da solidariedade e de solidariedade humana.
Mas, os bombeiros Voluntários da Régua é que não podiam ficar indiferentes a tão cativante atitude.

E assim é que, demonstrando a sua gratidão pela honra recebida, se deslocaram à Praia da Claridade, no passado dia 30 de Julho, para em pessoa, agradecerem a honrosa distinção e patentearem o quanto a Régua se sentia cativada pela deferência.

Por Viseu, Aveiro, Praia de Mira, fomos rodando até à grande praia de Portugal – até à hospitaleira terra da foz do Mondego.

Apesar da distância a considerar para um só dia, a caravana compôs-se de dois carros, dois veículos da corporação e vários carros particulares.

Antes da cidade, a caravana parou. Num gesto amigo, a Corporação Figueirense aguardava os visitantes. Eram 16 horas. O tempo urgia, e após os cumprimentos, retomou-se a marcha, agora comandada pelos bombeiros figueirenses.

À entrada da cidade, organizou-se o desfile, comandado pelo Comandante Carlos Cardoso dos Santos, da Régua. Marcialmente, em bom aprumo, ao som clangoroso dos bombos e dos clarins, as duas Corporações desfilaram, seguidos pelas viaturas, até à “domus” dos briosos soldados da paz da linda Figueira da Foz.

Seguidamente, o Senhor Presidente da Direcção dos bombeiros voluntários da Figueira da Foz, leu um interessante discurso em que fez o elogio do voluntariado e se referiu amistosamente aos bombeiros da Régua.

No impedimento do Dr. Júlio Vilela, Presidente da Direcção, agradeceu o Sr. Dr. António Veludo que, num improviso, disse palavras de esplêndido sentimento humano e de aproximação.

Os oradores foram amplamente ovacionados, e o comandante Carlos Santos deu ordem de sentido e destroçar.

Destroçar…Houvesse apetite para “destroçar”! É que, imediatamente, os camaradas figueirenses, com distinção para o seu ilustre comandante, iniciaram a tarefa de conduzir os componentes da caravana reguense, sem excepção, ao salão de festas do grande quartel figueirense. E, ali, em monumentais mesas, encontrava-se servido um riquíssimo copo de água.

Bem hajam - honra vos seja feita camaradas da Figueira da Foz! Ali, no copo de água, usou da palavra o nosso amigo velho Comandante Capa Penedas (do CB de Ermesinde), que sabendo da deslocação, teve a amabilidade de se antecipar à nossa chegada, Em toda a parte, o nosso grande amigo compareceu. Agradecemos.
Honra, pois e glória à velha e simpática corporação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz! A Régua, na primeira oportunidade, espera-vos!”


Não sei se essa primeira oportunidade chegou a acontecer. Não tenho conhecimento nem uma informação segura, mas caso ainda não tenho ocorrido, os bombeiros da Régua tem todo o gosto de receber os seus camaradas da Figueira da Foz na sua cidade, no seu quartel Delfim Ferreira, para saborearem um cálice de Porto, o nosso “vinho fino”, os outros vinhos do Douro, como os tintos Cabeça de Burro e o Tellus da adega cooperativa, navegarem nas águas do rio e se deslumbrarem, em Galafura, com a paisagem que se avista do miradouro de S. Leonardo, como se fosse o capitão de um barco gigantesco de pedra que ali tivesse encalhado para a eternidade.

Como em 1961, repetimos à moderna e activa corporação humanitária dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz: a Régua espera-vos, sempre…!
- Peso da Régua, Setembro de 2009, José Alfredo Almeida.

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