terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Primeiro Guia Turístico da Natureza do Douro


Esta segunda-feira, dia 16 de Janeiro foi lançado o primeiro Guia Turístico da Natureza, em São Salvador do Mundo, São João da Pesqueira. Este guia, disponível em português e em inglês, é da responsabilidade do Turismo do Douro e tem o apoio da CCDR-Norte, da Estrutura de Missão do Douro, e do QREN, através da ON2.
O presidente da Entidade Regional Turismo do Douro, António Martinho, assumiu à Agência Lusa, citado pelo Expresso Online, que o turismo de natureza “está a aumentar”. Como resposta a esta procura crescente de turistas que chegam ao território para observar a paisagem, a fauna ou a flora, foram sendo criadas empresas especializadas, que levam os visitantes a conhecer melhor a região, mas ainda não havia um livro de bolso que congregasse toda a informação. - Via  PLIO

O presidente da Entidade Regional Turismo do Douro, António Martinho, disse à Agência Lusa que o turismo de natureza "está a aumentar" neste "pedaço de beleza absoluta" que se transformou num "poema geológico" descrito pelo mais conhecido dos autores transmontanos, Miguel Torga.
Para responder à procura foram sendo criadas empresas que levam os visitantes nas mais diversas aventuras pelo Douro e surge, agora, um livro de bolso, disponível em português e em inglês, que concentra toda a informação.
Segundo o responsável, o objetivo é que, quem visita este território, possa desfrutar ao máximo da sua riqueza natural "única", da paisagem à geologia, fauna e flora.
O cenário escolhido para o lançamento do guia foi o miradouro de São Salvador do Mundo, em São João da Pesqueira.
Aqui, com o rio aos pés e um "mar de pedra pela frente", os turistas podem deparar-se com uma "síntese do que de melhor o Douro tem para oferecer". Além da vegetação autóctone que cobre a encosta que leva ao miradouro, podem ainda aparecer algumas águias a cruzar o céu.
O livro está organizado por capítulos que vão desde o Marão -- Alvão, o Vale do Tua, a Margem Sul, Terras da Nave e Leomil, Arribas e Arqueologia e Pilares da Terra, Miradouros e Logística Fluvial.
Este é um Douro de rio, de granito e xisto, de socalcos cobertos de vinha, de floresta, de aves, mamíferos, répteis e anfíbios, de plantas. Mas o Douro é também o barco rabelo, o pastor, a cabra bravia e a vaca maronesa, os museus que encerram histórias antigas, cogumelos e os peixinhos do rio que podem ser provados em algumas tasquinhas.
Esta iniciativa da Turismo do Douro conta com o apoio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte), da Estrutura de Missão do Douro e do QREN, através da ON2.
Segundo António Martinho, o projeto custou cerca de 30 mil euros. Os guias vão estar disponíveis nos postos de turismo espalhados pelo território.
O guia foi executado pela Longomai, uma empresa de Samuel Tapada.
Segundo um estudo da Brandia Central, a paisagem duriense é a preferida dos portugueses.
A milenar construção da vinha em socalcos levou à classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade em 2001, território inserido na mais antiga Região Demarcada e Regulamentada do Mundo (1756).
O Douro foi ainda distinguido como Destino de Excelência, junto da Organização Mundial de Turismo (2008), é uma das 77 Maravilhas da Natureza do Mundo e o sétimo melhor Destino para Turismo Sustentável da National Geographic, entre 133 destinos (2009).
Neste momento, a região é objeto de um trabalho dirigido pela National Geographic Society, com vista a integrar os sítios de Geoturismo. - Via RTP
Clique na imagem para ampliar - Vista da região do Douro em São Salvador do Mundo
Lucília Monteiro - VISÃO

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A minha RÉGUA! - 10

Fotos que refletem um estado de alma sobre a nossa cidade

Clique  nas imagens para ampliar. Novas e inéditas imagens serão publicadas em breve. Imagens cedidas pelo Dr. José Alfredo Almeida e editadas para este blogue. Edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em  Janeiro de 2012.



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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Recortes: Régua, antes... Régua, depois...

(Clique na imagem para ampliar)
Douro verdejante de socalcos vinhedos, que sustentam paixões de um Povo vigoroso que produz da sua terra sonhos e encantos. (António Barroso)

Uma velha Estante

João de Araújo Correia

Quando o quartel dos bombeiros funcionou modestamente numa casa situada no actual Largo dos Aviadores, frequentei-lhe as salas recreativas com o meu pai - era eu rapazinho.

Na sala dos jogos, inofensivos jogos de cartas, dominó e quino, lembro-me de ver, encostada a uma parede, uma alta e larga estante de madeira rica, toda envidraçada e repleta de livros.

Creio que ninguém lhes tocava. Quem se entretinha com a sueca, o dominó e o quino talvez nem reparasse na volumosa estante, abarrotada de livros.

Reparava eu... E o meu regalo seria abrir aquela estante e colher de lá um livro para o folhear e ler antes de me deitar. Assim eu o percebesse. Era ainda tão novo… Teria onze, doze anos.
Os meus encantos, naquele clube, eram aquela estante. Mas, sempre fechada e muda. Até que uma noite, e em noites seguidas, a vi abrir. Um senhor, que usava óculos, ia retirando e colocando de novo, no seu lugar, rimas de volumes. Arrecadava-os depois de lhes escriturar os títulos num grande livro de papel almaço.

Procedia, a seu modo à catalogação dos livros da magnífica estante. Se fosse hoje, catalogaria em verbetes, mais fáceis de consultar que um bacamarte de papel pautado. Mas, em suma, aquele senhor de óculos, talvez inocente em bibliografia ou biblioteconomia, sempre tentou, o melhor possível o inventário dos livros.

Livros que nunca mais esqueci. Quando, depois de instalados os bombeiros no quartel novo, alguém me disse que todos esses volumes estavam à matroca, empilhados num monte, sem o mínimo vislumbre de arrumação, caiu-me a alma aos pés. E assim, esteve, de rastos uma porção de anos.

Até que ontem, dia que marquei com uma pedra, vim a saber que os livros já estão arrumadinhos na estante – bela estante de mogno.

Falta-me saber se já começaram a ser catalogados. Livros sem catálogo, para quem os quiser consultar, são inúteis ou pouco menos.
Qualquer biblioteca exige três catálogos: o onomástico, o didascálico, e o ideográfico.

O mais importante de todos, em minha opinião, é o onomástico. Poderá esperar, ate melhores dias, pelos outros dois.

A velha estante dos nossos bombeiros poderá prestar serviços a estudiosos se for catalogada. Mãos à obra? Agora, que os Bombeiros festejam o centenário, saúdo-os com este alvitre.

Nota: Esta crónica de muito interesse para a história da AHBV do Peso da Régua foi publicada no jornal O Arrais, de 4 de Dezembro de 1980, pelo escritor reguense com o pseudónimo de Joaquim Pires.
Uma velha Estante
Jornal "O Arrais", quinta-feira, 15 de Dezembro de 2011
(Click com o "rato/mouse" para ampliar e ler)
Clique nas imagens para ampliar. Sugestão de JASA (Dr. José Alfredo Almeida) para o blogue "Escritos do Douro". Edição de J. L. Gabão - "Escritos do Douro" em  Janeiro de 2012.