segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

LOURENCINHO

Nas velhas de caixas de madeira, onde se guardam os documentos da AHBV do Peso da Régua encontramos, por mero acaso, uma carta com a alusão de particular, datada de 18 de Agosto de 1959, endereçada ao Lourencinho, como era conhecido pelos amigos, o Comandante Lourenço Pinto de Almeida Medeiros que, desde 1949, estava a comandar os Bombeiros da Régua.

Se a carta fosse correspondência particular, como sugere o seu cabeçalho, ou revelasse segredos privados e de foro íntimo da privacidade dos destinatários, não teria interesse em dar conta da sua existência nem sequer em divulgar o seu assunto.

Nada disso está em causa nesta invulgar carta que o tempo não esqueceu. O que se escreve nela é um tema ainda actual. A direcção, como órgão social da administração da Associação, tem a obrigação de escolher o comandante entre as pessoas mais qualificadas, assim como o pode substituir e exonerar, dentro de critérios aceitáveis e justos.

Ora, o assunto abordado, com a máxima cordialidade, diz respeito as relações entre a direcção e o quadro de comando dos bombeiros. Como matéria da gestão da Associação não deixa de ter um interesse público e, sobretudo, um valor histórico. Documento de rigor e maior precisão dos factos, esta carta pode ajudar a entender as vicissitudes de uma determinada época, a mentalidade e capacidade dos dirigentes e dos seus bombeiros, as soluções encontradas para resolverem um dos problema mais complicados, como é o processo de nomeação de pessoas no cargo de comandante. O assunto desta carta estava relacionado com uma difícil e atribulada sucessão de um comandante, que apesar dos seus 80 anos de idade, não queria abdicar das suas funções.

Quem escreveu esta missiva, num registo penoso e sofrido, pensada nas palavras e nas ideias, não assinou a cópia que zelosamente um funcionário administrativo arquivou. Lendo-a com atenção, a correcção e urbanidade do seu estilo, a cordialidade, pensada para não melindrar vontades, denuncia ser o Dr. Júlio Vilela, distinto advogado, o seu autor, que era o presidente da direcção. As suas palavras são o retrato de um dirigente inteligente que, com diplomacia procurava uma saída que não magoasse o comandante Lourencinho, que não queria não ver que o seu tempo tinha acabado. Ela testemunha um caso, onde prevaleceu o bom senso, pelo que vale a pena fazer a sua completa transcrição:

“PARTICULAR - 18 Agosto 59

Meu Caro Lourencinho:

Há já mais de três anos que o Inspector de Incêndios da Zona Norte insiste com a Direcção da Associação no sentido de o meu Ex.mo Amigo passar ao quadro honorário.
Como sabe, nunca diligenciei junto de si dar execução a esse desejo, pois sempre procurei poupar-lhe qualquer incómodo.
Como o Inspector tivesse dado conta de que não me propunha tomar uma iniciativa dessa natureza, acabou por nos negar, no ano presente, a concessão de qualquer subsídio, invocando para tanto a circunstância de nos termos recusado a realizar a sua substituição.
É claro que, ante uma medida tão altamente prejudicial para os interesses da Associação, procurei avistar-me pessoalmente com ele e, após demorada entrevista propôs-se ele convidar o meu Ex.mo Amigo a ingressar no quadro honorário, no que, segundo, afirmou, cumpria as directrizes dimanadas do Conselho Nacional do Serviço de Incêndios.
E assim, no dia 8 do mês corrente recebi um ofício do Inspector que acompanhava a cópia de um outro dirigido ao Lourencinho e tendente à sua passagem voluntária ao quadro honorário.
Durante alguns dias aguardei o recebimento da petição respeitante a essa passagem, mas, até ao presente, nenhuma comunicação me foi sequer dirigida.
A pressa com que aguardava esse recebimento filia-se na esperança de que o Inspector, efectuado o seu ingresso no quadro honorário, desse satisfação ao subsidio por nós solicitado.
Como o tempo passou e me cabe a responsabilidade de velar pelos interesses da Associação, decidi convocar reunião extraordinária da Direcção, afim de o caso ser, apreciado e ter uma solução adequada.
No decorrer desta reunião, alvitrei que ela se suspensa, pois pretendia dirigir-me ao meu amigo e contudo o que aqui deixo relatado, no propósito de me auxiliar a resolver um assunto tão delicado.
Duas atitudes poderia tomar a Direcção substitui-lo ou demitir-se.
Mais facilmente ela optaria pela segunda, não certo é que a nenhum de nós anima o propósito de praticar qualquer acto que por si possa ser como traduzindo menor estima e respeito.
Quais as consequências, porém, a que conduziriam a nossa decisão sabendo que teríamos de expor as razões que a ditavam?
Por outro lado, onde iríamos desencantar as pessoas, cientes de antemão que lhes seria negado qualquer subsídio enquanto o Comando permanecesse o mesmo, estariam prontas a gerir os destinos da Associação?
O Lourencinho - o que dos dois é bem sabido – vota à Associação um carinho e uma dedicação que os seus 63 anos de serviço ilustram escancaradamente.
Não deseja, certamente, que ele venha a ser prejudicado pela forma que os factos claramente patenteiam.
Por isso mesmo, e com os olhos sempre postos na defesa dos seus interesses e no seu engrandecimento, peço-lhe embora recalcando a amargura que o deve tomar, que satisfaça o convite que pelo Inspector lhe foi dirigido, isto é, me enviar seu pedido de passagem ao quadro honorário, poupando-me assim a um desgosto sem par na minha vida.
Agradeço-lhe que me faça tal envio até ao próximo sábado, dia 22.
Entretanto, aceite os protestos de muita estima e consideração do….”

Não sabemos se esta carta chegou às mãos do Lourencinho. O mais seguro foi que a tenha recebido amarguradamente, e mais por estima e consideração, aceitava o conselho amigo para apresentar o seu pedido de passagem ao quadro honorário. Informava o jornal “Noticias do Douro”, de 30 de Agosto 1959, que a Direcção o tinha louvado e “que assim lhe quis prestar as suas sinceras homenagens, manifestando o seu desgosto por tal afastamento, só devidos a motivos de saúde”. A comandar os bombeiros ficava interinamente o Chefe Claudino Clemente, depois do 2º Comandante António Guedes ter recusado o convite de substituir o seu amigo Lourencinho.

A verdade, como agora se sabe, não era a que saía em forma de noticia para o público. O que era verdade, é que terminava ciclo e outro ia começar no comando dos bombeiros da Régua. O velho comandante não tinha preparado um sucessor para o seu lugar. A direcção procurava nomear um comandante que fosse “Comandante”, e não uma figura histórica. Em 3 de Outubro de 1959, com o visto do Inspector de Incêndios, o jovem Comandante Carlos Cardoso, com 35 anos de idade, tomava posse como comandante e, a partir daí, tudo ou quase tudo mudava, com novos métodos na formação e mais equipamentos de combate a fogos e de transporte de doentes.

O Lourencinho não teve tempo para ver as mudanças do seu sucessor. Morria triste e magoado, em 12 de Dezembro de 1959. Mas morria com a sua paixão pelos bombeiros. Se o tivessem deixado, o fim da sua vida seria numa camarata do quartel, ao lado dos bombeiros, que foram a sua grande família, a quem devotamente se dedicou ao longo de 63 anos.

O Lourencinho tinha alma de bombeiro, alistado em 1896, ainda no tempo da monarquia, tinha sido voluntário com alguns dos fundadores da corporação. A sua dedicação e carinho aos bombeiros fizeram acreditar que podia a ser um comandante para a vida inteira.

O velho comandante foi vítima de um sistema perverso. Se a intenção do Inspector de Incêndios de quer um novo comandante na corporação da Régua não se podia censurar, já o mesmo não se pode dizer do seu método para atingir esse fim, esse sem dúvida muito reprovável. A Associação merecia ser tratada como mais respeito. Dificilmente se entendia – mesmo ainda hoje – que Inspector de Incêndios tenha decidido, inexplicavelmente, não atribuir os devidos subsídios enquanto o comandante se recusasse a ser substituído. Como também, não devia ter ignorado os 63 anos de voluntariado do Lourencinho, a sua folha notável de serviços, onde sobressaía uma das mais altas condecoração do Estado, Cavaleiro da Ordem da Benemerência.
Foi isso que disse, por outras palavras, o escritor João de Araújo Correia ao evocá-lo num dos seus escritos do livro “Pátria Pequena”: “O Lourencinho, reguense nato, inteligência circunscrita a ideias intramuros, coração transbordante de paixões locais, Bombeiros e Festas do Socorro, foi excepção na Régua devido à sua ingénita delicadeza”.
- Colaboração de J. A. Almeida* para "Escritos do Douro" em Dezembro de 2010. Clique nas imagens acima para ampliar.
  • *José Alfredo Almeida é advogado, ex-vereador (1998-2005), dirigente dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua entre outras atividades, escrevendo também crónicas que registram neste blogue e na imprensa regional duriense a história da atrás citada corporação humanitária, fatos do passado da bela cidade de Peso da Régua.
Jornal "O Arrais", Sexta-Feira, 17 de Dezembro de 2010
LOURENCINHO
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LOURENCINHO

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Verdades Absolutas

Nasci nas Caldas do Moledo, mesmo perto do bonito parque termal. Parte da minha infância ficou aqui neste lugar mágico, a testemunhar os primeiros passos que aprendi a dar nos caminhos da minha existência.

Ali revejo alguns dos tempos mais felizes passados nos jardins do parque termal e nas margens de  rio que o ladeiam. Eram o tempos em que frequentei a escola primária que existiu improvisada numa casa pobre e de uma  professora  exigente e de mau génio, a  D. Esmeralda, que, com rosto bonito ainda vejo ainda distingo, no meio de uma sala e de quadro negro, onde gostava de nos ver fazer exercícios de contas e das regras gramaticais do português e, se algum, não se sabia comportar usava com rigor e força, uma régua de madeira para bater nas mãos.
Ali estão velhas lembrança de bons, luminosos dias que passei entretido em inocentes jogos da bola e do pião e, no fim das aulas, na caça aos pardais pelo meio dos arvoredos e dos laranjais da Quinta das Caldas, com uma  fisga, construída de um pedaço de madeira e elásticos, e as corridas dos carros feitos em madeira, com pequenas rodas, que deslizam em alta velocidade pelos passeios, junto ao imponente belo Palacete e a um grande hotel que estava em estado de ruínas, mas outrora tinha sido frequentado por gente famosa em busca de cura e milagres em  águas termais.

No tempo de calor, no quente verão, eram os banhos e os mergulhos nas águas frescas do rio, sempre a fugir da vigilância apertada dos meus pais, as cerejas colhidas na primavera, as primeiras uvas maduras, o doce moscatel e a malvasia fina, que o meu avô Álvaro, trabalhador incansável e dedicado nas coisas da natureza, colhia em pequena vinha cultivada na Penajóia, que fica no outro lado da margem do rio, mesmo em frente às Caldas do Moledo. Ainda o recordo, a atravessar o rio num seu pequeno barco, como se o rio não tivesse segredos para ele e fosse o seu mundo de evasão.

Não esqueço as tardes de ócio que passava na pesca, através de peixes grandes como barbos, escalos e  os  robalos, apanhados com indisfarçável prazer de pescador em aprendizagem com as canas modestas. Não esqueço também os grandes e longos dias, em que no meu quintal, nas traseiras da casa, à sombra de uma bungavilia, enquanto os melros se entretinham numa grande figueira, me dedicava à leitura de livros maravilhosos que nunca esqueci e chegavam numa carrinha cinzenta com o símbolo da Gulbenkian, onde os ia requesitar. Foi nesses livros que conheci os primeiros heróis da minha vida: Com os livros de Julio Verne não me cansei de viajar  por mundos desconhecidos, longínquos, quase até a Lua, alargando novos mundos além dos meus pequenos sonhos confinados a um espaço de terra, onde cresciam flores e  havia animais à solta, como uma gata alourada, que partilhavam esta rara felicidade de vida ao sol.

Ali começou  – e depois acabou – o meu primeiro amor, mas já não tenho nenhuma certeza se  foi assim desta maneira tão simples. A verdade, é que tudo começou num instante que ficou para sempre, mesmo sabendo que um dia nossas vidas iriam ter um rumo diferente nos caminhos do destino. Ali recomeçou um namoro de juras para toda vida e uma palavra escrita em pedaços de papel usado: “AMO-TE”. Não te deveria confessar mas ainda guardo nos meus arquivos pessoais e mais íntimos esse inesquecível documento com a uma assinatura, sim a tua, com a inicial do teu nome manuscrito, como se fosse a unica prova material  que me resta desse nosso amor. Se tem algum valor para a vida não te posso dizer porque aquilo que é real,  muitas vezes, torna-se irreal.

Regresso às minhas Caldas do Moledo, ao reduto do parque termal, mais uma vez, para procurar esse meu tempo de amor (in)finito. Aquele que só existe na nossa memória. Sei que te encontrarei sentada à minha espera num banco, entre os frondosos plátanos, sossegada na leitura de um romance que te ofereci sobre a vida da  generosa e apaixonada mulher do Douro, a Ferreirinha – penso que se intitula a “Fúria das Vinhas” -  com um olhar atento no passar silencioso das águas serenas do rio Douro. Ainda te lembras? Talvez não, o tempo deve ter apagado em ti este breve e único momento. Que não se repete no universo. Só que em mim, ele permanece como se hoje fosse e é  mais uma prova verdadeira para dizer que exististes em determinado momento da minha vida. O resto, já nem interessa para a história daquilo que ficou por fazer e de dizer para sempre, por não haver tempo.

Tenho saudades desse tempo e de te olhar nos olhos até de madrugada. Aquelas que o sol, sai do meio das montanhas retalhadas em vinhedos e ilumina de claridade a paisagem e o passado. Tenho saudades tuas. Não te minto e não escondo. É mais um prova, a de que nunca esqueci que amei.

As Caldas do Moledo são o meu principio. As origens do meu universo como ser humano. Encontram-se neste lugar todos os meus tempos de criança feliz, de adolescente sonhador e de homem que aprendeu uma coisa simples da vida, que tendemos a querer esquecer: mais tarde, ou mais cedo, volta-se sempre ao lugar onde se nasceu.
Eu nasci nas Caldas do Moledo, onde passa o meu rio que me leva à tua foz e me faz regressar a este lugar  intemporal e ao que ainda resta de ti, como se tu mesma fosses a minha última verdade absoluta.
- José Alfredo Almeida*, Peso da Régua, Dezembro de 2010. Clique nas imagens para ampliar.
  • *José Alfredo Almeida é advogado, ex-vereador (1998-2005), dirigente dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua entre outras atividades, escrevendo também crónicas que registram neste blogue e na imprensa regional duriense a história da atrás citada corporação humanitária, fatos do passado da bela cidade de Peso da Régua de onde é natural e de figuras marcantes do Douro.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

“José Saramago – Da Cegueira à Lucidez!” de António José Borges

Da Cegueira à Lucidez, é um livro de António José Borges, natural do Peso da Régua, a viver em Lisboa, que pretende dar uma nova visão da obra de Saramago, nomeadamente através do seu percurso ideológico e literário.

O lançamento de "José Saramago – Da Cegueira à Lucidez" teve lugar em Novembro, na Livraria Leya CE Bucholz, na R. Duque de Palmela, nº 4, em Lisboa. Além do autor, António José Borges, estiveram  presentes Renato Epifânio, director da colecção Nova Águia (na qual a obra é editada), e Miguel Real, a quem coube a apresentação da obra. Dele é o prefácio, onde sobre o autor e a obra refere o seguinte: «(…) António José Borges aduz um conjunto de argumentos (…), acrescentando, assim, uma nova luz ao esclarecimento das múltiplas perspectivas estéticas por que se tem enquadrado a obra de José Saramago.(…) O romance ganha em José Saramago um estatuto ensaístico de permanente inquirição e abertura de horizontes culturais, segundo interrogações radicais de carácter filosófico (a questão de Deus, a questão civilizacional do capitalismo, a questão da identidade do eu…), que desafiam, senão subvertem, o paradigma conceptual por que habitualmente interpretamos o mundo, forçando o romance a tornar-se, mais do que a narrativa de uma história, um inquiridor das regras e dos modelos do acto instaurador da palavra.»

No posfácio deste livro,  Elsa Rodrigues dos Santos ainda salientou: «Além de aprofundar as motivações do texto, numa análise muito rica, levando o leitor a novos caminhos de interpretação, [o autor] desvenda a essência humanista de Saramago coadjuvado por textos seus paralelos (diários, entrevistas e artigos), como dos seus dados biográficos, em que Lanzarote foi pedra basilar. Na defesa da tese da existência de um percurso ideológico e literário dentro dos parâmetros já referidos, António José Borges selecciona três aspectos como os mais relevantes: O tratamento da religião e mais concretamente o papel de Deus, o discurso aforístico (nomeadamente os ditados populares), o papel do cão nos seus romances deste período.»

Sobre António José Borges: Nasceu no Peso da Régua. Vive em Lisboa. É licenciado em Ensino de Português e Alemão, estudou por um breve período na Ruhr Universität Bochum, na Alemanha, e é mestre em Ensino da Língua e Literatura Portuguesas. Foi Professor na Universidade Nacional Timor Lorosa’e e na Escola Alemã de Lisboa. Fez traduções de Inglês e Alemão para várias editoras e organizações e é ocasionalmente revisor e consultor editorial da Porto Editora. É associado da Associação Portuguesa de Escritores e da Sociedade da Língua Portuguesa, membro da direcção do Movimento Internacional Lusófono, presidente da Assembleia-Geral da Associação de Apoio à Diocese de Baucau (Timor-Leste) e faz parte da Tertúlia de João de Araújo Correia. Integra o Conselho de Direcção da revista Nova Águia, onde colabora com publicações, e é cronista permanente nas revistas "Tribuna Douro" e "Contrabando" (edição multilingue). Participou nas revistas "Navegações"; "Espacio / Espaço Escrito" – Revista de literatura en dos lenguas"; "O Escritor"; "Mealibra"; "Humanitas"; "Revista de Letras"; "Douro – Estudos e Documentos"; "Geia" (Tertúlia de João de Araújo Correia); "Terra Feita Voz" (Círculo Cultural Miguel Torga) e "DiVersos". Como contista, publicou no jornal timorense "Semanário" e na antologia "Olhares Convergentes". Colaborou na antologia de textos durienses "Palavras que o Douro tece" e no "In Memoriam de João de Araújo Correia" (Grémio Literário Vila-Realense). É autor dos livros "Timor – As Rugas da Beleza" (crónicas, 2006) e "de olhos lavados / ho matan moos" (poesia – edição bilingue e ilustrada, 2009). Para mais informações: Zéfiro.
- Matéria enviada por J A Almeida - Régua, em Dezembro de 2010.