Construirei, além, o
nosso ninho!
(A noiva serás tu,
romeira linda!)
Mesmo pobre terá
luz… graça infinda,
Sem lhe faltar o sol
do teu carinho.
Não temas noite
escura, desabrida!
Vem comigo, não olhes
ao caminho!...
Há-de ser um pombal
muito branquinho!
Onde o mal não
espreite a nossa Vida.
Eu quero dar-lhe
foros de alegria…
Onde se ouça uma
prece em cada dia,
Impetrando uma graça
lá da Altura!
E, no esplendor da
paz e da harmonia,
Habitaremos sós, até que um dia,
Habitaremos sós, até que um dia,
Alguém venha dourar
nossa ventura.
- Régua, Agosto de 1949
Publicado na revista
“Princesa do Douro”
Blogue "O privilégio dos Caminhos" de Júlia Moura Lopes, filha de Horácio Moura Lopes.
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Algumas palavras de José Alfredo Almeida: Homenagem a um cidadão quase desconhecido mas grande poeta há muito falecido. Amou a Régua e as Caldas do Moledo onde gostava de se inspirar na luz dos mágicos luares do velho parque termal, para escrever apaixonados e inesquecíveis sonetos como o que hoje recordamos, que ficaram esquecidos em velhos jornais e revistas, à espera de todos nós, amantes de poesia, de luz e das suas eternas luas de magia...!