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As águas das Termas das Caldas do Moledo são conhecidas desde há muito tempo. A elas se refere o celebre médico do reino, nascido em Mirandela, Dr. Francisco da Fonseca Henriques, no seu famoso livrinho "Aquilégio Medicinal", Lisboa Occidental, 1726, pág.24, onde nos garante que "no concelho de Penaguião, (...) ha umas Caldas suphureas, que curão os achaques frios de nervos, debilidades de juntas, vertigens, convulsões, e finalmente todos os os mais achaques...".
Pode assim dizer-se que a quantidade de banhistas oriundas de todos os pontos do país procuravam as Termas de Caldas do Moledo, "a fim de tratarem dos seus padecimentos", o que está retratado neste velho postal como uma simpática recepção a banhistas, e nos faz recuar aos seus momentos áureos, talvez a inicios do século XX, ainda durante a monarquia.
A vida social nas Termas das Caldas do Moledo era muito intensa no período balnear, "comboios especiais saiam da Régua às 9 horas, parando em todas as confluências de caminhos, exclusivamente para transporte de aquistas a desembarcar no cais privativo sobre o Palacte. Daí o comboio regressava à estação das Caldas do Moledo donde pelas 11.30 horas voltava ao cais para recolha e recondução dos mesmos passageiros". Um casino mandado pela Ferreirinha, vários hotéis - O Grande Hotel, O Hotel Vilhena e o Peti Hotel - "muitas casas para aquistas", três capelas particulares, uma farmácia, um talho, uma casa de artigos fotográficos, várias sapatarias, alfaiates, funileiros, relojoeiro, barbeiros, mercearias e estabelecimento de fazendas brancas, estação de telégrafo postal, estação dos caminhos de ferro, mercado diário na época balnear, aguardavam os aquistas para os servir e lhes proporcionar uma agradável estadia num lugar servido por uma paisagem fantástica e um clima ameno.
- Colaboração de J. A. Almeida para "Escritos do Douro" em Dezembro de 2010.