O incêndio que deflagrou no Asilo José Vasques Osório, uma casa de beneficência às crianças pobres e desprotegidas, na madrugada do dia 14 de Fevereiro de 1919, é um dos que merece especial relevo na história dos bombeiros da Régua, pelo heroísmo e a abnegação revelada pelos seus homens.
Este fogo esquecido está apagado nas memórias das pessoas. A Régua ainda não fez a história do acontecimento que lhe deu origem. Pouco se sabe e, esse pouco, encontra-se apenas relatado nas notícias dos jornais da época e nas evocações dos bombeiros.
A sua origem do fogo no Asilo José Vasques Osório está relacionada com um acontecimento que marcou a vida política nacional após o derrube da Monarquia. Depois de 5 de Outubro de 1910, os monárquicos procuraram restaurar a Monarquia, através de movimentos de insurreição, em incursões monárquicas, para devolverem o trono ao Rei D. Manuel.
Na última incursão monárquica, o capitão Paiva Couceiro declarou a restauração da Monarquia, no dia 19 de Janeiro de 1919, na cidade do Porto. Aí nomeou um governo provisório que, durante 25 dias, vai administrar o norte do país, num regime efémero conhecido por “Monarquia do Norte” ou como os republicanos lhe chamavam o “Reino da Traulitânia”.
O triunfo vitorioso das forças monárquicas – chamados de trauliteiros ou talassas - depressa se alargou às principais cidades e vilas do norte do país. Em quase todas derrubam o regime republicano, pela força das armas. Num interessante estudo dessa época, a historiadora Helena Moreira da Silva, dá conta que “em várias localidades esse acontecimento é assinalado com o hastear de bandeiras azuis e brancas nos mastros dos edifícios públicos, o Hino da Carta, o repicar dos sinos, procissões e com o enceramento de serviços públicos…As populações davam largas ao seu contentamento, rebentando foguetes e prendendo democratas republicanos da terra. Convictos de que com a Monarquia seria possível ter novamente a paz e prosperidade…”
A vila Régua foi uma das tomadas pelas tropas monárquicas. Conseguiram sem grande oposição mas com atrocidades, perseguições e detenções a algumas pessoas partidárias de regime republicano, restaurar a Monarquia, ao içarem nos mastros do edifício dos paços do concelho, uma bandeira azul e branca.
Este fogo esquecido está apagado nas memórias das pessoas. A Régua ainda não fez a história do acontecimento que lhe deu origem. Pouco se sabe e, esse pouco, encontra-se apenas relatado nas notícias dos jornais da época e nas evocações dos bombeiros.
A sua origem do fogo no Asilo José Vasques Osório está relacionada com um acontecimento que marcou a vida política nacional após o derrube da Monarquia. Depois de 5 de Outubro de 1910, os monárquicos procuraram restaurar a Monarquia, através de movimentos de insurreição, em incursões monárquicas, para devolverem o trono ao Rei D. Manuel.
Na última incursão monárquica, o capitão Paiva Couceiro declarou a restauração da Monarquia, no dia 19 de Janeiro de 1919, na cidade do Porto. Aí nomeou um governo provisório que, durante 25 dias, vai administrar o norte do país, num regime efémero conhecido por “Monarquia do Norte” ou como os republicanos lhe chamavam o “Reino da Traulitânia”.
O triunfo vitorioso das forças monárquicas – chamados de trauliteiros ou talassas - depressa se alargou às principais cidades e vilas do norte do país. Em quase todas derrubam o regime republicano, pela força das armas. Num interessante estudo dessa época, a historiadora Helena Moreira da Silva, dá conta que “em várias localidades esse acontecimento é assinalado com o hastear de bandeiras azuis e brancas nos mastros dos edifícios públicos, o Hino da Carta, o repicar dos sinos, procissões e com o enceramento de serviços públicos…As populações davam largas ao seu contentamento, rebentando foguetes e prendendo democratas republicanos da terra. Convictos de que com a Monarquia seria possível ter novamente a paz e prosperidade…”
A vila Régua foi uma das tomadas pelas tropas monárquicas. Conseguiram sem grande oposição mas com atrocidades, perseguições e detenções a algumas pessoas partidárias de regime republicano, restaurar a Monarquia, ao içarem nos mastros do edifício dos paços do concelho, uma bandeira azul e branca.
Os excessos dos trauliteiros contra algumas pessoas são conhecidos. Quem quiser saber mais pode ler, nos jornais da época, um depoimento impressionante do Sr. Joaquim Pinto Barbosa, preso nos arredores da Régua e barbaramente agredido. Na Régua, para garantir o poder, mantiveram um improvisado quartel-general numas das dependências do Asilo José Vasques Osório, por ficar no centro da vila e perto da estação dos caminhos-de-ferro.
Esta situação manteve-se por alguns dias, até o legítimo governo da República reagir e mandar esmagar este movimento monárquico através de uma grande ofensiva militar para restabelecer a ordem pública nas cidades e nas vilas dominadas pelos monárquicos
Na vila da Régua, as operações de combate as tropas monárquicas aconteceram durante o dia 13 de Fevereiro de 1919 e prolongaram-se pela madrugada do dia seguinte.
A população reguense passou momentos de inquietude e de alarme. Os revoltosos não se renderam e dificultaram, com a destruição do tabuleiro da ponte rodoviária, o acesso de Lamego à Régua. Travou-se, então, um combate com um forte tiroteio de artilharia. As tropas monárquicas encontravam-se entrincheiradas no Asilo José Vasques Osório. Na margem esquerda do rio, estavam colocados os militares da 2ª Divisão do Exército, comandados pelo General Abel Hipólito, para atacarem e derrotarem os revoltosos. Pela madrugada, estes davam-se por vencidos e debandaram para a estação para fugirem num comboio que se encontrava da linha do Corgo, em direcção a Vila Real.
Mas antes, descontrolados com a situação, mostravam a sua face mais violenta e trágica, ao cometerem atrocidades. Assim, para que as suas armas de artilharia e granadas não caíssem nas mãos dos republicanos, lançavam violento fogo ao Asilo e na estação do caminho-de-ferro, provocavam danos no edifício e a destruição dos
O fogo destruiu um edifício simbólico da vila, que havia sido doado por um ilustre benemérito, para acolhimento e educação de crianças pobres e abandonadas. Os seus prejuízos materiais foram incalculáveis A tragédia só não foi maior porque os bombeiros saíram aos primeiros sinais de incêndio, badalados pelo velho o sino da Capela do Cruzeiro. Não vacilaram nem temeram com medo de serem atingidos no combate das tropas, a única preocupação foi de combater o fogo, com zelo e coragem, impedindo as chamas de atingir o material de guerra.
Em 1919, os bombeiros da Régua entravam na história de um conturbado acontecimento da primeira república, que sem se envolverem como protagonistas activos, acabavam como anónimos heróis. Ignorando a realidade histórica associada a este fogo os bombeiros, como uma organização humanitária e da paz, souberam cumprir no melhor profissionalismo a sua missão de socorro e protecção de vidas e bens.
Esta situação manteve-se por alguns dias, até o legítimo governo da República reagir e mandar esmagar este movimento monárquico através de uma grande ofensiva militar para restabelecer a ordem pública nas cidades e nas vilas dominadas pelos monárquicos
Na vila da Régua, as operações de combate as tropas monárquicas aconteceram durante o dia 13 de Fevereiro de 1919 e prolongaram-se pela madrugada do dia seguinte.
A população reguense passou momentos de inquietude e de alarme. Os revoltosos não se renderam e dificultaram, com a destruição do tabuleiro da ponte rodoviária, o acesso de Lamego à Régua. Travou-se, então, um combate com um forte tiroteio de artilharia. As tropas monárquicas encontravam-se entrincheiradas no Asilo José Vasques Osório. Na margem esquerda do rio, estavam colocados os militares da 2ª Divisão do Exército, comandados pelo General Abel Hipólito, para atacarem e derrotarem os revoltosos. Pela madrugada, estes davam-se por vencidos e debandaram para a estação para fugirem num comboio que se encontrava da linha do Corgo, em direcção a Vila Real.
Mas antes, descontrolados com a situação, mostravam a sua face mais violenta e trágica, ao cometerem atrocidades. Assim, para que as suas armas de artilharia e granadas não caíssem nas mãos dos republicanos, lançavam violento fogo ao Asilo e na estação do caminho-de-ferro, provocavam danos no edifício e a destruição dos
O fogo destruiu um edifício simbólico da vila, que havia sido doado por um ilustre benemérito, para acolhimento e educação de crianças pobres e abandonadas. Os seus prejuízos materiais foram incalculáveis A tragédia só não foi maior porque os bombeiros saíram aos primeiros sinais de incêndio, badalados pelo velho o sino da Capela do Cruzeiro. Não vacilaram nem temeram com medo de serem atingidos no combate das tropas, a única preocupação foi de combater o fogo, com zelo e coragem, impedindo as chamas de atingir o material de guerra.
Em 1919, os bombeiros da Régua entravam na história de um conturbado acontecimento da primeira república, que sem se envolverem como protagonistas activos, acabavam como anónimos heróis. Ignorando a realidade histórica associada a este fogo os bombeiros, como uma organização humanitária e da paz, souberam cumprir no melhor profissionalismo a sua missão de socorro e protecção de vidas e bens.
(Clique nas imagens acima para ampliar)
Evidenciando a valentia dos briosos bombeiros, Gaspar da Silva Monteiro, um dos fundadores da Associação, lembrava numa carta, datada de 20 de Agosto de 1928, dirigida ao Presidente do Ministério, o acontecimento assim:
“Na noite de 13 para 14 de Fevereiro de 1919, quando as forças realistas, que operava neste sítios, abandonaram o grande edifício do Asilo José Vasques Osório, onde tinham estabelecido quartel e a cujas dependências puseram fogo, a corporação dos bombeiros da Régua, não olhando aos perigos que corria de ser alcançada pelas balas trocadas entre essas tropas e aquelas que, lado oposto ao rio, se estavam combatendo, acorreu destemidamente a prestar serviços, evitando que fosse totalmente queimado aquele estabelecimento de caridade que dava abrigo, pão e ensino a dezenas de crianças pobres.”
Quando no centenário da implantação da República se evoca o passado dos bombeiros da Régua perspectiva-se o futuro, com a esperança que, pelos valores da igualdade, solidariedade e fraternidade, se continue a promover uma sociedade mais justa
Na verdade, o Asilo José Vasques Osório volta a renascer das cinzas daquele fogo, devido à generosidade humana, que acreditou sempre nesses ideais, para que continuasse a servir até aos nossos dias, como uma “Casa da Criança”.
- Peso da Régua, Abril de 2010, J. A. Almeida.
“Na noite de 13 para 14 de Fevereiro de 1919, quando as forças realistas, que operava neste sítios, abandonaram o grande edifício do Asilo José Vasques Osório, onde tinham estabelecido quartel e a cujas dependências puseram fogo, a corporação dos bombeiros da Régua, não olhando aos perigos que corria de ser alcançada pelas balas trocadas entre essas tropas e aquelas que, lado oposto ao rio, se estavam combatendo, acorreu destemidamente a prestar serviços, evitando que fosse totalmente queimado aquele estabelecimento de caridade que dava abrigo, pão e ensino a dezenas de crianças pobres.”
Quando no centenário da implantação da República se evoca o passado dos bombeiros da Régua perspectiva-se o futuro, com a esperança que, pelos valores da igualdade, solidariedade e fraternidade, se continue a promover uma sociedade mais justa
Na verdade, o Asilo José Vasques Osório volta a renascer das cinzas daquele fogo, devido à generosidade humana, que acreditou sempre nesses ideais, para que continuasse a servir até aos nossos dias, como uma “Casa da Criança”.
- Peso da Régua, Abril de 2010, J. A. Almeida.
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