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| Norte - Fonte: Agência Lusa (transcrição via PORTO Canal) - Peso da Régua, 30OUT (Lusa) -- A Câmara e a Santa Casa do Peso da Régua anunciaram hoje que vão unir esforços para revitalizar o Hospital D. Luís I, que integra a lista das unidades hospitalares públicas que podem ser devolvidas às Misericórdias.
O Ministério da Saúde pretende avançar com a transferência dos primeiros hospitais públicos para as Misericórdias já em novembro. Em causa podem estar, para já, os hospitais de Fafe, Ovar, Cantanhede, Anadia, Serpa e Régua.
Integrado no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), o "D. Luís I" perdeu a sua principal valência, o Centro Oftalmológico, que foi transferido para o novo Hospital de Proximidade de Lamego.
A unidade hospitalar da Régua ficou a funcionar apenas com o serviço de internamento, com 12 camas.
O provedor da Misericórdia local, Manuel Mesquita, já disse à agência Lusa que ainda não foi contactado pelo ministério com vista a esta transferência. A Santa Casa recebe atualmente 3.350 euros de renda por mês.
Entretanto, o município e a misericórdia afirmaram que querem estar preparados, se se confirmar o cenário de transferência, e, para o efeito, anunciaram uma união de esforços com vista à revitalização do hospital.
Nesse sentido, foi constituída uma equipa técnica, que será responsável pela elaboração de um "modelo de funcionamento e gestão para a revitalização".
Este modelo, segundo explicou a autarquia em comunicado, deve permitir a "sua articulação com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), o qual servirá de base de negociação junto da Administração Central, caso venha a confirmar-se a entrega da gestão do hospital".
A equipa é constituída por Armando Mansilha, Jorge Almeida, José Alberto Marques, José Maria Mesquita Montes e Rui Couto.
A parceria entre o município e a Santa Casa da Misericórdia pretende "viabilizar a requalificação desta unidade hospitalar, readaptando o espaço físico, adequando recursos técnicos e humanos, que permitirão criar em Peso da Régua uma unidade de saúde de referência na região".
O Bloco de Esquerda exigiu recentemente uma clarificação urgente do Ministério da Saúde precisamente sobre a entrega às misericórdias de hospitais do SNS.
Os bloquistas questionaram o Ministério da Saúde, através de um requerimento entregue na Assembleia da República, sobre os valores das rendas pagas atualmente e das que passarão a ser pagas às misericórdias.
O BE quer ainda saber se os postos de trabalho estão garantidos e se existe alguma planificação para a entrega da gestão das unidades hospitalares e os custos associados.
O Bloco disse ainda que o "Governo tem tentado sucessivamente criar um equívoco em torno da ideia de que está a devolver estes hospitais às misericórdias".
"Ora, não é isso que está em causa: o Estado paga renda às misericórdias pela utilização destes edifícios e continuará a fazê-lo. O que está a ser feito é entregar às misericórdias a gestão de hospitais públicos do SNS", referiu.
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