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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

PARABÉNS BOMBEIROS DO PESO DA RÉGUA. 133 ANOS DE ALTRUÍSMO!

A palavra "altruísmo" foi cunhada em 1831 pelo filósofo francês Augusto Comte para caracterizar o conjunto das disposições humanas (individuais e coletivas) que inclinam os seres humanos a dedicarem-se aos outros. (fonte Wikipédia)
Os aniversários são sempre motivo de regozijo; a sua celebração significa que é mais um ano que passa na vida quer das pessoas, quer das instituições. Neste caso, a AHBVPR celebra o seu 133º aniversário, o que faz dela a mais antiga do Distrito e uma das mais antigas do País, motivo de orgulho para todos nós.

Para mim, escrever sobre os Bombeiros portugueses não é tarefa fácil, já que, ao longo da minha carreira profissional, várias vezes tive que fazer reportagens onde os bombeiros foram intervenientes, reportagens essas que em alguns casos me marcaram para sempre. Nunca esquecerei aquele mês de Setembro de 1985, pois coube-me a mim fazer a reportagem para a RTP da grande tragédia que ocorreu em Armamar e da qual resultou a morte de 14 soldados da paz. Foram momentos de grande consternação em que, à medida que avançava, ia encontrando (e obrigado a filmar por dever profissional enquanto as lágrimas me corriam pela face) os corpos carbonizados daqueles homens que deram a sua vida em serviço do próximo.

No dia 15 de Setembro, apenas 8 dias após este triste acontecimento, deu-se o grande incêndio da Serra do Marão que devastou 3.000 hectares de pinheiro bravo, deixando a serrania calcinada e despida de toda a sua vegetação. Foi nesse incêndio que um bombeiro da AHBVPR salvou o veículo automóvel em que me desloquei para a reportagem. O fogo desenvolvia-se em várias frentes e, na ânsia da melhor imagem, eu concentrava-me na sua evolução na zona dos viveiros de trutas, onde punha em risco todo o estaleiro nos quais se guardavam grandes quantidades de combustíveis que poderiam explodir a qualquer momento. Toda a minha atenção se focava neste aspecto enquanto, em cima, o fogo se aproximava do local em que deixara o automóvel, também junto às viaturas dos Bombeiros do Peso da Régua. Nesse interim, o fogo atravessava a estrada nesse local, e o quarteleiro Gouveia, conforme ia retirando os carros da corporação, fê-lo também ao meu, pondo assim a salvo todas as viaturas.

Aproveitando este aniversário, quero prestar a minha homenagem a todos os bombeiros portugueses, que são um exemplo para o Mundo, por vezes pagando com a própria vida esse serviço que prestam à Comunidade, fazendo-o decerto com gosto, mas também sob um perigo constante.
- João Rodrigues, Novembro de 2013
CONVITE E PROGRAMA
28 de Novembro e 1 de Dezembro de 2013
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Distinções e reconhecimentos marcam o 133º Aniversário da Associação dos Bombeiros da Régua 

Durante as cerimónias festivas de mais um aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros da Régua, a ser celebrado no próximo dia 1 de Dezembro, a sua Direcção presidida pelo Dr. José Alfredo Almeida e o Comandante António Fonseca vão entregar vários Crachás de ouro e Medalhas de Serviços - Grau Ouro para reconhecer o mérito, a generosidade, o trabalho e o prestigio de antigos bombeiros, dirigentes, sócios, instituições locais, beneméritos e ao presidente dos Bombeiros dos Pinhão, muito justamente pelos seus 35 anos de serviço a uma causa pública, os quais também mereceram um reconhecimento unânime por parte Liga dos Bombeiros e, muito em especial, do Comandante Jaime Marta Soares que já anunciou mais uma vez a sua presença no Peso da Régua. Assim vão ser distinguidos as seguinte empresas comerciais e personalidades:

Crachá de Ouro
Guilhermino Pereira de Almeida - Bombeiro do Quadro de Honra
Vinhos Symington, SA - Benemérito
Júlio Alfredo Mota – Presidente do Conselho Fiscal
Arquitecto Francisco Oliveira Ferreira (a título póstumo) - Benemérito
D. Antónia Adelaide Ferreira (a título póstumo) - Benemérita
Alfredo Luís Baptista (a título póstumo) – Antigo Director
Delfim Ferreira (a título póstumo) - Benemérito
José Ribeiro Alves Teixeira - Presidente da Direcção da AHBV do Pinhão

Medalhas de Serviços Distintos - Grau Ouro
Fanfarra dos Bombeiros do Peso da Régua
Ilídio Monteiro Mendes - Vice-Presidente da Direcção
Manuel Pinto Montezinho - Antigo Director
Santa Casa da Misericórdia do Preso da Régua
Imobiliária Irmãos Alves - Benemérita
António Ferreira Westerman - Sócio
133º Aniversário dos Bombeiros do Peso da Régua 
No dia 28 do corrente mês de novembro (dia em que o Jornal chega aos seus leitores) ocorre mais um dia de anos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua, sendo o centésimo trigésimo terceiro aniversário, ou seja, ficam cumpridos 133 anos de vida duma Associação em prol dos outros, com um fim supremo de auxiliar o próximo, para o bem geral da humanidade, dos residentes na terra ou na região, pois vários foram os atos filantrópicos na entreajuda com outras Associações congéneres limítrofes.

Decorria o ano de 1880, quando, por intermédio de uma Comissão Instaladora (integrada por 26 elementos, reguenses distintos e altruístas) se formou, oficialmente, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua.

Pretendia esse grupo de homens, de forma associativa, garantir uma postura organizativa, que pretendia fazer nada mais, nada menos, do que combater os incêndios urbanos. Sendo a então vila da Régua uma localidade com vários armazéns de vinhos, e como todas as coberturas eram em madeira e armazenavam aguardente vínica (altamente inflamável), para a produção do Vinho Generoso, urgia que se ponderasse a criação de um corpo de bombeiros, a fim de colmatar ou minorar 

Nos longínquos anos de 1873 a Câmara tinha feito a aquisição de uma bomba, a fim de minorar os perigos dum incêndio, contudo, não deu cumprimento cabal ao desejo de criar um corpo de homens que soubesse manobrar o respetivo material e assim foram andando, até que, após um interregno de 7 anos, o referido grupo tentou equacionar um problema que a Câmara, por obrigação legislativa, deveria ter cumprido, mas que não consumou.

Assim se deu a criação de um corpo de Bombeiros Voluntários na Régua, estruturado e com preparação para a eventualidade de um incêndio. Organizados, tiveram ao comando do “rabelo” Manuel Maria de Magalhães, que, assumindo as funções de 1º Comandante, dinamizou o corpo de bombeiros, que estava ao seu encargo.

Acontece que a dificuldade sentida nestes anos antecedentes para a criação da Associação dos Bombeiros foi acompanhando a vida da Associação, essencialmente a nível das instalações.

No tocante à situação do Quartel a dificuldade foi sempre bastante, já que não arranjavam um espaço digno para as funções que se pretendiam, se considerarmos a componente económica, pois o dinheiro era sempre pouco e a colaboração da Autarquia nem sempre se verificava.

Foram vários os locais onde se instalaram os Bombeiros. A última instalação foi no “cimo da Régua”, na Rua dos Camilos, mas, como local exíguo, não permitia as condições essenciais para o exercício pretendido. Desta forma, os seus corpos diretivos procuraram solucionar o caso e por 1930 conseguiram uma parcela de terreno (cedida pela Câmara), onde está o “nosso” bonito edifício dos Bombeiros. Terão sido das primeiras corporações a ter um edifício de raiz para aquartelamento.

Muito embora seja um edifício de uma arquitetura magnífica, não foi fácil a sua construção, pois a mesma arrastou-se por uns quase 30 anos. Vicissitudes constantes de uma qualquer organizção que vive de quotas e de beneméritos.

Não obstante todas as amarguras que os antepassados da Organização vivenciaram, podemos afirmar que as mesmas cimentaram a obra que se vê e que é o júbilo dos reguenses ou moradores da cidade. Foram atos valorosos, pequenos nadas na vida, consolidados no tempo, que levaram a que a Associação Humanitária dos Bombeiros esteja em festa, alicerçada num humanismo, num altruísmo, num voluntariado e numa doação sem limites (que eu saiba há, pelo menos, a perda de uma vida, na defesa de uma causa).

Está de parabéns todo o Corpo de Bombeiros (pela continuidade dum projeto) e a Direção (pelo consolidar do mesmo) e que todos possam usufruir da plenitude da vida durante muitos e longos anos. 
Notícias do Douro - por Adérito Rodrigues, Prof. 

Clique nas imagens para ampliar. Edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Novembro de 2013.  Este artigo pertence ao blogue Escritos do Douro. É permitido copiar, reproduzir e/ou distribuir os artigos/imagens deste blogue desde que mencionados a origem/autores/créditos.