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A neve é sorrateira. Deslumbra todas as pétalas, mas inquieta a maior parte das almas. Cai entre silêncios absolutos, que só o de morte ou o de caos lhe dará rosto. Faz parte da Terra um sepulcro ou um regresso à primitiva luz. Cala e obriga a calar-se o mundo que sepulta. Mas se o homem alguma vez sonhou modificar o seu ninho com um grande sonho, foi a neve que lho realizou. A terra, ninho do homem, deixou de ser terra depois de uma nevada. E, para além do súbito abalo, um país ideal. É o reino da brancura.”
- De João de Araújo Correia, da crónica “Beleza de inverno”, do livro Ecos do País (1969) - Colaboração de J A Almeida para "Escritos do Douro 2011".
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