sexta-feira, 1 de junho de 2012

À briosa Associação dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua

1 - O que é ser Bombeiro?
I
É ser “BOM” filho e irmão…
Ser “Bom” neto e “Bom” vizinho;
É ser um “Bom” cidadão,
Tratar  todos com carinho…
II
É ser um “bom companheiro”:
Ser casado, “Bom” marido,
“Bom” colega, ser solteiro;
Se tem filhos: pai amigo!
III
Casado, da esposa amor,
Ter, no coração, o lar;
Em casa, tudo compor,
Ter, nos seus, um terno olhar.
IV
Ser um “bom” profissional,
Colegas: cumprimentar,
Nada a ninguém fazer mal,
P’ra todos ter um “bom” ar!
V
Ser o primeiro a entrar
E o último a sair,
P´ra todo o bem lhe calhar…
E a todos saber sorrir.
VI
Para todos, muito amável,
Ter todos no coração;
Prós Chefes, ser muito afável,
Ser honrado, honesto e são.
VII
Ter gosto na sua farda,
E no bivaque também;
Não lhe falte mesmo nada,
Que tudo lhe fique bem!
VIII
Usar  calçado e engraxado,
Bem vestido a rigor;
O cinto bem apertado;
Que pareça um primor!
IX
Delicado por quem passa:
Seja rico, seja pobre;
Que isto todo o bem lhe faça,
Pois, tal gesto é muito nobre!
X
Esteja sempre preparado
“Para o que der e vier”.
Se a sirene der um brado,
Saltar  logo a correr.


2 - Gostar da sua “Missão”                  
XI
Saber lidar com o “Bomba”
Que é seu principal labor,
Seja pequena  ou bem longa,
E usá-la com rigor.
XII
Foi mesmo a palavra “Bomba”
Que deu o termo “Bombeiros”;
Foi tal palavra, não longa,
Dos instrumentos primeiros:
XIII
Por isso, a deve enrolar
E desenrolar mui bem,
E, depois, a colocar
No lugar onde convém.
XIV
Desde que entra no carro,
E durante a viagem,
Pense que somos de barro:
Cuidados com a vertigem.
XV
Deve ser muito prudente
Pois, sem contar, corre risco:
Se quiser ficar contente
Afaste-se dum mau “petisco”!
XVI
Se se tratar dum “incêndio”,
Toda a cautela é pouca;
Invoque o Santo Prudêncio,
Use o metal numa touca.
XVII
Se o incêndio demorar,
Tenha cuidado maior;
Avance,  mas de vagar,
E tenha cautela mor.
XVIII
Quando o incêndio terminar
Veja que não falte nada;
Que trouxe tem de levar
Para não levar pancada…
XIX
Quando voltar ao Quartel,
Não pense mais no passado:
Merece um bolo de mel
E um bife “bem passado”!
XX
Mas se não lhe derem nada,
Faça conta ter comido;
Traz  consciência alegrada
E “a paz de um dever cumprido”.


3 - Mais situações difíceis
XXI
Não trabalha só de “bomba”;
Mil situações a espreitar…
Esta lista é muito longa:
Que ninguém pode contar…
XXII
Embate de viaturas:
Cada vez mais numerosas;
Com milhares de diabruras,
Casa dia é mais p’rigosa.
XXIII
Pessoas perdem a vida,
Outras, inutilizadas:
Não podem fazer a lida,
Ficam mui traumatizadas!
XXIV
Se há alguns “afogamentos”
Tudo é bem mais p’rigoso;
Tem de haver homens atentos,
Com fazer mais rigoroso,
XXV
E se há “atropelamento”,
Em milhar’es de passadeiras;
Lá vão bombeiros atentos,
Até algumas bombeiras.
XXVI
Se um “carro descarrila”
Duma alta ribanceira,
Vão mui bombeiros em fila,
Usando rebocadeira.
XXVII
Se há um “parto inesperado”.
Tem de ir uma marquesa;
Vai motorista apressado,
Com mais cuidado e destreza.
XXVIII
Se há “corrida de motares”,
Esteja o bombeiro atento…
Estavam melhor em seus lares
Que passar por tal tormento!
XXIX
E “se chocam frente-a-frente”
Viaturas de bombeiros
Há mortes certas e sempre,
Têm de vir cangalheiros!...
XXX
Deus nos livre de tal sorte:
Rezemos a São Marçal:
Que nos livre de al morte
E de qualquer outro mal!


4 - Objetivo ou princípio, meio e fim deste poema
XXXI
O sub-título do “Poema”
É, em suma, uma Homenagem
Simples, merecida e amena
De que o “Quartel” dá imagem.
XXXII
As primeiras dez “quadras”
Quis, de forma pedagógica,
Dizer em poucas palavras,
Que bombeiro é bom, por lógica!
XXXIII
De “bombeiro” vem o “Bom”
E a “bomba” deu “bombeiro”;
Ser bombeiro é um dom,
Pois é muito prazenteiro.
XXXIV
Tem uma Associação
Que é sua base legal;
E tem uma Direção
Que é p’ra todos leal.
XXXV
Direção e “corpo ativo” 
Dueto bonito fazem;
É bem verdade o que digo:
O Diretor é seu “Pagem”!
XXXVI
Toda esta Direção
Merece a Felicidade;
Trabalha com coração,
Reconhece-o a cidade.
XXXVII
O quartel necessitara
Da obra quase tem feito;
Todo o reguense repara
Que, assim, tem bonito jeito.
XXXVIII
Esta bela Associação  
É primeira do Distrito;
Falta a “Beatificação”
P’ra que fique tudo dito!
XXXIX
Esta Associação merece
Honras da Régua a Lisboa,
Pois, de tantas, me parece
Que é, dentre todas, Mui Boa!
XL
Tem bom Rio, bela Cidade;
De noite, giro “Arraial”;
Que diremos nós “Quem viva”?
“Vivam todos em geral”!!!
- J. Silva Pinto

Clique nas imagens acima para ampliar. Sugestão de J. A. Almeida e edição de J. L. Gabão para o blogue "Escritos do Douro" em Junho de 2012. Texto também publicado na edição do semanário regional "O Arrais" de 31 de Maio de 2012. Este artigo pertence ao blogue Escritos do Douro. Todos os direitos reservados. É permitido copiar, reproduzir e/ou distribuir os artigos/imagens deste blogue desde que mencionados a origem/autores/créditos.

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